domingo, 22 de março de 2009

“Vontade nacional” para não termos que abdicar dos produtos tradicionais!


Apesar de não partilhar totalmente com a visão da editora executiva da revista “NotíciasMagazine”, suplemento do jornal “Diário de Notícias”, Sofia Barrocas, no geral, gostei muito do seu editorial de hoje, dia 22 de Março: 

Gerações de portugueses sobreviveram sem problemas de maior à ingestão de doces conventuais, fizeram tradição das farturas fritas em óleo, a ferver e pauzinhos de algodão-doce pelas feiras, foram “tratados” a fatias-douradas e gemadas com leite, mataram a fome e com cozidos à portuguesa, tripas à moda do Porto, sarrabulhos, feijoadas de enchidos, dobradas, rojões e outras especialidades do cardápio lusitano sem que essa praga chamada obesidade os tenha atacado, pelo menos na forma epidêmica de que hoje padecemos. Não há dúvida de que somos o que comemos e todos sabemos hoje muito bem que a nossa (qualidade de) vida depende do que pomos no prato. Mas é pena que em poucos anos o desequilíbrio tenha  sido de tal ordem que nos obrigue a tomar medidas drásticas que vão impedir os nossos filhos de apreciar expressões tão importantes da nossa cultura e da nossa história como aquelas a que chamamos produtos tradicionais. O esforço que temos de fazer para evitar que as próximas gerações sofram deste mal da civilização que passa por comer mal e comer de mais vai de certeza fazer-nos perder a ligação a manifestações que têm muito que ver connosco enquanto povo. É um preço alto a pagar pela americanização que tão levianamente fizemos da nossa mesa. Seria bom que conseguíssemos reequilibrar a nossa alimentação (tradicionalmente equilibrada, até porque os desmandos gastronômicos se guardavam para os dias de festa ou comemoração sem perder esses traços identitários que passam pelo que pomos no prato. É uma questão de educação. De mentalidade. E, sobretudo, de vontade.”

Conseguindo criar uma “vontade nacional”, ainda vamos a tempo de melhorar a Qualidade de Vida dos Portugueses, sem termos que abdicar (na medida certa!) dos tão saborosos “produtos tradicionais”  

Abraços saudáveis,


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