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segunda-feira, 31 de maio de 2010

" David Servan-Schreiber: "A minha saúde é muito melhor do que antes de ter tido cancro" "

Via uma "amiga Facebook" tomei conhecimento de mais um artigo importante retirado do jornal Público com o médico David Servan-Schreiber.

"Todos somos portadores de células cancerosas, a partir de certa idade. Mas apenas uma pessoa em cada quatro vai morrer de cancro. Qual é o segredo das outras três? As suas defesas naturais, afirma o médico e cientista francês David Servan-Schreiber. E é possível estimularmos essas defesas naturais através do nosso estilo de vida, para prevenir ou lutar contra o cancro.


David Servan-Schreiber tem 49 anos e formou-se em Neuropsiquiatria pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Aos 31 anos, soube que tinha um tumor maligno no cérebro. Mas ainda cá está e diz-se de óptima saúde. Sorte? Nada disso, explicou em duas conferências – uma para médicos, a outra para o público – durante o 3.º Congresso de Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar há uma semana, em Cascais.

A luta de Servan-Schreiber contra a doença mortal com a qual convive há 18 anos levou-o a tentar desemaranhar o novelo dos inúmeros estudos científicos sobre o cancro e a tentar dar-lhe sentido, para perceber o que torna umas pessoas mais resistentes ao cancro do que outras. As suas respostas estão no livro Anticancro – Uma nova maneira de viver, editado em Portugal pela Caderno em 2008 e que se tornou um best-seller mundial.

Servan-Schreiber é um divulgador espectacular e convincente. Mas há ainda muita coisa por demonstrar cientificamente nas suas ideias. Até agora, tudo o que afirma baseia-se em estudos epidemiológicos ou em experiências in vitro e em animais. Mas argumenta que as mudanças de estilo de vida que preconiza não podem fazer mal nenhum – e que, se funcionarem, mais vale começar a aplicá-las já do que esperar.

Antes de escrever o livro receou que a sua abordagem desse falsas esperanças a outros doentes com cancro. Mas percebeu que o que acontece é que eles vivem numa situação de “falso desespero”, porque sentem que não têm qualquer controlo sobre a sua doença e a sua vida, e decidiu transmitir-lhes as suas “mensagens de verdadeira esperança”. Como um verdadeiro guru.

Você teve um cancro. Qual é a sua história?
Eu era um jovem médico universitário, cientista, director de um laboratório de estudo das emoções através de imagens do cérebro obtidas por ressonância magnética. Tinha 31 anos e era muito ambicioso. Num fim de tarde, o voluntário que devia submeter-se à experiência desse dia faltou e decidi ser eu a entrar no scanner para o substituir. Foi assim que descobri que tinha um cancro do cérebro. Tive muita sorte, porque o tumor foi apanhado muito cedo e fui operado bastante depressa.

Mas o cancro voltou.
Tudo correu bem até à recaída, há dez anos, em 2000. Dessa vez foi mais grave, porque o tumor era maior e mais agressivo. Tive de ser novamente operado e de fazer quimioterapia e radioterapia.

Foram a cirurgia e os outros tratamentos do cancro que lhe salvaram a vida das duas vezes.
Claro. Mas foi nessa altura que pensei que provavelmente isso não seria suficiente: as estatísticas de sobrevivência a este tipo de tumores não são boas. E decidi ver o que eu próprio podia fazer para reforça a capacidade de o meu corpo combater a doença.

No seu livro Anticancro descreve uma série de regras simples de estilo de vida que podem ajudar a combater a proliferação cancerosa. Quais são?
Ter atenção ao que comemos para que, se possível, a comida que ingerimos três vezes ao dia contribua para fazer abrandar a proliferação cancerosa. Como se tomássemos pequenas doses de medicamentos todos os dias. Não têm qualquer efeito tóxico – antes pelo contrário, só trazem benefícios para a saúde.

Também é preciso manter um certo nível de actividade física, pois isso estimula todas as capacidades promotoras da saúde do corpo – e em particular o sistema imunitário e a eliminação pelo organismo das substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de aprender a gerir melhor o nosso stress através de métodos simples de relaxação e de relacionamento com os outros. E, por último, devemos evitar ao máximo os produtos tóxicos cancerígenos.

Ao ler o seu livro, ficamos com a ideia de que ter um cancro para si foi quase uma coisa boa, que melhorou a sua vida.
Sem dúvida. E muitas pessoas que tiveram cancro dizem a mesma coisa – que agradecem ao seu cancro por lhes ter permitido pôr ordem na sua vida. Isso também acontece, aliás, às pessoas que sofreram um enfarte. É uma grande martelada, mas leva muitas pessoas a arrumar as suas vidas. Mas o que mais me espanta é que a minha saúde é muito melhor hoje do que antes de ter tido cancro. O meu estado de saúde é melhor aos 49 anos do que quando tinha 28 ou 29 anos.

Afirma que assistimos actualmente a uma epidemia de cancro, com maior incidência nos jovens do que no passado. Os médicos estão cientes disto, nomeadamente em relação ao cancro da mama. Quais são as causas desta epidemia?
Uma mistura de factores alteraram completamente o nosso estilo de vida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, em particular nas sociedades da Europa ocidental e da América do Norte. A nossa alimentação foi totalmente transformada, passámos a ter muito menos actividades físicas, as redes sociais e de amizade foram-se degradando – e reduzimos a nossa exposição ao sol (e, portanto, os níveis de vitamina D no organismo). Ao mesmo tempo, começámos a ser expostos a produtos químicos com uma intensidade sem precedentes. Juntos, todos estes factores criam um terreno propício à progressão do cancro no corpo humano. Não diria que provocam forçosamente o cancro, mas criam um terreno propício.

Fala-se muito da predisposição genética para o cancro e fica-se com a ideia de que há pessoas a quem calhou um “mau” número na lotaria genética. Um exemplo disso são os genes BRCA1 e 2, responsáveis pela maioria dos cancros hereditários da mama e do ovário. Mas, na sua opinião, o nosso destino não fica determinado à nascença. Acha mesmo que temos o poder de contrariar essa lotaria?
O que nos dizem estudos recentes é que, se as mulheres que têm mutações nesses genes não fizerem nada de particular, o seu risco de contrair cancro da mama é de 80 por cento. Mas também nos dizem que, quanto maior a quantidade de legumes na alimentação dessas mulheres, mais pequeno o risco.

E isso apesar das mutações: as participantes com mutações nesses genes que comiam as maiores quantidades de vegetais viram o seu risco de cancro da mama reduzido em 73 por cento em relação àquelas que comiam as quantidades mais pequenas. Cerca de 15 por cento dos cancros têm uma componente genética. Mas mesmo quando essa componente existe, os factores ligados ao estilo de vida desempenham um papel importantíssimo, tanto para fazer com que esses genes de cancro se expressem como para impedir a sua expressão.

Na alimentação, o que é que promove o cancro?
Para além do tabaco e do álcool, em primeiro lugar o açúcar e as farinhas brancas. É pena, porque as farinhas brancas são muito apetitosas. Mas no corpo elas transformam-se imediatamente em açúcar. Depois temos os óleos de girassol, soja, milho; a carne e os produtos derivados de animais criados com rações à base de soja e de milho (em vez de pastagens). Do lado dos contaminantes químicos, certos pesticidas, certos produtos químicos presentes nos perfumes e nos cosméticos (parabenos e fitalatos), o tetracloroetileno (o solvente da limpeza a seco) ou o bisfenol A (BPA), que é libertado pelos plásticos duros quando são expostos a alimentos ou líquidos quentes.

É uma agressão permanente...
É. Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que tenham bebido uma chávena de chá aquecido no microondas numa caneca de plástico duro vão morrer de cancro, porque existem imensos factores que podem compensar esse efeito. Também fazem parte da equação, do equilíbrio, o facto de ser fisicamente activo, de comer com frequência legumes anticancro, de ter bons níveis de vitamina D no organismo e uma rede social de qualidade. São os desequilíbrios que fazem aumentar as probabilidades de o cancro se desenvolver.

Mas, apesar de todas estas mudanças supostamente perigosas de dieta e outras, a esperança de vida – e de vida com qualidade – aumentou nitidamente nas sociedades ocidentais. Isso não é paradoxal?
A esperança de vida que aumentou foi a das pessoas que nasceram antes de 1950. A esperança de vida das crianças que nascem hoje nos Estados Unidos é inferior à dos seus pais. E é a primeira vez na História da humanidade que isso acontece.

Aquilo a que chama alimentos “anticancro” – biológicos, em particular – continuam a ser mais caros do que os outros. Como comer “anticancro” quando se tem uma família para alimentar?
Não é totalmente verdade que os alimentos biológicos sejam muito mais caros. Tem mesmo havido estudos sobre a questão. Mas, sobretudo, é preciso passar para uma alimentação de tipo mediterrânico, com quantidades muito mais pequenas de produtos de origem animal. Basta cortar na quantidade de carne que comemos para poupar dinheiro. Se substituirmos a carne por lentilhas e feijões, garanto que o orçamento alimentar da família diminui. E não somos obrigados a comer apenas alimentos biológicos. É melhor, mas não é vital. Mais vale comer brócolos, mesmo que tenham resíduos de pesticidas, do que não comer brócolos nenhuns.

A carne não é importante para o crescimento das crianças?
As crianças vegetarianas têm um crescimento tão saudável como o das outras. A alimentação tem de fornecer proteínas, mas uma mistura de feijão e de arroz, por exemplo, fornece a mesma quantidade de proteínas que um bife.

Há uns anos, um grande estudo sobre suplementos de betacaroteno revelou-se não só decepcionante mas sugeriu mesmo que os comprimidos de beta-caroteno faziam aumentar a incidência de certos cancros. Por que é que os especialistas insistem neste tipo de estudos se, como já referiu, um único ingrediente não chega para combater o cancro?
A medicina procura sempre extrair um agente activo. O que eu tento mostrar é que isso não faz sentido. O cancro é um desequilíbrio entre inúmeros factores que o promovem e inúmeros factores susceptíveis de o travar. Se pretendermos utilizar apenas um ingrediente, o mais provável é que não observemos qualquer efeito.

Isso também vale para os ómega-3 [gorduras essenciais, contidas nomeadamente no peixe]? Explica que os ómega 3 são gorduras anticancro cruciais, mas sozinhos também não chegam?
Não, não chegam. É óbvio.

E o que é melhor, tomar um comprimido de ómega 3 ou ir buscar o ómega 3 aos alimentos?
Ir buscá-lo aos alimentos. O peixe, por exemplo, que contém muito ómega 3, também tem outras coisas muito úteis, como o selénio, o iodo, para além de ser uma boa fonte de proteína animal sem muitos dos inconvenientes da carne.

Considera o álcool como um agente de cancro, mas o vinho tinto como uma excepção. Mais vale engolir um comprimido de resveratrol [o ingrediente “anticancro” responsável pelos benefícios do vinho tinto], beber vinho tinto ou comer uvas pretas?
Há menos resveratrol nas uvas do que no vinho tinto, porque a fermentação contribui para extrair o resveratrol das uvas. É difícil dar uma resposta, porque a vantagem dos comprimidos é que não contêm álcool. Mas é um facto que um pouco de vinho tinto (mesmo pouco!) parece contribuir para a eliminação do cancro e favorecer a saúde em geral. E não devemos esquecer que o vinho tinto é também benéfico para a saúde cardiovascular. Mas mal ultrapassamos certas doses, verifica-se o efeito contrário: o vinho torna-se promotor do cancro.

Diz que as margarinas que fazem baixar o colesterol contribuíram para fazer aumentar não apenas a incidência do cancro, mas também a das doenças cardiovasculares. Não é o que costumamos ouvir.
Acontece que podemos fazer diminuir o colesterol e ao mesmo tempo aumentar os riscos de doenças cardiovasculares – e é o que este tipo de margarina faz [contém ómega 6, uma outra gordura essencial que, em níveis excessivos, tem sido apontada como promotora de doenças cardiovasculares e de cancro].

A questão do colesterol é muito complexa, mas o nível de colesterol é de facto menos importante do que o equilíbrio ómega 3/ómega 6, porque não temos medicamentos para mudar este equilíbrio – que depende, portanto, unicamente da nossa dieta –, mas temos medicamentos para diminuir o colesterol. Fala-se muito do colesterol e não o suficiente do equilíbrio ómega 3/ómega 6.

Se não devemos pôr nem manteiga nem margarina na nossa torrada do pequeno-almoço, o que é que nos resta?
Azeite. É delicioso. Mas comer pão também não é uma grande ideia.

Mesmo pão integral?
O pão integral também não é a melhor escolha, tem de ser multicereais. E, mesmo assim, é muito mais aconselhável comer muesli (ou uma mistura de cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja. Isso é que contém muitas coisas que vão estimular a saúde do nosso corpo, não o pão.

Só deveríamos comer produtos frescos?
O que é preciso evitar são os chamados ácidos gordos trans – que são gorduras que não ficam rançosas e, por isso, são muito utilizadas na indústria alimentar. Mas isso, toda a gente o diz. E se consumirmos conservas, é melhor escolher as que vêm em boiões de vidro. Também podemos comer alimentos congelados.

Diz que os médicos continuam a transmitir aos seus doentes com cancro uma mensagem de “falso desespero”, ao dizerem que, em termos de estilo de vida, não há muito a fazer. Chegam a dizer que, para tal ou tal cancro, o doente pode continuar a fumar, porque isso não faz grande diferença. É possível mudar essa atitude “derrotista”?
É o que tento fazer. Nas minhas conferências, falo de um estudo que mostra uma redução de 68 por cento do risco de cancro da mama em mulheres que aprenderam a mudar o seu estilo de vida. Mas, mesmo quando há um ensaio como este, ninguém ouviu falar dele. Porquê? Porque ninguém convida os médicos a passar dois dias em Cascais, com todas as suas despesas pagas, para se inteirarem dos benefícios das frutas e dos legumes, do jogging ou das técnicas de relaxação. Há muito pouco dinheiro para fazer estudos quando não há nada que possa resultar numa patente.

Mas é preciso ter em conta que cada um destes elementos, isoladamente, pesa muito pouco na balança. Comer apenas brócolos não trava o cancro. Fazer jogging e mais nada não trava o cancro. É quando começamos a juntar todas estas coisas que obtemos resultados.

Existe uma pressão sobre os médicos por parte dos laboratórios farmacêuticos para não falarem de alterações do estilo de vida?
Não é preciso. Os laboratórios farmacêuticos não têm sequer de mexer um dedo, porque as barreiras que impedem que isto penetre a prática médica são muito efi cazes. Os médicos não recebem mais dinheiro por darem conselhos nutricionais aos seus doentes, antes pelo contrário, uma vez que acabam por passar mais tempo com cada doente.

Considera-se livre do seu cancro hoje?
Não.

E não pensa que, no fundo, teve sobretudo sorte – pelo facto de o seu tumor ter sido operável e de a quimioterapia e a radioterapia terem resultado?
Eu não sou uma experiência científica. O que digo no meu livro não se baseia no sucesso ou no fracasso do meu caso pessoal – e ainda bem. Não possuo nenhum método garantido a 100 por cento, não sei o que me irá acontecer daqui a três meses ou três anos. Mas isso não altera a validade do que digo. Tento pôr todas as chances do meu lado, mas em relação ao resto não tenho qualquer controlo. Claro que poderíamos dizer que tive sorte: quando olhamos para as estatísticas, há menos de dois por cento das pessoas com a mesma doença que eu e que estão hoje no mesmo ponto que eu.

O que faz actualmente?
Lancei um programa de investigação com o Centro de Estudo do Cancro MD Anderson de Houston [Universidade do Texas], para testar a minha abordagem através de medições biológicas. Queremos ver como é que as mudanças de estilo de vida modificam a natureza do terreno do corpo, fazendo com que as células cancerosas tenham menos hipóteses de proliferar. E estou a trabalhar num livro de receitas de cozinha, com indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o resultado seja saboroso.

Dicas
Alguns ingredientes do estilo de vida "anticancro", a consumir em simultâneo

  • Eliminar açúcar e farinhas brancas, promotoras de cancros. Num século, o consumo per capita de açúcares refinados passou de uns quilos por ano para 80 nos EUA, a maior parte dissimulada nos alimentos (uma lata de refrigerante açucarado contém 12 pacotes de açúcar). Substituir por farinhas integrais, arroz integral ou basmati, massa semi-integral, pão multicereais, lentilhas, feijão, chocolate preto, frutos vermelhos.


  • Restabelecer o equilíbrio ómega 3/ómega 6, gorduras essenciais que o organismo só pode ir buscar aos alimentos. No Ocidente, os óleos alimentares industriais e a mudança de alimentação do gado levaram a um excesso de ómega 6, promotor da proliferação celular e da inflamação (que o ómega 3 inibe). Alimentos que promovem o equilíbrio: carne, ovos e lacticínios "bio", leite e iogurtes de soja, azeite. Alimentos ricos em ómega 3: óleo de linhaça, sardinhas e atum (em azeite quando são de lata), salmão, etc.


  • Consumir muita fruta e legumes evitando os pesticidas. Servan-Schreiber prefere fruta e legumes "bio" no caso dos frutos vermelhos, uvas, pepinos, aipo, espinafres, feijão-verde, courgettes, etc. (se não forem "bio", podem ser lavados ou descascados para diminuir os resíduos). Brócolos, couves, tomates, cebolas, beringelas, ervilhas, abacates, mangas, ameixas, etc. estão menos contaminados. Certos frutos e legumes poderão ter uma acção anticancro específica (e variável conforme o cancro). O chá verde e o vinho tinto (um copo por dia) também. Convém ainda banir certos produtos cosméticos, arejar as peças de roupa após limpeza a seco, não aquecer os alimentos em recipientes de plástico duro e não beber água da torneira nas zonas de agricultura intensiva.


  • Saber pedir ajuda e gerir o stress. As redes de amizade deterioraram-se, pelo menos nos EUA, porque a mobilidade das pessoas aumentou. Os doentes com cancro que têm amigos chegados e maior apoio psicológico parecem, segundo alguns estudos, resistir melhor à doença. E diversas técnicas de relaxação permitem gerir o stress. O stress em si, explica o médico, não é responsável pela diminuição das defesas imunitárias; é-o indirectamente pela maneira como lidamos com ele. O mais prejudicial é o sentimento de impotência, de perda de controlo sobre a sua própria vida.


  • Manter bons níveis de vitamina D e evitar a sedentariedade. As pessoas trabalham muito menos no exterior, o que fez diminuir a actividade física e, nas regiões com pouco sol, dos níveis de vitamina D - vitamina que, explica Servan-Schreiber, tem uma acção anticancro. Muitos especialistas já aconselham andar a pé 30 minutos por dia, seis dias por semana. E, para compensar o défice em vitamina D, pode-se apanhar mais sol, tomar suplementos vitamínicos ou mesmo... engolir de vez em quando uma colher de óleo de fígado de bacalhau."

  • Boas decisões e...

    Abraços saudáveis

    domingo, 11 de abril de 2010

    "A arte do bem comer" - Michael Pollan versus "especialistas"

    Tal como a Pat Feldman, também gosto muito, de uma forma geral, daquilo que Michael Pollan nos ensina sobre comida.

    Já publiquei alguns artigos sobre ele, nomeadamente:

    Modelos económicos de geração de lucro com respeito pelas pessoas

    Realidade sobre a "imitação" de comida e "obra prima de burocratês"

    " (...) defeito de planejamento no corpo humano, uma espécie de descuido da seleção natural? "

    Hoje deixo-vos com os comentários da Pat Feldman, que considero muito oportunos e que subscrevo quase na íntegra, porque como ela, também sinto que as críticas feitas por "especialistas" (em quê???) às "20 ideias para uma alimentação saudável" feitas pelo Michael Pollan, deixam muito a desejar.

    Cliquem aqui para poderem ler as ideias do Michael Pollan, as críticas dos supostos especialistas e os comentários da própria Pat Feldman (é um artigo um pouco longo, para ser lido por quem se preocupa com a sua Saúde/Qualidade de Vida.

    Quem ler os três pontos de vista acima mencionados, observará com certeza, que nestes temas, o Bom Senso tem um papel importantíssimo nas decisões sobre a nossa alimentação, a dos nossos filhos, etc.

    Obrigado Pat Feldam pela coragem e tempo dedicado a responder a cada uma das 20 questões!

    Abraços saudáveis

    domingo, 6 de dezembro de 2009

    Os segredos de Saburo Shichi (103 anos)


    Anteontem no Globo Repórter passou uma excelente reportagem sobre os segredos da longevidade no Japão.

    Dos vários vídeos disponíveis no site da Globo sobre este documentário (comentarei e publicarei alguns nas próximas semanas), destaco um intitulado "Comer pouco e mastigar muito prolonga a vida"

    Eu sei que os meus leitores precisarão de 14 minutos para assistir a este vídeo na íntegra (clique aqui) mas vale a pena porque o os ensinamentos de Saburo Shichi são uma lição de vida que vai muito além da alimentação, como por exemplo:

    a) pratica diária de pequenos exercícios muito simples

    b) "É importante ter um diário, para você ver o que escrevia quando tinha 10 anos e depois 30. Assim, você pode lembrar sua vida, se arrepender dos erros do passado e não repeti-los"

    c) "Aprender uma coisa nova a cada dia exercita a memória e ajuda a envelhecer bem."

    d)"(...) é preciso ir devagar. "Mastigar bem: 30 vezes""[em 13 Agosto 2008, publiquei
    "A importância de mastigarmos bem os alimentos]

    e) "Os sofrimentos, as coisas tristes, as lágrimas. Você precisa se livrar de tudo isso, jogar fora. Tem que ter esperança, olhar para cima"

    f) "Os exercícios que Saburo Shochi faz hoje para manter a própria saúde foram inventados por ele para ajudar a desenvolver crianças com necessidades especiais. “A primeira coisa é estar sempre sorrindo e de um bom humor""

    g) "De oito a dez vezes por mês ele se arruma todo de vermelho. É mesmo para chamar a atenção, porque ele tem um importante compromisso. Dez anos atrás, quando tinha 93 anos de idade, o professor decidiu iniciar uma nova carreira profissional: a de palestrante. Plateias lotadas vão aprender uma lição em que ele é especialista: o segredo da longevidade."

    Abraços saudáveis

    quinta-feira, 22 de outubro de 2009

    "GRIPE A: Previna-a à mesa"


    A última revista Focus, trás um artigo interessante sobre a forma de prevenção da GRIPE A, através de alguns alimentos. Este já é um caminho com o qual simpatizo e incentivo os meus leitores a fazer.

    "GRIPE A: Previna-a à mesa

    Erga uma barreira contra a doença adoptando a alimentação certa. O que come pode reforçar as suas defesas

    (...)É em circunstâncias como esta, em que a saúde ocupa o primeiro lugar das preocupações da generalidade das pessoas, que a expressão "somos o que comemos" ganha especial importância. Sabe-se que a alimentação tem uma influência crucial no estado de saúde das pessoas e são contínuos os estudos científicos que provam os benefícios de certos alimentos. No caso da prevenção da gripe A, é especialmente importante assegurar uma alimentação saudável e apostar numa dieta que reforce o sistema imunitário e melhore a capacidade de resposta do organismo ao ataque de agentes externos. Faça a lista de compras de acordo com estes princípios e some pontos na luta contra a doença."( Gisela Afonso)

    FORTALEÇA O SISTEMA IMUNITÁRIO

    - Beba, pelo menos, um litro e meio de água por dia. Como os vírus vivem melhor em ambientes secos, manter as vias respiratórias húmidas inibem-nos de proliferar no nosso organismo. Opte pela água à temperatura ambiente e, de preferência, mineral.

    - Junte bastante cebola e alho aos cozinhados, pois são reconhecidas as suas propriedades do sistema imunitário. Pela riqueza em essências sulfuradas, são também poderosos desinfectantes.

    - Assegure a presença na ementa diária de alimentos ricos em carotenos, como cenoura, damasco seco, beterraba, batata doce, espinafre e couve, uma vez que reforçam as defesas do organismo. São também importantes os que são ricos em zinco, considerado um componente fundamental do sistema imunitário. Encontra-o no fígado e nas sementes de abóbora.

    - Beba chá de gengibre, Acredita-se que algumas das substâncias deste rizoma podem ajudar a combater o vírus da gripe

    - Faça uma dieta essencialmente vegetariana, isto é, muito rica em legumes e fruta. Ricos antioxidantes, são óptimos aliados na protecção contra agressões externas.

    - Os cogumelos shitake são um excelente antiviral, para além de serem adjuvantes no tratamento da diabetes, hipertensão, nível alto de triglicéridos e obesidade.

    - Guarde sempre um lugar na alimentação para peixes como o salmão e a sardinha. Pesquisas em curso têm explorado a relação entre ómega 3, em que são ricos, e o sistema imunitário.

    - Muitas das especiarias que compõem o caril têm propriedades antivirais. A pimenta -de-caiena, por exemplo é expectorante e ajuda a descongestionar os seios nasais. Por sua vez a capsaicina, responsável pelo gosto picante da pimenta vermelha, tem propriedades funcionais, como a dissolução de muco nos pulmões, expectorante, descongestionante, antioxidante e antibacteriana, entre outras.

    EVITE

    - Leite [haja alguém com coragem para afirmar isto!] - O seu consumo estimula a produção de muco e dificulta a cura, principalmente se esiver constipado ou tiver sinusite.

    - Alimentos ricos em gorduras saturadas - Comer carnes vermelhas em excesso enfraquece o sistema imunitário."


    Por que será que nos entopem a cabeça com a vacina e raramente nos ensinam a seguir o caminho da alimentação como forma de minizarmos, de forma saudável e com prazer (digam lá se todos os alimentos acima mencionados, não são saborosos?) ?

    Abraços saudáveis

    quinta-feira, 25 de junho de 2009

    "Reduza os seus níveis de homocisteína, para um coração mais saudável"

    Já escrevi anteriormente sobre a questão da homocisteína, mas como gostei de um pequeno texto sobre este tema que li num folheto do Celeiro, abaixo o reproduzo com a certeza que é importante que cada um faça a sua parte para reduzir ao máximo a quantidade daquela no próprio organismo (contrariamente ao colesterol, no caso da homocisteína, o ideal seria eliminá-la completamente):

    "A homocisteína é uma palavra de alarme no que diz respeito à saúde cardíaca. Pensa-se que este composto seja responsável pelo dano provocado nas nossas artérias, que pode conduzir a ataque cardíaco ou enfarte. Se tem elevados níveis de homoscisteína [porque será que tão poucos médicos falam sobre esta questão com os seus pacientes?], apresenta maior risco de formação de coágulos, que por sua vez podem ser responsáveis por trombose venosa.

    A homocisteína é formada através de proteínas obtidas a partir da dieta. O nosso organismo converte o aminoácido metionina (presente na carne) e outras fontes proteicas em homocisteína. Quando estamos saudáveis e não apresentamos carências nutricionais isto não constitui um problema. Porém, em caso de de carência nutricional, os níveis de homocisteína aumentam e podem determinar o desenvolvimento de problemas cardíacos.

    Deverão assim ser asseguradas as necessidades nutricionais de vitaminas B6 e B12, bem como de ácido fólico. A ingestão de cereais integrais e e vegetais de folha verde é indespensável. A vitamina B6 ajuda a transformar a homocisteína na inofensiva cistationa, enquanto, enquanto que o ácido fólico e a vitamina B12 a reciclam em metionina."


    Abraços saudáveis

    quarta-feira, 3 de junho de 2009

    "O sucesso do trabalho de um criador de ovelhas"

    Hoje publico o 4o e o último vídeo da série iniciada na passada sexta feira(clique aqui para vê-lo na íntegra - 3 minutos), para a descrição do qual usaria a seguinte frase retirada dele próprio:

    "criar animais saudáveis que possam, ao servir de alimentos, transferir saúde para nós."

    Assim dá vontade de comer carne!

    Abraços saudáveis

    sexta-feira, 15 de maio de 2009

    "(...) uma mutação que os inibia de efectuar a dança ritual prévia ao acto sexual para seduzir a galinha"

    No livro "VIAGEM À FELICIDADE - as novas chaves científicas" de Eduardo Punset, encontrei (mais) uma forma diferente de explicar que aquilo que comemos hoje está muito longe daquilo que comíamos no tempo dos nossos avós:

    "(...)fruto dos excessos da industrialização da produção avícola nos Estados Unidos. Na sua condição de consultora, Temple foi requerida em várias quintas onde os galos, inexplicavelmente, despedaçavam as galinhas no decorrer do acasalamento. Precisou de poucos dias para descobrir a chave do facto. A manipulação genética orientada para a produção de galos cada vez maiores e musculosos provocara, nalguns deles, uma mutação que os inibia de efectuar a dança ritual prévia ao acto sexual para seduzir a galinha. Ora bem, a genética própria da galinha impõe-lhe que não adopte uma postura de entrega e submissão ao sedutor sem o aviso prévio da dança ritual. O trágico resultado do desencontro consistia em converter a submissa galinha numa rebelde que preferia a morte a claudicar, e o belo galã um assassino.(...)"

    Como consumidores finais temos que, cada vez mais, saber escolher e tão ou mais importante, não tolerar que práticas não saudáveis (para ser simpático!) sejam premiadas com as nossas compras no supermercado.

    Abraços saudáveis,

    sábado, 25 de abril de 2009

    "Dietistas defendem que falta de dinheiro não é motivo para comer mal"

    Na sequência de conversas que tenho tido com algumas pessoas sobre o impacto da actual crise nos seus hábitos alimentares, resolvi publicar um artigo publicado no blog "Marketing de Peso", cujo conteúdo, de uma forma geral, concordo.

    "A falta de dinheiro devido à crise não é motivo para as famílias deixarem de ter uma alimentação boa, defendem os dietistas, que apontam várias soluções saudáveis. "Não é preciso comer carne [principalmente esta!] e peixe diariamente ao almoço e jantar", explicou a presidente da Associação Portuguesa dos Dietistas, atribuindo a estes alimentos um preço elevado.

    Esta opinião é corroborada pela dietista Maria Fernanda Fogaça, que considera que há um consumo muito excessivo de proteínas na alimentação. "As nossas necessidades de proteínas são de um grama por cada quilo e por dia, sendo que só metade devem ser de origem animal", referiu, adiantando: "100 gramas de carne ou de peixe têm 20 gramas de proteínas".

    Considerando o elevado preço do peixe e da carne, as duas dietistas defendem um menor consumo daqueles tipos de alimentos. Graça Raimundo aconselha, por exemplo, a confecção de feijoadas, "com pouca gordura", jardineiras ou caldeiradas, pratos que levam menos quantidades de carne e peixe.

    "Posso substituir a carne de avestruz ou o bife da vazia por carne de aves, que são mais económicas e também posso substituir a carne e o peixe por ovos e leguminosas, nomeadamente o feijão ou o grão", referiu, aconselhando também a compra de fruta da época e hortaliças. Para esta dietista, esta altura de crise económica poderá também servir para recuperar hábitos antigos, como seja o aproveitamento de restos de comida como o pão para fazer migas ou açordas.

    Outro aspecto em que as duas profissionais concordam é na ideia de que se devem evitar os pequenos-almoços fora de casa. "Criou-se muito o hábito de se tomar o pequeno-almoço fora de casa. Acaba por se comer folhados e bolos em vez do pão", disse Maria Fernanda Fogaça, adiantando que também se pode aproveitar o momento para não gastar dinheiro em produtos com açúcar [estamos a falar do dia a dia e não das excepções] . "São truques que podemos fazer e que estão ao nosso alcance e tem a ver com a organização e gestão dos nossos recursos", sintetizou Graça Raimundo.

    Para além destas "dicas", outras mais poderá seguir no seu dia a dia, mas primeiro que tudo, o que cada um tem a fazer é acreditar que é importante mudar alguns hábitos alimentares de uma forma sustentada. A partir daqui, tudo fica mais fácil!


    Abraços saudáveis

    quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

    "Pirâmide alternativa"

    Gostei da sugestão de "Pirâmide alternativa", publicada na "saberviver" de novembro de 2007:

    "Especialistas da Havard School of Public Health propõem um esquema alimentar inovador, chamado Healthy Eating Pyramid e (...)

    * Em vez de alimentos, a base da pirâmide inclui o exercício físico diário e o controlo do peso;

    * Os cereais integrais e as gorduras vegetais estão presentes na maior parte das refeições;

    * Os suplementos de cálcio substituem os lacticinios, em caso de restrição calórica;

    * Carne vermelha e manteiga; massa, arroz e pão (brancos), batatas, refirgerantes e doces devem ser consumidos apenas ocasionalmente;

    * Os suplementos multivitaminicos são recomendados para a maioria das pessoas."

    Alguns comentários do signatário a esta proposta:

    1- O exercício físico pode vir a ser a prática habitual de 10.000 passos dia (cerca de 7.5 km). Parece muito, mas regra geral, é possível conseguirmos, gradualmente, aumentar o número de passos a que a grande maioria das pessoas está habituada, mudando alguns hábitos do nosso dia a dia (Relembro, o que escrevi em "4.000.066 passos - é possível sim" ou em "Podômetro (ou pedômetro) - ferramenta que saúde, diversão e ainda une a família".
    O importante é que se mexa ao seu ritmo e num crescendo saudável e sustentado!

    Quanto ao controlo de peso, sou defensor que a perda de peso, de uma forma geral, seja uma mera consequência da nossa mudança de hábitos.

    3- Eu cada vez bebo menos leite, especialmente aquele que é produzido pensando no lucro dos produtores e não na saúde do (vejam por exemplo o artigo "Leite - verdades importantes para colocarmos em cima da mesa". Por outro lado sou defensor (especialmente para as mulheres e considerando que não têm qualquer restrição médica para o fazer) do uso de suplementos de cálcio, mesmo para quem não necessita de "restrição calórica".

    5- Concordo (e pratico) com a questão dos suplementos e não apenas os multivitaminicos (por exemplo considero importantíssimo que se tome Omega 3), mas tal como o cálcio, apenas deveremos comprá-los de fornecedores /marcas confiáveis e que não sejam produzidos a partir de princípios activos.

    Abraços saudáveis,

    domingo, 14 de dezembro de 2008

    Patrimônio Imaterial da Humanidade

    Na véspera da minha partida para Portugal, deixo-vos com um vídeo de menos de 6 minutos, que demonstra bem o prazer e o bem que faz, adotarmos uma dieta tipo mediterrânea. A reportagem completa, realizada pela Ilze Scamparini e apresentada no Globo Repórter, tem imagens lindas e depoimentos apaixonados de quem sabe viver bem.

    Aos meus leitores, para quem 6 minutos é muito tempo, deixo alguns tópicos que deveriam levar aqueles que ainda não o fazem, a incorporarem novos hábitos alimentares ao seu Estilo de Vida, a partir do início de 2009.

    (...) as civilizações da Antigüidade deixaram hábitos de uma notável coerência: a dieta mais famosa do planeta, feita de poderosos antioxidantes – como o azeite extraído das oliveiras, o vinho e o peixee vegetais exuberantes, ricos em polifenóis, um antídoto contra os males do envelhecimento.

    Inventores da medicina dietética, os povos antigos perceberam, em um passado remoto, o que a ciência só hoje anuncia: mais de 30% dos casos de câncer estão ligados à comida.

    No centro do Mediterrâneo, a Itália reina como a nação que cultivou a arte de fazer grandes pratos com os ingredientes mais simples e onde a vida dura mais tempo.

    A Dieta Mediterrânea, em breve, será declarada pela Unesco Patrimônio Imaterial da Humanidade,(...). Esse modelo de alimentação, que se tornou uma referência em várias partes do mundo, é também um estilo de vida que pode ajudar a prevenir muitas doenças. Cinqüenta anos depois de ter sido batizada como Dieta Mediterrânea, novas pesquisas confirmam aquilo que nos anos 50 foi uma intuição genial: esses produtos, bem combinados, podem favorecer uma vida muito longa e saudável.

    (...) Pioppi, no Cilento, é uma cidade balneário com um mar incontaminado. Na região viveu o cientista que deu nome à comida cotidiana dos italianos do pós-guerra e reconheceu os seus efeitos muito benéficos para a saúde: o americano Ancel Keys, especialista em fisiologia.(...).

    Nos relatos do professor Ancel Keys, a carne vermelha não aparece. A Dieta Mediterrânea era a alimentação dos pobres.

    "De fato, a carne era prevista em pouquíssimas ocasiões. Era o prato da festa. E aquilo que parecia uma privação revelou-se uma grande riqueza para essas populações", diz a responsável pelo Museu da Dieta, Tânia Batipedde.

    Nos anos 50, de cada dez americanos, cinco morriam fulminados por infarto do miocárdio ou derrame cerebral. Foi então que o cientista Ancel Keys começou um grande projeto internacional de pesquisa que nunca tinha sido feito antes no mundo: o estudo dos hábitos de 12 mil pessoas de três continentes, entre 40 e 60 anos. Vinte anos depois, só os mediterrâneos continuavam muito bem de saúde (...)

    Ancel Keys (...) morreu aos 101 anos de idade, seguindo rigorosamente a Dieta Mediterrânea.

    Nós fomos procurar a mulher que durante 40 anos foi a sua cozinheira. Delia Maria Morinelli ensinou ao médico americano o regime alimentar que pratica até hoje.

    "Comemos os nossos produtos. Agora, berinjelas, pimentões, tomates. Também feijões frescos – que são deliciosos – e feijões que fazemos secos, como grão-de-bico, lentilhas, ervilhas. Batatas, brócolis e repolhos. Carne de vaca a cada 15 dias, muito peixe, frango, coelho e frutas", explica a dona de casa.

    (...)

    Um estudo de 30 instituições européias concluiu que o consumo de 120 gramas de tomate três vezes por semana ajuda a prevenir o câncer de estômago, do esôfago, das vias respiratórias, da boca e da faringe."

    (...)

    Abraços saudáveis,

    terça-feira, 9 de dezembro de 2008

    Cliente, não coma o que eu como para a minha empresa sair da crise!

    Continuo a achar interessante a minha leitura de artigos "antigos", como o publicado na revista EXAME de 17 de Agosto de 2005, com o título "Aposta na gordura - Burger King faz sucesso nos Estados Unidos investindo em sanduíches hipercalóricos"

    "Enquanto a maior parte das empresas de fast food incorpora saladas e grelhados ao cardápio, a rede americana Burger King está conseguindo sair de uma crise com a ajuda de um sanduíche recheado com lingüiça, dois omeletes, três fatias de bacon e duas de queijo. Lançado em março nos Estados Unidos, o Enormous Omelet tem 760 calorias - quase o dobro de um Big Mac - e 50 gramas de gordura.(...).

    Com seu investimento politicamente incorreto, a Burger King conseguiu virar o jogo. Desde o lançamento do Enormous Omelet, as vendas de café da manhã da rede já cresceram 20%.

    [agora reparem no seguinte:]

    O responsável peal estratégia é Greg Brenneman - um executivo de 43 anos que faz ginástica diariamente, treina triatlo, só toma café descafeinado e prefere almoçar saladas (...) que já perdeu 10 quilos desde que assumiu a presidência do Burger King [um ano antes]".

    Pergunto aos meus leitores:

    Um homem que se preocupa com a sua própria saúde (com base nos bons hábitos alimentares que pratica), incentivar milhões de clientes a comerem uma bomba relógio como o Enormous Omelet de 760 calorias, pode de alguma forma sentir-se realizado ao ver o faturamento da empresa que lidera, a crescer por contrapartida da degradação da saúde (que com certeza em alguns casos terminará em mortes prematuras e sofridas!) dos seus próprios clientes?

    O que passará pela cabeça de Greg Brenneman, cada vez que ele recebe um relatório de vendas, que valida que mais pessoas comeram (muitas no café da manhã!!!) aquela "coisa"?

    Será ele um CEO que se preocupa com os seus clientes?

    O que ele sentiria se por algum motivo de força maior, tivesse que ingeri-la (aquela coisa) diariamente, durantes uns tempos?

    Nenhum dinheiro do mundo me faria ser visto como o homem que tirou a empresa "x" da crise ao lançar um "coisa" no mercado que vai acabar com a Qualidade de Vida dos próprios clientes.

    Abraços saudáveis,

    domingo, 30 de novembro de 2008

    Humildade (dos médicos) + diálogo = SOLUÇÕES

    Hoje escrevi o seguinte (retirei nomes e alguns trechos para não expor publicamente qualquer das pessoas envolvidas) a propósito de pacientes e ou familiares poderem, de forma por vezes não científica, discordar explicitamente das práticas de alguns médicos:

    "Começo pelo final, dizendo que admiro demais o exercício da atividade médica, graças à qual, milhões de pessoas ainda estão vivas ou pelo menos melhores do que estavam antes de serem acompanhadas/tratadas pelos respectivos médicos.

    Em seguida gostaria de lhe colocar algumas questões:

    - A saúde da população está num nível satisfatório para si?

    - Com base no conhecimento acumulado da medicina convencional e tradicional, acredita que todos os médicos, aplicam sempre a melhor solução para o respectivo paciente?

    - Acredita que a indústria farmacêutica, química, e alimentícia, nunca colocam à venda e ou incentivam remédios/alimentos (processados ou não)/produtos de higiene/etc, que saibam de antemão que possam de alguma forma nos fazer mal ou pelo menos que, nos casos dos remédios, outras alternativas mais baratas ou envolvendo meras mudanças de estilo de vida, poderiam ter uma (muito) melhor relação custo/benefício?

    - Acredita que um ou mais médicos, nunca prescreveram um remédio ou um tratamento especifico, com base nos interesses de um laboratório farmacêutico?

    - Acredita que o FDA e outras entidades reguladoras/fiscalizadoras do setor, são totalmente independentes e que os seus membros durante ou após neles exercerem as respectivas funções, nunca terão qualquer espécie de beneficio pecuniário ou não?

    - Acredita que os médicos desconhecem a qualidade da carne de vaca, porco, frango e ovos que andamos comendo ou se a conhecem, acham que, como classe formadora de opinião, não vale a pena desmascarar as prática usadas para a sua criação em confinamento, porque o output final é suficientemente saudável?

    - Acredita que os pacientes, de uma forma geral, têm conhecimento e ou temperamento suficientes para opinar/discordar/trocar idéias, com o respectivo médico em consultas que muitas vezes demoram pouco minutos?

    - Acredita que não existe uma informação válida com base científica, fora da “Pubmed”? E todos os livros publicados por jornalistas especializados nesta área (por exemplo), não são suficientemente idôneos?

    - Faz sentido médicos, como por exemplo o Dr. David Servan-Schreiber, se perguntarem porque é que os médicos (seus colegas, professores nas Universidade, etc), nunca lhes tinham falado sobre os excelentes resultados de algumas práticas chamadas de “alternativas” para curar casos de cancro (como o que ele teve e curou de forma “diferente”)?

    - Acredita que com o conhecimento de hoje, podemos afirmar sem qualquer sombra de dúvida que os remédios que são lançados no mercado, tem EFETIVA comprovação científica?

    - E na seqüência da pergunta anterior, esta comprovação científica do remédio “A” envolve um cenário com todas as variáveis interligadas, como por exemplo, tendo em conta o impacto das substâncias do remédio em causa com a mistura com o chumbo, o flúor, etc que infelizmente, os nossos corpos armazenam hoje em dia?

    - Acredita que o melhor caminho para conseguirmos SOLUÇÕES é censurar opiniões de pacientes (ou familiares), mesmo que por vezes equivocadas ou ditas com uma forte base emocional ou incentivar a população a falar aquilo que lhe vai na alma, mesmo com alguns disparates no meio?

    Concorda que se responder NÃO a pelo menos uma das minhas questões, significa que urge dialogarmos mais uns com os outros (médicos e pacientes), com humildade, para encontramos SOLUÇÕES?

    (...)

    Vamos unir esforços para conseguirmos melhorar a saúde de todos"

    Abraços saudáveis

    terça-feira, 25 de novembro de 2008

    "peitos tão grandes, o volume de ácido lático liberado é imenso e os impactos na qualidade da carne são fenomenais!"


    Na seqüencia dos comentários recebidos sobre o meu último artigo (pena que os meus leitores continuem a preferir enviar e-mails em vez de postarem no Blog para que todos possam ir sentindo as opiniões uns dos outros), resolvi hoje, publicar algo sobre o frango que comemos, socorrendo-me do mesmo livro ("O fim dos alimentos" de Paul Roberts).

    "A elasticidade [do carne do frango] é importante, pois determina a textura da carne quando cozida e, ultimamente, tem sido uma fonte de preocupação. O problema, disse Ahn [pesquisador da Iowa State University], (...) é que os avicultores têm tido muito sucesso: hoje, os frangos broilers comerciais adquirem músculo tão rapidamente que o resto da sua anatomia não consegue acompanhar. Os músculos do peito crescem tão ligeiro que as células musculares não se formam totalmente e não se conseguem relaxar por completo; o resultado é que o músculo do peito muitas vezes fica em um estado de semicontração, o que afeta a qualidade da carne. Da mesma forma, os vasos capilares no músculo do peito não se desenvolvem totalmente a ponto de nutrir todo o músculo. (...) "E às vezes uma área de tecido muscular acaba morrendo" [diz Ahn].

    Mas a maior preocupação do setor é algo denominado PSE*. O músculo do peito é composto de fibras de contração rápida, necessárias para a ave bater asas. Quando o frango é abatido, essas fibras de contração rápida encolhem-se rapidamente (...), liberando um resíduo celular, o ácido lático, no tecido muscular, onde provoca dano. Todos os frangos têm essa reação post-mortem, mas como as aves moderna têm peitos tão grandes, o volume de ácido lático liberado é imenso e os impactos na qualidade da carne são fenomenais. Os ácidos desnaturam as proteínas na carne, o que faz com que a carne fique pálida, perca a capacidade de reter umidade (daí o resíduo sangrento no fundo da embalagem no supermercado) e fique tão mole que esfarela quando cozida.
    (...)"

    Alguém explica isto aos meus leitores, quando vão comprar carne de frango no supermercado?
    É suposto, em nome de um preço baixo, nos venderem seja o que for?
    Por andarmos sem tempo para cozinhar (é importante que o arranjemos!) os responsáveis pelo que estamos comprando, podem-nos enfiar goela abaixo, aquilo que dá lucro para eles?

    Abraços saudáveis,


    * É interessante observar que PSE também ocorre entre as novas raças de porcos de rápido crescimento, cuja carne tem uma textura deficiente, [e]adquire um cinza rosado alarmante (...)

    domingo, 23 de novembro de 2008

    A nossa principal preocupação é o [dinheiro do] cliente!

    Já escrevi alguma coisa sobre a forma "não saudável" (usando uma expressão "simpática") como se cria a maior parte do gado hoje em dia e os impactos negativos na nossa saúde.

    Hoje, com base na leitura do livro "O fim dos alimentos" de Paul Roberts, vou apresentar uma técnica usada por uma empresa que todos conhecemos, que nos diz continuamente, que coloca o cliente em primeiro lugar. No final do artigo, cada um, conhecedor da verdadeira preocupação dessa multinacional (que acaba por levar as empresas menores a fazerem o mesmo para conseguirem sobreviver), pode agir em conformidade, em prol da sua própria saúde, da sua família, daqueles pelos quais é responsável pelo que eles comem, etc.

    "a carne case ready [cortes de carne embalados e customizados], também deu ao "Wal-Mart novas formas de agregar valor [ para ele próprio]. A atmosfera especial, de baixo teor de oxigénio dentro da embalagem case ready, não só retarda a deterioração por alguns dias, como também estimula a carne a "florescer" com a cor avermelhada de um bife recém-cortado - uma característica importante, já que a cor e a [falsa] aparência são os fatores que mais pesam nas decisões de compra de carne dos consumidores [alguém se sentiu enganado, como eu, quando leu esta frase?]. E, como o Wal-Mart sabe que seus fregueses não dispõem de tempo e, muitas vezes da habilidade para cozinhar meticulosamente, a carne case ready, como o porco [essa é outra história em que o consumidor é enganado e onde as "injeções" são á base de "uma salmora exclusiva que contém flavorizantes, sal e outras substâncias químicas que ajudam a reter a umidade e a realçar o sabor"], atualmente é injetada com uma solução exclusiva a fim de realçar o sabor e garantir que o corte, mesmo que excessivamente cozido, fique tão suculento quanto as carnes mais caras vendidas nos supermercados mais sofisticados. "Cozinhar em casa está-se tornando uma arte perdida", contou Bruce Peterson, diretor de perecíveis da Wal-Mart, à revista Beef em 2003. Os clientes do Wal-Mart estão na "expectativa de comprar um pedaço de carne que tenha um determinado perfil de sabor, colocá-lo no forno durante 15-20 minutos e, mesmo assim, ter algo que lhes lembre [reparem bem que não tem que ser, tem apenas que lembrar!!!], o que comiam quando estavam crescendo".
    (...)
    "Talvez você não goste do que tem que fazer para continuar fazendo negócios com o Wal-Mart, mas se sair da linha, há muitos outros fornecedores prontos para assumir o seu lugar" [Nalivka, analista do setor de carne bovina].

    Não tenho qualquer prazer em escrever qualquer coisa pouco abonatória para a empresa "A" ou "B", mas acreditem que com base no que sei hoje em dia (vou passando alguns dados a conta gotas para que os meus leitores consigam gradual e sistematicamente, incorporar nas suas mentes e consequentemente nos respectivos processos de decisão, algumas verdades do atual sistema que coloca comida no nosso prato e que nos está tornando uma população doente, onde em última instância, parte dela acaba por morrer porque alguns acionistas e executivos, pura e simplesmente querem aumentar as suas vendas e garantir determinados patamares de lucro (na minha terra, eu sei como se qualifica alguém que age premeditamente desta forma, sendo conhecedor das respectivas consequências).

    Abraços saudáveis,


    sexta-feira, 19 de setembro de 2008

    Com base na dieta "normal" ocidental de hoje, deveriamos aumentar (no mínimo) 10 vezes o nosso consumo de Ômega-3

    Na seqüência do artigo de ontem, transcrevo hoje mais uma parte da discussão sobre a importância do Ômega-3 na nossa dieta:

    “Concordo perfeitamente com vocês que existem alguns peixes que estão com quantidades de mercúrio que prejudicam a nossa saúde.
    Sugiro a compra de cavala, arenque. anchovas inteiras, sardinhas, carapau, no que se refere a peixes.

    Eu, a minha família, alguns amigos, alguns leitores e clientes que seguem o nosso programa, também consumimos Omega-3 em cápsulas (de origem confiável) e com vitamina E que ajuda a evitar a sua oxidação.

    E vou, mais uma vez, me socorrer do médico David Servan-Schreiber para explicar:

    "Há dois tipos de "ácidos graxos essenciais": o Ômega-3s e Ômega-6s. O Ômega-3s vem das algas, do plâncton e de algumas folha, incluindo grama (erva!). O Ômega-6s vem sobretudo de grãos e é encontrado em abundância na maioria dos óleos vegetais e na gordura animal, especialmente na carne de animais alimentados cm grãos. Embora o Ômega-6s também seja um importante constituinte das células, quando presente em excesso, provoca respostas inflamatórias em todo o corpo, o que pode levar a uma enorme quantidade de problemas (voltaremos ao assunto mais adiante).
    (...) alimento era perfeitamente equilibrado, com razão 1:1 de Ômegas-3s e Ômega-6s (IDEAL). Essa proporção ideal teria fornecido ao corpo os blocos de construção perfeitos para novos tipos de neurónios, os quais desenvolveram novas habilidades, tais como autoconsciência, linguagem verbal e a capacidade de utilizar ferramentas.
    Hoje, o desenvolvimento difundido de certas práticas de criação de gado, incluindo a alimentação com grãos em vez de grama (erva!), além da presença de óleo vegetal enriquecido com Ômega-6 em todo os tipos de ração, criou um desequilíbrio marcante entre Ômega-6s e o Ômega-3s. A razão típica de 3s:6s na dieta ocidental é 1:10 e de 1:20 (REALIDADE ATUAL).”

    Caros leitores, entenderam bem a diferença GRITANTE entre um anti-inflamatório (natural) que temos na dieta versus outro nutriente com características inflamatórias?

    Falaremos depois sobre as conseqüências desta desproporção

    Abraços saudáveis

    terça-feira, 5 de agosto de 2008

    Dieta mediterrânea está "agonizante"


    O artigo publicado na semana passada, na Folha de São Paulo, (leia aqui o artigo na integra), valida algo que todos sabemos, mas parece não querermos acreditar.
    A
    qualidade da nossa alimentação piorou muito e não tem sentido afirmarmos que "sempre foi assim". Abaixo alguns trechos que selecionei:

    “O uso da dieta mediterrânea, baseada em frutas e verduras frescas, caiu nos últimos 45 anos e "se encontra em estado agonizante" em sua própria área de origem. (...) sobrepeso e a obesidade aumentaram na região.

    O estudo do economista da FAO Joseg Schmidhuber assinala que a dieta mediterrânea tem seguidores no mundo todo, mas "é cada vez mais ignorada na região onde se originou".

    Diante da dieta, "elogiada pelos especialistas por manter as pessoas magras, saudáveis e longevas", a população às margens do Mediterrâneo utiliza a maior parte de sua renda para somar "grande quantidade de calorias" procedentes de carnes e gorduras.

    O maior consumo de calorias e uma menor despesa com elas (N. A. leia-se hábitos mais sedentários!) fizeram com que a Grécia se tornasse o país da União Européia UE com a média mais alta de Índice de Massa Corporal (IMC). Grande parte dos gregos tem sobrepeso ou é obesa.

    Mais da metade dos italianos, espanhóis e portugueses sofrem igualmente com sobrepeso. Espanha, Grécia e Itália (...) se transformaram nos maiores consumidores de gorduras na Europa, acrescenta o estudo.

    " Vamos fazer algo para daqui a 45 anos, a Folha de São Paulo poder trocar a palavra "agonizante" por "florescente"? A saúde de muitos de nós (ainda) e a dos nossos filhos, com certeza agradecerão!

    Abraços saudáveis