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domingo, 18 de outubro de 2009

Os médicos e a vacina da gripe A contra o vírus H1N1

Muitos dos meus leitores sabem o que penso sobre a campanha que tem sido feita para que milhões de pessoas tomem a vacina contra o vírus A/H1N1 (nem eu nem nenhum membro da minha família vai tomá-la!). No entanto não é sobre a minha opinião que quero escrever hoje, mas as razões, segundo Luís Távora Tavira,Professor de Microbiologia na Faculdade de Ciências Médicas – Universidade Nova de Lisboa e Director do Centro de Malária e Doenças Tropicais do Instituto de Medicina Tropical que, acredita ele (palavras proferidas no programa Sociedade Civil da Rtp 2), levam muitos médicos a não tomar a referida vacina:

-"(...) dizer uma coisa, se calhar um bocado escandalosa, por que nós temos, apesar de tudo, alguma obrigação também de transmitir às pessoas, a idéia correcta sobre as coisas. Eu não me admiraria se numa população adulta, inclusivamente de médicos, grande parte ou uma fatia um bocadinho maior do que a nós pensavamos, dissesse - eu entendo que não quero ser vacinado nesta altura- Eu admito isto porquê?

Por que se trata de um extracto populacional que:
1o - acredito que tenha um conhecimento um bocadinho maior sobre a gripe pandémica
2o - que assume e percebe que é uma gripe com taxas de morbilidade e mortalidade idênticas ou inferiores, não sabemos ainda bem, as séries são ainda pequenas apesar de tudo, à da gripe sazonal, (...) quase por analogia, a pessoa vai tender a dizer - então por que é que hei-de fazer a da gripe A?

- a seguir pode não fazer o raciocínio seguinte que é fazer o tal raciocínio comunitário e dizer - eu estou na linha da frente e necessito de me vacinar por razões de solidariedade comunitária - nem sempre conseguimos fazer esse tipo de raciocínio! Mas eu não me admiraria de qualquer modo que houvesse um resultado nesse sentido. (...)"

Reparem bem os meus leitores:

- agora já com uma intensidade menor, mas até há poucas semanas atrás, via canais de comunicação (que por mero interesse de taxas de audiência alimentam estas campanhas massivas de desinformação!) entravam-nos pela casa adentro via televisão, nas primeiras páginas dos jornais, etc, dizendo que estavamos perante uma pandemia incontrolável e ......

- mas os próprios médicos, numa grande porcentagem, por terem um grau de conhecimento maior, não querem tomar a vacina!

Existem outras vertentes sobre esta matéria que poderiam ser apresentadas neste artigo, mas por agora e para aqueles que ainda não sabem o que fazer consigo e com os seus filhos, apenas sugiro que incluam mais este input no vosso processo de decisão.

Boas decisões e...

Abraços saudáveis

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"A verdade e os melros"


Uma boa parte das discussões entre casais, familiares, amigos, colegas, etc, têm como origem o facto de cada uma das partes ter a certeza que está a falar verdade ou, dito da outra forma, que a outra parte está a mentir.

Qualidade de Vida também é aprendermos a comunicar melhor (ouvir mais e melhor e falar menos e com maior acuidade) e por isso, publico hoje um artigo escrito por J.L. PIO ABREU, Psiquiatra e professor universitário, intitulado "A verdade e os melros" que li na edição do jornal Destak do passado dia 4 corrente mês:

"Também eu gostava de saber a verdade, mas não sei. Assumir a minha ignorância é o ponto de partida para alcançar a verdade. Mas esse é um caminho difícil e inacabado, pois eu sei que, tal como o horizonte, a verdade estará sempre para além do meu alcance.

De resto, há muitas maneiras de definir a verdade. A definição mais comum é a correspondência com os factos. Se eu disser que os melros são pretos, podem recorrer à vossa experiência para ver que isso é verdade. Mas basta que alguém me mostre um melro branco para que eu deva duvidar. Em minha defesa, sempre posso dizer que, se for branco, não é melro, e lá teremos então de ir à procura de um perito que me diga o que são os melros.

Um perito, munido da sua sabedoria, de códigos e instrumentos de análise, pode definir a verdade porque as suas palavras são aceites por todas as pessoas entendidas em melros. A verdade é o consenso dos entendidos que orientam o consenso geral. Foi por isso que toda a gente se convenceu que Saddam Hussein tinha armas atómicas, levando a uma guerra absurda depois da qual se descobriu que tais armas não existiam. Ao menos, a minha verdade sobre os melros é inofensiva.

Dizem os peritos da verdade que ela é inalcançável, pelo que teremos de nos contentar com aproximações. Por isso, quando vejo alguém dizer que fala com verdade, eu fujo. Ou está, de facto, a mentir, ou não sabe que não sabe e é, por isso, ignorante. A não ser que fale de melros porque, pelo menos, não fará mal a ninguém."

Boas decisões e...

Abraços saudáveis