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sábado, 10 de setembro de 2011

David Servan-Schreiber - "antes de dizer adeus"


Depois de já ter lido os dois primeiros, foi com alguma emoção que comprei o último livro David Servan-Schreiber, com o título mencionado em epígrafe.

Devorei o livro em pouco mais de uma hora (leitura muito fácil!) e só posso comentar que todos, mas mesmo todos, deviamos ler as palavras de alguém que lutou, de uma forma muito especial e positiva, contra o cancro (câncer) desde os seus 31 anos.

Sabendo David Servan-Schreiber, que deveria estar a viver os seus últimos meses de vida, é exemplar a mensagem que nos deixa, sobre humildade, gestão da nossa saúde, das nossas expectativas, dos nossos medos, dos nossos afectos, da nossa força para gerir momentos menos simpáticos e da extrema importância do nosso "investimento" em relações saudáveis, na família, com os amigos, colegas,... . 

As páginas finais, só podiam ter sido escritas por um grande homem, com todas as falhas que ele admite ter tido, por exemplo, como marido.

Aplicar aquilo que ele nos ensina neste e nos livros anteriores, fará com que a nossa Qualidade de Vida e a daqueles que, de alguma forma, fazem parte da nossa vida, melhore de uma forma notória.

Compre o livro, leia-o, sugira a sua leitura/ofereça-o, a quem mais goste!
Um eterno admirador de David Servan-Schreiber

Abraços saudáveis








   


sábado, 3 de setembro de 2011

"Back to the Start"



Depois de um dia bem passado com a família, é bom a chegar a casa e ver um vídeo curto mas muito simpático como este.

Um bom fim de semana para os meus leitores e...

Abraços saudáveis (expressão que tudo a ver com a mensagem deste post!)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

"A New Risk Factor: Your Social Life" - Deveria ser uma das nossas verdadeiras PRIORIDADES de vida!


Na sequência do artigo "Felicidade- uma abordagem prática e objectiva! , publicado neste blog em 2009, no qual se falava da importância de termos um "grupo social de suporte", deixo hoje com os meus leitores, um artigo publicado ontem no The New York Times com o título mencionado em epígrafe:

"Social relationships are just as important to health as other common risk factors like smoking, lack of exercise or obesity, new research shows.

Numerous studies have suggested that strong social ties are associated with better health and longevity, but now a sweeping review of the research shows just how important social relationships really are. Researchers from Brigham Young University reviewed 148 studies that tracked the social habits of more than 300,000 people. They found that people who have strong ties to family, friends or co-workers have a 50 percent lower risk of dying over a given period than those with fewer social connections, according to the journal Plos Medicine.

The researchers concluded that having few friends or weak social ties to the community is just as harmful to health as being an alcoholic or smoking nearly a pack of cigarettes a day. Weak social ties are more harmful than not exercising and twice as risky as being obese, the researchers found.

Notably, the strongest effect was shown when studies used complex measures of social integration, focusing on a person’s family ties, friendships and work connections. In those studies, the survival rates for people with strong relationships were twice that of those with weaker ties. Single measures, like whether a person was married or living alone, weren’t good predictors of health. For instance, people who lived with others had just a 19 percent survival benefit compared with those who lived alone.

Although research has long suggested social relationships are linked with better health, it hasn’t been clear whether the effect is due to the fact that healthy people are more likely to be socially active. A person with chronic health problems has more difficulty spending time at work and with friends. While the data collected from the latest analysis don’t prove a causal relationship between health and social ties, the researchers say it is strongly suggestive, because the people studied were otherwise healthy and followed for an average of seven-and-a-half years. Even when controlling for a person’s health status, the benefit of social relationships was still evident.

There are several theories as to why social connections may improve health, including that people with strong family and social ties may be more active, more likely to seek medical care and have lower stress. “Our relationships encourage us to eat healthy, get exercise, get more sleep, see a doctor,’’ said Julianne Holt-Lunstad, associate professor of psychology at Brigham Young.

Dr. Holt-Lunstad said the research suggests that medical checkups and screenings should also include measures of social well being. “Medical care could recommend if not outright promote enhanced social connections,” she said."

Apesar da leitura do artigo, ficarem dúvidas científicas sobre os resultados alcançados com o estudo que fizeram, pessoalmente, tenho a certeza do enorme impacto das "Social Relationships" na Qualidade de Vida de cada um.

E mais uma vez, tanta coisa BOA e SIMPLES que se pode fazer nesta área, mas as PRIORIDADES de muitos, nem sempre incluem esta importantíssima vertente.

Abraços saudáveis

segunda-feira, 31 de maio de 2010

" David Servan-Schreiber: "A minha saúde é muito melhor do que antes de ter tido cancro" "

Via uma "amiga Facebook" tomei conhecimento de mais um artigo importante retirado do jornal Público com o médico David Servan-Schreiber.

"Todos somos portadores de células cancerosas, a partir de certa idade. Mas apenas uma pessoa em cada quatro vai morrer de cancro. Qual é o segredo das outras três? As suas defesas naturais, afirma o médico e cientista francês David Servan-Schreiber. E é possível estimularmos essas defesas naturais através do nosso estilo de vida, para prevenir ou lutar contra o cancro.


David Servan-Schreiber tem 49 anos e formou-se em Neuropsiquiatria pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Aos 31 anos, soube que tinha um tumor maligno no cérebro. Mas ainda cá está e diz-se de óptima saúde. Sorte? Nada disso, explicou em duas conferências – uma para médicos, a outra para o público – durante o 3.º Congresso de Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar há uma semana, em Cascais.

A luta de Servan-Schreiber contra a doença mortal com a qual convive há 18 anos levou-o a tentar desemaranhar o novelo dos inúmeros estudos científicos sobre o cancro e a tentar dar-lhe sentido, para perceber o que torna umas pessoas mais resistentes ao cancro do que outras. As suas respostas estão no livro Anticancro – Uma nova maneira de viver, editado em Portugal pela Caderno em 2008 e que se tornou um best-seller mundial.

Servan-Schreiber é um divulgador espectacular e convincente. Mas há ainda muita coisa por demonstrar cientificamente nas suas ideias. Até agora, tudo o que afirma baseia-se em estudos epidemiológicos ou em experiências in vitro e em animais. Mas argumenta que as mudanças de estilo de vida que preconiza não podem fazer mal nenhum – e que, se funcionarem, mais vale começar a aplicá-las já do que esperar.

Antes de escrever o livro receou que a sua abordagem desse falsas esperanças a outros doentes com cancro. Mas percebeu que o que acontece é que eles vivem numa situação de “falso desespero”, porque sentem que não têm qualquer controlo sobre a sua doença e a sua vida, e decidiu transmitir-lhes as suas “mensagens de verdadeira esperança”. Como um verdadeiro guru.

Você teve um cancro. Qual é a sua história?
Eu era um jovem médico universitário, cientista, director de um laboratório de estudo das emoções através de imagens do cérebro obtidas por ressonância magnética. Tinha 31 anos e era muito ambicioso. Num fim de tarde, o voluntário que devia submeter-se à experiência desse dia faltou e decidi ser eu a entrar no scanner para o substituir. Foi assim que descobri que tinha um cancro do cérebro. Tive muita sorte, porque o tumor foi apanhado muito cedo e fui operado bastante depressa.

Mas o cancro voltou.
Tudo correu bem até à recaída, há dez anos, em 2000. Dessa vez foi mais grave, porque o tumor era maior e mais agressivo. Tive de ser novamente operado e de fazer quimioterapia e radioterapia.

Foram a cirurgia e os outros tratamentos do cancro que lhe salvaram a vida das duas vezes.
Claro. Mas foi nessa altura que pensei que provavelmente isso não seria suficiente: as estatísticas de sobrevivência a este tipo de tumores não são boas. E decidi ver o que eu próprio podia fazer para reforça a capacidade de o meu corpo combater a doença.

No seu livro Anticancro descreve uma série de regras simples de estilo de vida que podem ajudar a combater a proliferação cancerosa. Quais são?
Ter atenção ao que comemos para que, se possível, a comida que ingerimos três vezes ao dia contribua para fazer abrandar a proliferação cancerosa. Como se tomássemos pequenas doses de medicamentos todos os dias. Não têm qualquer efeito tóxico – antes pelo contrário, só trazem benefícios para a saúde.

Também é preciso manter um certo nível de actividade física, pois isso estimula todas as capacidades promotoras da saúde do corpo – e em particular o sistema imunitário e a eliminação pelo organismo das substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de aprender a gerir melhor o nosso stress através de métodos simples de relaxação e de relacionamento com os outros. E, por último, devemos evitar ao máximo os produtos tóxicos cancerígenos.

Ao ler o seu livro, ficamos com a ideia de que ter um cancro para si foi quase uma coisa boa, que melhorou a sua vida.
Sem dúvida. E muitas pessoas que tiveram cancro dizem a mesma coisa – que agradecem ao seu cancro por lhes ter permitido pôr ordem na sua vida. Isso também acontece, aliás, às pessoas que sofreram um enfarte. É uma grande martelada, mas leva muitas pessoas a arrumar as suas vidas. Mas o que mais me espanta é que a minha saúde é muito melhor hoje do que antes de ter tido cancro. O meu estado de saúde é melhor aos 49 anos do que quando tinha 28 ou 29 anos.

Afirma que assistimos actualmente a uma epidemia de cancro, com maior incidência nos jovens do que no passado. Os médicos estão cientes disto, nomeadamente em relação ao cancro da mama. Quais são as causas desta epidemia?
Uma mistura de factores alteraram completamente o nosso estilo de vida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, em particular nas sociedades da Europa ocidental e da América do Norte. A nossa alimentação foi totalmente transformada, passámos a ter muito menos actividades físicas, as redes sociais e de amizade foram-se degradando – e reduzimos a nossa exposição ao sol (e, portanto, os níveis de vitamina D no organismo). Ao mesmo tempo, começámos a ser expostos a produtos químicos com uma intensidade sem precedentes. Juntos, todos estes factores criam um terreno propício à progressão do cancro no corpo humano. Não diria que provocam forçosamente o cancro, mas criam um terreno propício.

Fala-se muito da predisposição genética para o cancro e fica-se com a ideia de que há pessoas a quem calhou um “mau” número na lotaria genética. Um exemplo disso são os genes BRCA1 e 2, responsáveis pela maioria dos cancros hereditários da mama e do ovário. Mas, na sua opinião, o nosso destino não fica determinado à nascença. Acha mesmo que temos o poder de contrariar essa lotaria?
O que nos dizem estudos recentes é que, se as mulheres que têm mutações nesses genes não fizerem nada de particular, o seu risco de contrair cancro da mama é de 80 por cento. Mas também nos dizem que, quanto maior a quantidade de legumes na alimentação dessas mulheres, mais pequeno o risco.

E isso apesar das mutações: as participantes com mutações nesses genes que comiam as maiores quantidades de vegetais viram o seu risco de cancro da mama reduzido em 73 por cento em relação àquelas que comiam as quantidades mais pequenas. Cerca de 15 por cento dos cancros têm uma componente genética. Mas mesmo quando essa componente existe, os factores ligados ao estilo de vida desempenham um papel importantíssimo, tanto para fazer com que esses genes de cancro se expressem como para impedir a sua expressão.

Na alimentação, o que é que promove o cancro?
Para além do tabaco e do álcool, em primeiro lugar o açúcar e as farinhas brancas. É pena, porque as farinhas brancas são muito apetitosas. Mas no corpo elas transformam-se imediatamente em açúcar. Depois temos os óleos de girassol, soja, milho; a carne e os produtos derivados de animais criados com rações à base de soja e de milho (em vez de pastagens). Do lado dos contaminantes químicos, certos pesticidas, certos produtos químicos presentes nos perfumes e nos cosméticos (parabenos e fitalatos), o tetracloroetileno (o solvente da limpeza a seco) ou o bisfenol A (BPA), que é libertado pelos plásticos duros quando são expostos a alimentos ou líquidos quentes.

É uma agressão permanente...
É. Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que tenham bebido uma chávena de chá aquecido no microondas numa caneca de plástico duro vão morrer de cancro, porque existem imensos factores que podem compensar esse efeito. Também fazem parte da equação, do equilíbrio, o facto de ser fisicamente activo, de comer com frequência legumes anticancro, de ter bons níveis de vitamina D no organismo e uma rede social de qualidade. São os desequilíbrios que fazem aumentar as probabilidades de o cancro se desenvolver.

Mas, apesar de todas estas mudanças supostamente perigosas de dieta e outras, a esperança de vida – e de vida com qualidade – aumentou nitidamente nas sociedades ocidentais. Isso não é paradoxal?
A esperança de vida que aumentou foi a das pessoas que nasceram antes de 1950. A esperança de vida das crianças que nascem hoje nos Estados Unidos é inferior à dos seus pais. E é a primeira vez na História da humanidade que isso acontece.

Aquilo a que chama alimentos “anticancro” – biológicos, em particular – continuam a ser mais caros do que os outros. Como comer “anticancro” quando se tem uma família para alimentar?
Não é totalmente verdade que os alimentos biológicos sejam muito mais caros. Tem mesmo havido estudos sobre a questão. Mas, sobretudo, é preciso passar para uma alimentação de tipo mediterrânico, com quantidades muito mais pequenas de produtos de origem animal. Basta cortar na quantidade de carne que comemos para poupar dinheiro. Se substituirmos a carne por lentilhas e feijões, garanto que o orçamento alimentar da família diminui. E não somos obrigados a comer apenas alimentos biológicos. É melhor, mas não é vital. Mais vale comer brócolos, mesmo que tenham resíduos de pesticidas, do que não comer brócolos nenhuns.

A carne não é importante para o crescimento das crianças?
As crianças vegetarianas têm um crescimento tão saudável como o das outras. A alimentação tem de fornecer proteínas, mas uma mistura de feijão e de arroz, por exemplo, fornece a mesma quantidade de proteínas que um bife.

Há uns anos, um grande estudo sobre suplementos de betacaroteno revelou-se não só decepcionante mas sugeriu mesmo que os comprimidos de beta-caroteno faziam aumentar a incidência de certos cancros. Por que é que os especialistas insistem neste tipo de estudos se, como já referiu, um único ingrediente não chega para combater o cancro?
A medicina procura sempre extrair um agente activo. O que eu tento mostrar é que isso não faz sentido. O cancro é um desequilíbrio entre inúmeros factores que o promovem e inúmeros factores susceptíveis de o travar. Se pretendermos utilizar apenas um ingrediente, o mais provável é que não observemos qualquer efeito.

Isso também vale para os ómega-3 [gorduras essenciais, contidas nomeadamente no peixe]? Explica que os ómega 3 são gorduras anticancro cruciais, mas sozinhos também não chegam?
Não, não chegam. É óbvio.

E o que é melhor, tomar um comprimido de ómega 3 ou ir buscar o ómega 3 aos alimentos?
Ir buscá-lo aos alimentos. O peixe, por exemplo, que contém muito ómega 3, também tem outras coisas muito úteis, como o selénio, o iodo, para além de ser uma boa fonte de proteína animal sem muitos dos inconvenientes da carne.

Considera o álcool como um agente de cancro, mas o vinho tinto como uma excepção. Mais vale engolir um comprimido de resveratrol [o ingrediente “anticancro” responsável pelos benefícios do vinho tinto], beber vinho tinto ou comer uvas pretas?
Há menos resveratrol nas uvas do que no vinho tinto, porque a fermentação contribui para extrair o resveratrol das uvas. É difícil dar uma resposta, porque a vantagem dos comprimidos é que não contêm álcool. Mas é um facto que um pouco de vinho tinto (mesmo pouco!) parece contribuir para a eliminação do cancro e favorecer a saúde em geral. E não devemos esquecer que o vinho tinto é também benéfico para a saúde cardiovascular. Mas mal ultrapassamos certas doses, verifica-se o efeito contrário: o vinho torna-se promotor do cancro.

Diz que as margarinas que fazem baixar o colesterol contribuíram para fazer aumentar não apenas a incidência do cancro, mas também a das doenças cardiovasculares. Não é o que costumamos ouvir.
Acontece que podemos fazer diminuir o colesterol e ao mesmo tempo aumentar os riscos de doenças cardiovasculares – e é o que este tipo de margarina faz [contém ómega 6, uma outra gordura essencial que, em níveis excessivos, tem sido apontada como promotora de doenças cardiovasculares e de cancro].

A questão do colesterol é muito complexa, mas o nível de colesterol é de facto menos importante do que o equilíbrio ómega 3/ómega 6, porque não temos medicamentos para mudar este equilíbrio – que depende, portanto, unicamente da nossa dieta –, mas temos medicamentos para diminuir o colesterol. Fala-se muito do colesterol e não o suficiente do equilíbrio ómega 3/ómega 6.

Se não devemos pôr nem manteiga nem margarina na nossa torrada do pequeno-almoço, o que é que nos resta?
Azeite. É delicioso. Mas comer pão também não é uma grande ideia.

Mesmo pão integral?
O pão integral também não é a melhor escolha, tem de ser multicereais. E, mesmo assim, é muito mais aconselhável comer muesli (ou uma mistura de cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja. Isso é que contém muitas coisas que vão estimular a saúde do nosso corpo, não o pão.

Só deveríamos comer produtos frescos?
O que é preciso evitar são os chamados ácidos gordos trans – que são gorduras que não ficam rançosas e, por isso, são muito utilizadas na indústria alimentar. Mas isso, toda a gente o diz. E se consumirmos conservas, é melhor escolher as que vêm em boiões de vidro. Também podemos comer alimentos congelados.

Diz que os médicos continuam a transmitir aos seus doentes com cancro uma mensagem de “falso desespero”, ao dizerem que, em termos de estilo de vida, não há muito a fazer. Chegam a dizer que, para tal ou tal cancro, o doente pode continuar a fumar, porque isso não faz grande diferença. É possível mudar essa atitude “derrotista”?
É o que tento fazer. Nas minhas conferências, falo de um estudo que mostra uma redução de 68 por cento do risco de cancro da mama em mulheres que aprenderam a mudar o seu estilo de vida. Mas, mesmo quando há um ensaio como este, ninguém ouviu falar dele. Porquê? Porque ninguém convida os médicos a passar dois dias em Cascais, com todas as suas despesas pagas, para se inteirarem dos benefícios das frutas e dos legumes, do jogging ou das técnicas de relaxação. Há muito pouco dinheiro para fazer estudos quando não há nada que possa resultar numa patente.

Mas é preciso ter em conta que cada um destes elementos, isoladamente, pesa muito pouco na balança. Comer apenas brócolos não trava o cancro. Fazer jogging e mais nada não trava o cancro. É quando começamos a juntar todas estas coisas que obtemos resultados.

Existe uma pressão sobre os médicos por parte dos laboratórios farmacêuticos para não falarem de alterações do estilo de vida?
Não é preciso. Os laboratórios farmacêuticos não têm sequer de mexer um dedo, porque as barreiras que impedem que isto penetre a prática médica são muito efi cazes. Os médicos não recebem mais dinheiro por darem conselhos nutricionais aos seus doentes, antes pelo contrário, uma vez que acabam por passar mais tempo com cada doente.

Considera-se livre do seu cancro hoje?
Não.

E não pensa que, no fundo, teve sobretudo sorte – pelo facto de o seu tumor ter sido operável e de a quimioterapia e a radioterapia terem resultado?
Eu não sou uma experiência científica. O que digo no meu livro não se baseia no sucesso ou no fracasso do meu caso pessoal – e ainda bem. Não possuo nenhum método garantido a 100 por cento, não sei o que me irá acontecer daqui a três meses ou três anos. Mas isso não altera a validade do que digo. Tento pôr todas as chances do meu lado, mas em relação ao resto não tenho qualquer controlo. Claro que poderíamos dizer que tive sorte: quando olhamos para as estatísticas, há menos de dois por cento das pessoas com a mesma doença que eu e que estão hoje no mesmo ponto que eu.

O que faz actualmente?
Lancei um programa de investigação com o Centro de Estudo do Cancro MD Anderson de Houston [Universidade do Texas], para testar a minha abordagem através de medições biológicas. Queremos ver como é que as mudanças de estilo de vida modificam a natureza do terreno do corpo, fazendo com que as células cancerosas tenham menos hipóteses de proliferar. E estou a trabalhar num livro de receitas de cozinha, com indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o resultado seja saboroso.

Dicas
Alguns ingredientes do estilo de vida "anticancro", a consumir em simultâneo

  • Eliminar açúcar e farinhas brancas, promotoras de cancros. Num século, o consumo per capita de açúcares refinados passou de uns quilos por ano para 80 nos EUA, a maior parte dissimulada nos alimentos (uma lata de refrigerante açucarado contém 12 pacotes de açúcar). Substituir por farinhas integrais, arroz integral ou basmati, massa semi-integral, pão multicereais, lentilhas, feijão, chocolate preto, frutos vermelhos.


  • Restabelecer o equilíbrio ómega 3/ómega 6, gorduras essenciais que o organismo só pode ir buscar aos alimentos. No Ocidente, os óleos alimentares industriais e a mudança de alimentação do gado levaram a um excesso de ómega 6, promotor da proliferação celular e da inflamação (que o ómega 3 inibe). Alimentos que promovem o equilíbrio: carne, ovos e lacticínios "bio", leite e iogurtes de soja, azeite. Alimentos ricos em ómega 3: óleo de linhaça, sardinhas e atum (em azeite quando são de lata), salmão, etc.


  • Consumir muita fruta e legumes evitando os pesticidas. Servan-Schreiber prefere fruta e legumes "bio" no caso dos frutos vermelhos, uvas, pepinos, aipo, espinafres, feijão-verde, courgettes, etc. (se não forem "bio", podem ser lavados ou descascados para diminuir os resíduos). Brócolos, couves, tomates, cebolas, beringelas, ervilhas, abacates, mangas, ameixas, etc. estão menos contaminados. Certos frutos e legumes poderão ter uma acção anticancro específica (e variável conforme o cancro). O chá verde e o vinho tinto (um copo por dia) também. Convém ainda banir certos produtos cosméticos, arejar as peças de roupa após limpeza a seco, não aquecer os alimentos em recipientes de plástico duro e não beber água da torneira nas zonas de agricultura intensiva.


  • Saber pedir ajuda e gerir o stress. As redes de amizade deterioraram-se, pelo menos nos EUA, porque a mobilidade das pessoas aumentou. Os doentes com cancro que têm amigos chegados e maior apoio psicológico parecem, segundo alguns estudos, resistir melhor à doença. E diversas técnicas de relaxação permitem gerir o stress. O stress em si, explica o médico, não é responsável pela diminuição das defesas imunitárias; é-o indirectamente pela maneira como lidamos com ele. O mais prejudicial é o sentimento de impotência, de perda de controlo sobre a sua própria vida.


  • Manter bons níveis de vitamina D e evitar a sedentariedade. As pessoas trabalham muito menos no exterior, o que fez diminuir a actividade física e, nas regiões com pouco sol, dos níveis de vitamina D - vitamina que, explica Servan-Schreiber, tem uma acção anticancro. Muitos especialistas já aconselham andar a pé 30 minutos por dia, seis dias por semana. E, para compensar o défice em vitamina D, pode-se apanhar mais sol, tomar suplementos vitamínicos ou mesmo... engolir de vez em quando uma colher de óleo de fígado de bacalhau."

  • Boas decisões e...

    Abraços saudáveis

    quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

    "(...) aquilo que determina, em grande parte a saúde, são as opções que cada um toma sobre o seu estilo de vida."


    Melhorar a Qualidade de Vida
    das pessoas e ou Reduzir Custos nas empresas na área da Saúde (para além da melhora da motivação, criatividade, produtividade, etc) é um trabalho continuado de acompanhamento do envolvimento de cada uma daquelas na respectiva mudança de hábitos de uma forma consistente e prazerosa.

    E como a solução está em cada um de nós (as empresas "apenas" podem (e devem) funcionar como promotoras e incentivadoras de comportamentos saudáveis) quantos mais profissionais bem intencionados tivermos nesta área melhor.

    Por isso, é com muita satisfação que hoje tomei conhecimento do Blog do António Novaes que recomendo aos meus leitores (cliquem aqui para acessá-lo)

    E como costumo fazer, aqui têm uns trechos para conhecerem o tipo de mensagem que ele pretende passar:

    As doenças crónicas não transmissíveis (doenças cardiovasculares, cancro, patologia respiratória crónica, diabetes mellitus, as doenças osteoarticulares e as perturbações da saúde mental, como a depressão) constituem, hoje, a principal causa de morbilidade e mortalidade nas sociedades desenvolvidas.
    (...)
    A experiência acumulada permite concluir que a intervenção sobre os estilos de vida, obriga à implementação de estratégias de promoção da saúde, multissectoriais e multidisciplinares, compreensivas, diversificadas, continuadas e sujeitas a avaliação.

    Segundo a Carta de Ottawa (OMS,1986), essas estratégias podem sistematizar-se em cinco grandes domínios – definição de políticas, legislação e regulamentação; criação de ambientes de suporte; reforço da acção comunitária; informação, educação para a saúde e capacitação individual e colectiva (empoderamento) e reorientação dos serviços de saúde.”

    Dados recolhidos ao longo de anos suportam assim o facto de que aquilo que determina, em grande parte a saúde, são as opções que cada um toma sobre o seu estilo de vida. A forma como cada um vive determina o seu nível de saúde e a percepção do seu estado determina, por sua vez, a qualidade de vida. A tomada de consciência desta ligação revela ao sujeito a necessidade de terminar determinados comportamentos e adquirir novos que contribuam para a instalação de hábitos saudáveis e que lhe permitam viver a vida que tanto ambiciona. Por vezes o processo é simples, noutros casos é menos simples, inserindo-se nestes últimos aqueles em que o indivíduo, sabendo que são importantes porque o afectam de alguma forma, se vê sistematicamente impedido de resolver por si mesmo, caso contrário já há muito que o teria feito. Atendendo a este cenário, existe uma aceitação crescente de que as pessoas necessitam de um aliado com quem trabalhem, não um profissional que diagnostica e prescreve determinados tratamentos ou comportamentos a adoptar, mas sim de um que está disponível para eles, que os motiva e inspira na adopção de hábitos conducentes à melhoria da qualidade de vida. Um aliado cuja abordagem o induz a pensar em possibilidades, a utilizar os seus recursos, que o responsabiliza pela escolha do seu caminho e o desafia a ser o seu melhor, resultando no seu crescimento e alegria de viver. Alguém com quem celebra as vitórias.
    O meu contributo para a promoção de saúde, insere-se assim no domínio estratégico da capacitação individual (empoderamento) referida na Carta de Ottawa, ainda que com uma abrangência mais lata que a decorrente do conceito de saúde, introduzindo um conceito de exploração, crescimento e optimização permanentes da utilização dos recursos da pessoa, com vista ao alcance do máximo potencial e permitindo paralelamente o prazer de viver, inserindo-se desta forma no âmbito do Wellness.
    (...)"

    Caro António, agradeço as tuas sábias palavras em nome dos meu leitores e faço votos para que tenhas o maior sucesso neste teu projecto profissional (e de vida!). Aqui estou para o que necessitares!

    Abraços saudáveis

    terça-feira, 15 de dezembro de 2009

    "Entrevista com o cirurgião cardíaco Dr Mehmet Oz"


    Um ex-colega meu mandou-me a entrevista abaixo publicada na revista Veja (Brasil).
    Por abordar um tema ao qual todos deveríamos dar mais atenção, porque o seu conteúdo é rico em sugestões que podemos incorporar no nosso dia a dia e ainda por estar numa linguagem simples e acessível até mesmo aos mais "distraídos" nestas matérias, resolvi publicá-la na íntegra.

    Entrevista com o cirurgião cardíaco Dr Mehmet Oz

    Breve biografia

    Dr.Mehmet Oz nasceu em Cleveland, Ohio (EUA), dos pais turcos. Ele é casado e pai de quatro filhos. Ele se formou da Harvard Univesity em 1982, depois fez mestrado e MBA na Universidade de Pennsylvania.

    Ele é autor de mais de 350 publicações e vários livros. Em maio de 2005 estava na lista de New York Times Bestseller. Alguns livros e publicações dele junto com o colega Michael F. Roizen são:

    Veja - Existe uma fórmula para se manter jovem por mais tempo?
    Oz - Sim. Há catorze agentes principais envolvidos no envelhecimento. Sete retardam o processo, como os antioxidantes, e sete nos enfraquecem, como a atrofia muscular. É preciso manter esses agentes sob controle. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é pensar não na possibilidade de ficar doente, mas na necessidade de manter o organismo saudável. Deve-se tirar o foco da prevenção dos males e direcioná-lo para a preservação da saúde. Se ninguém mais morresse de câncer e de doenças cardiovasculares, a expectativa de vida média do ser humano subiria apenas nove anos. Isso mostra que, para aumentar consideravelmente a expectativa de vida, não basta evitar doenças. É preciso cuidar do corpo para que ele não enfraqueça. Quando uma pessoa envelhece, doenças potencialmente fatais, como o câncer e o infarto, não aparecem de imediato. Antes que elas se instalem, o corpo torna-se mais frágil e vulnerável.

    Veja - O que fazer para evitar que o corpo se torne frágil e vulnerável?
    Oz - Meu novo livro, You Staying Young (Você Sempre Jovem, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), trata exatamente desse tema. Os exercícios físicos são uma ferramenta essencial. Eles combatem o primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular.. Outros recursos importantes são alimentar-se bem e meditar. Uma boa recomendação é a prática do tai chi chuan, exercício oriental que combina equilíbrio, coordenação motora e também meditação. Se todos adotassem essas medidas, a vida média da população poderia subir para 110 anos. Quanto à alimentação, não podem faltar nutrientes como o resveratrol da uva e o licopeno do tomate, que são poderosos antioxidantes. O principal, mas também o mais difícil, é controlar a quantidade dos alimentos. De qualquer forma, todo mundo deve comer um pouco menos do que tem vontade.

    Veja - Fazer várias pequenas refeições por dia, como recomendam alguns médicos, faz bem para a saúde?
    Oz - Deve-se comer de três em três horas. Se o intervalo é maior, a taxa de hormônio grelina, que estimula a fome, começa a subir. O problema é que, após uma refeição, ainda demora trinta minutos para que a taxa desse hormônio volte a baixar. Em conseqüência disso, acaba-se comendo mais do que se deveria. O mais importante, além de comer alguma coisa a cada três horas, é trocar as refeições grandes por pequenas, intercaladas por lanchinhos. Esse conceito não foi criado por mim. É o que mostram as pesquisas científicas.

    Veja - O que o senhor considera refeições grandes e pequenas?
    Oz - Uma refeição grande ultrapassa 1 000 calorias. Uma pequena tem, no máximo, 500. Quem consome por volta de 2 000 calorias diárias pode fazer duas refeições de 300 calorias cada uma e outra maior, de até 800. Os lanchinhos podem ter até 250 calorias.

    Veja - O que deve ficar de fora do cardápio?
    Oz - Existe uma regrinha fácil de ser usada, a regra dos cinco. Para isso, é preciso examinar o rótulo dos alimentos. Cinco ingredientes não podem estar entre os primeiros listados no rótulo. São eles: gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar simples, açúcar invertido e farinha de trigo enriquecida. Dois desses nutrientes são gorduras, dois são açúcares. Os dois tipos de gordura podem estimular processos inflamatórios no fígado que forçam a produção de substâncias deletérias, como o colesterol. Também fazem com que o fígado fique menos sensível à insulina, aumentando o risco de diabetes. Os açúcares listados fazem mal por estimular a produção de insulina, o que aumenta o depósito de gordura corporal. O pior é que esses cinco itens são os mais comuns nas dietas atuais.


    Veja - O cardápio básico do brasileiro, composto de arroz, feijão, carne e salada, é saudável?
    Oz - A princípio, sim. Esse cardápio contém exatamente os nutrientes para os quais a digestão humana está preparada. Mas os brasileiros comem carnes muito gordas, o que é errado.. Antigamente, no mundo inteiro, quando os métodos de criação do gado eram mais simples, a porcentagem de gordura dos melhores cortes da carne bovina era, em média, de 4%. Hoje é de 30%. Outro problema dos hábitos alimentares do brasileiro é que ele come arroz em excesso, o que não traz nenhum benefício. Melhor seria adotar o arroz integral. Os alimentos integrais têm mais fibras, o que os mantém mais tempo no intestino e diminui a absorção de açúcar pelo organismo. Uma vantagem dos brasileiros é ter à disposição enorme variedade de frutas e vegetais maravilhosos, por preço razoável.

    Veja - Os hábitos que o senhor propõe para prolongar a vida são relativamente simples, mas exigem controle estrito sobre as atividades do dia-a-dia. Como exercer esse controle?
    Oz - A palavra-chave é automatizar. Ou seja, fazer desses hábitos uma rotina, sem precisar pensar muito neles. Acordar, escovar os dentes e passar o fio dental, para reduzir a quantidade de bactérias prejudiciais à saúde. Beber muito líquido ao longo do dia, principalmente água e chá verde.. Dormir ao menos sete horas por noite. Durante o sono se produz o hormônio do crescimento, essencial mesmo para quem já é adulto, pois prolonga a juventude. Caminhar meia hora por dia e praticar exercícios que façam suar três vezes por semana. Meditar cinco minutos diariamente, o que pode estar embutido na prática de ioga ou tai chi chuan. Evitar alimentos que estejam na regra dos cinco, que mencionei anteriormente. Uma última coisa: estreitar o relacionamento com as pessoas próximas e abster-se de julgá-las. Em vez de julgar os outros, é melhor tomar conta de si próprio.

    Veja - Abster-se de julgar os outros ajuda a manter a juventude?
    Oz - Sim, da mesma forma que resolver situações de conflito. O conflito não traz nada de positivo. É apenas desgastante. Costumo recomendar a meus pacientes que procurem as pessoas com quem mantêm uma relação de animosidade e tentem resolver o impasse. Essa é uma atitude para o bem-estar próprio. Não há nada de altruísta nela. É uma atitude egoísta.

    Veja - O que o senhor acha das dietas para emagrecer que surgem e viram moda a cada seis meses?
    Oz - Essas dietas fazem sucesso, mas são péssimas para a saúde. A alimentação não deve ser encarada como uma maratona para a perda de peso. Uma dieta que tenha como chamariz o emagrecimento rápido não é confiável. Comer menos do que o corpo necessita é uma agressão à fisiologia. Ou seja, aos processos químicos que fazem o organismo funcionar. Quando a fisiologia é desprezada, os resultados das dietas são transitórios.

    Veja - Por que o senhor recomenda cuidados com o jantar?
    Oz - Na verdade, há uma única regra a observar: deve-se jantar pelo menos três horas antes de dormir. Deitar logo após a refeição facilita o acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Além disso, comer muito tarde prejudica o sono.

    Veja - O senhor recomenda beber muita água durante o dia. Quanto se deve beber exatamente?
    Oz - Deve-se beber uma quantidade suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso varia de um dia para o outro. Em dias quentes, sua-se muito e, por isso, é preciso beber mais água. Para quem não abre mão da cafeína, sugiro chá verde. Em lugar de quatro cafezinhos por dia, beba quatro copos de chá verde. Essa bebida concentra muitos antioxidantes e nutrientes bons para a saúde.

    Veja - Muitos ambientalistas condenam o consumo de água engarrafada. Do ponto de vista da saúde, ela é melhor que a água da torneira?
    Oz - Eu acho um erro beber água engarrafada. Há dois problemas principais com ela. O primeiro é que, se a garrafa plástica não for reciclada, pode contaminar os mares e os rios. Isso prejudica o meio ambiente e, indiretamente, a saúde. O plástico das embalagens vai parar nos peixes que comemos. O resultado é que 97% das pessoas apresentam resíduos de plástico no organismo, o que interfere no sistema hormonal. Esses resíduos estimulam os receptores de estrogênio, o hormônio feminino. Em excesso, o estrogênio pode causar câncer e outros problemas. As toxinas contidas no plástico também aceleram o envelhecimento. O segundo problema é que, como a água engarrafada não apresenta vantagens com relação à água da torneira, trata-se de um desperdício de dinheiro [pessoalmente acredito que sempre que possível deveríamos beber uma água com um PH entre 6,8 e 7].

    Veja - O senhor recomenda exercícios físicos que provoquem suor. Exercícios leves são inúteis?
    Oz - Essas recomendações visam à saúde cardiovascular. Para essa finalidade, apenas os exercícios moderados ou intensos, que fazem suar, apresentam benefícios. Mas os exercícios suaves e de baixo impacto têm valor. Mesmo a caminhada movimenta grandes músculos, como os das coxas e dos quadris, que consomem muita energia. Como o gasto calórico muscular é maior durante o exercício, a queima de calorias aumenta.

    Veja - Os suplementos vitamínicos são criticados em muitos estudos científicos. O que o senhor acha deles?
    Oz - Eles são eficazes, mas prometem mais do que cumprem. Na verdade, os médicos saem da faculdade sem conhecimentos suficientes sobre os suplementos e são forçados a tirar suas próprias conclusões. De modo geral, uma suplementação só é necessária quando as vitaminas não são obtidas naturalmente com a alimentação. Por outro lado, acredito que determinadas vitaminas podem melhorar a qualidade de vida e a longevidade. Entre elas estão as vitaminas A, B, C, D e E, além de cálcio, magnésio, selênio e zinco. A vitamina D é importantíssima, pois previne câncer e osteoporose. Principalmente nos países mais frios, onde a exposição solar é restrita, os suplementos são essenciais.

    Veja - Além dos procedimentos já descritos nesta entrevista, o que mais o senhor faz para adiar o envelhecimento?
    Oz - Minha receita principal de juventude é brincar com meus filhos. Também procuro descobrir coisas novas todos os dias. Aprendo ao conversar com os outros e, apesar de ser muito assediado para responder a perguntas, por causa de minha atuação na TV, prefiro perguntar, saber como é a vida das pessoas, como elas trabalham. Isso faz minha mente exercitar-se.

    Veja - Nos últimos anos, o aperfeiçoamento do tratamento clínico fez cair o número de cirurgias cardíacas. Essa é uma tendência em outras especialidades médicas além da cardiologia?
    Oz - Sem dúvida. Os recursos clínicos tornaram-se mais eficazes tanto para a prevenção de doenças quanto para seu tratamento. Por isso, assim como na cardiologia, a cirurgia deixou de ser a primeira opção em outras áreas. Há poucos anos, quando o paciente machucava o joelho, ia direto para a sala de operação. Agora, ele vai para a sala de fisioterapia. Essa tendência também é evidente nos casos de diverticulite, uma inflamação do intestino, que passou a ser tratada com o consumo de fibras. O mesmo acontece com pacientes que apresentam doença arterial obstrutiva periférica. Antes eles iam para a faca. Agora, recebem como orientação deixar de fumar e caminhar. Mesmo que sintam dor num primeiro momento, essa é uma maneira de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para substituir os danificados.

    Veja - O senhor já esteve no Brasil. Como foi sua experiência no país?
    Oz - Visitei o Brasil há muitos anos, quando ainda era estudante de medicina. Fui ao Rio de Janeiro e conheci o doutor Ivo Pitanguy. Também fiquei deslumbrado com as frutas brasileiras e com as lojas de sucos. Elas misturam frutas e outros vegetais, uma combinação pouco convencional. Conheci o açaí, que até hoje está no meu cardápio. Compro açaí em Nova York mesmo. É um dos alimentos com maior concentração de antioxidantes. Planejo voltar ao Brasil em meados do ano que vem para gravar um programa. Quero muito ir à Amazônia e conhecer as plantas medicinais da região."

    Caro leitor, se é daqueles que ainda tem muitas pequenas mudanças por fazer no seu Estilo de Vida, sugiro que escolhe duas ou três e comece a introduzi-las no seu dia a dia, ao seu ritmo, com prazer e respeitando o seu orçamento familiar.

    Abraços saudáveis

    domingo, 6 de dezembro de 2009

    Os segredos de Saburo Shichi (103 anos)


    Anteontem no Globo Repórter passou uma excelente reportagem sobre os segredos da longevidade no Japão.

    Dos vários vídeos disponíveis no site da Globo sobre este documentário (comentarei e publicarei alguns nas próximas semanas), destaco um intitulado "Comer pouco e mastigar muito prolonga a vida"

    Eu sei que os meus leitores precisarão de 14 minutos para assistir a este vídeo na íntegra (clique aqui) mas vale a pena porque o os ensinamentos de Saburo Shichi são uma lição de vida que vai muito além da alimentação, como por exemplo:

    a) pratica diária de pequenos exercícios muito simples

    b) "É importante ter um diário, para você ver o que escrevia quando tinha 10 anos e depois 30. Assim, você pode lembrar sua vida, se arrepender dos erros do passado e não repeti-los"

    c) "Aprender uma coisa nova a cada dia exercita a memória e ajuda a envelhecer bem."

    d)"(...) é preciso ir devagar. "Mastigar bem: 30 vezes""[em 13 Agosto 2008, publiquei
    "A importância de mastigarmos bem os alimentos]

    e) "Os sofrimentos, as coisas tristes, as lágrimas. Você precisa se livrar de tudo isso, jogar fora. Tem que ter esperança, olhar para cima"

    f) "Os exercícios que Saburo Shochi faz hoje para manter a própria saúde foram inventados por ele para ajudar a desenvolver crianças com necessidades especiais. “A primeira coisa é estar sempre sorrindo e de um bom humor""

    g) "De oito a dez vezes por mês ele se arruma todo de vermelho. É mesmo para chamar a atenção, porque ele tem um importante compromisso. Dez anos atrás, quando tinha 93 anos de idade, o professor decidiu iniciar uma nova carreira profissional: a de palestrante. Plateias lotadas vão aprender uma lição em que ele é especialista: o segredo da longevidade."

    Abraços saudáveis

    domingo, 23 de agosto de 2009

    "MANTENHA AS RUGAS FORA DO ESPÍRITO, PORQUE O MELHOR COSMÉTICO DO MUNDO É UMA MENTE ACTIVA QUE BUSQUE SEMPRE ALGO DE NOVO"


    Folheando a revista GINGKO (#8 - NOVEMBRO 2008) , publicada antes do meu regresso a Portugal, leio o seguinte editorial da directora Ana Rita Ramos sobre o artigo de capa intitulado "SÉNIORES. SAUDÁVEIS. PRODUTIVOS. Cada vez mais pessoas gozam , em simultâneo, experiência e vitalidade. Para elas a velhice fica mais tarde.":

    "(...) A vida que interrompe velhices precoces, a vida feita de um arco-irís de descobertas. Agora é fácil perceber que o melhor cosmético do mundo é uma mente activa que busque sempre qualquer coisa de novo.
    Claro que há muita gente com velhices sombrias, homens e mulheres aprisionados em cadáveres que andam, que sentem fome, que sofrem e que resistem a morrer. Que vivem a pobreza com a força de um bofetão. E há também os velhos fechados num sono sonâmbulo. Sem curiosidades. Sem dúvidas. Homens terrívelmente adultos. Quando se esgota a juventude esgota-se também aquela capacidade de acreditarmos em tudo de novo a partir das cinzas.
    Mas hoje fala-se da reinvenção da velhice.
    (...)
    A sociedade deve estar preparada para usar a experiência desta multidão de velhos (muitos só no B.I.) e impedir que a sua memória se transforme num cemitério abandonado. Felizmente está a cair em desuso aquele factor que esteriotipava, há uma década, um indivíduo de 40 anos como pré-ultrapassado e um de 50 como um pré-aposentado.
    A partir de agora as famílias, as organizações e as empresas têm de criar condições para aproveitar esta experiência que vale ouro. Da mesma maneira que, há meio século, desenharam funções para serem atractivas para as mulheres, hoje têm de fazer o mesmo para os mais velhos. Caso contrário , muito talento e experiência estarão a ser chutados pela janela fora. É preciso criar alternativas de trabalho em part-time ou horários flexíveis. Estas mudanças serão boas para os negócios, para as pessoas e para a economia. Porque a reforma é apenas o fim da vida activa. Não é o fim da da vida.
    (...)"

    O signatário com 45 anos, valida as palavras da Ana Rita Ramos e com a energia que sente no dia a dia, juntamente com a vontade crescente de agregar valor aquilo que faz, tem a certeza que nem a metade do percurso profissional, chegou!

    Abraços saudáveis

    sábado, 15 de agosto de 2009

    "(...) os portugueses (...)tratam-se bastante mal(...) [os seus hábitos] vão pedir facturinha no fim da vida."


    Gostei muito do artigo do Luís Pedro Nunes, publicado na REVISTAÚNICA do jornal Expresso de hoje.

    "(...) li esta semana que os portugueses vivem em média mais uma década do que há 30 anos. Só que estes dez anitos de bónus em vez de corresponderem a uma existência com hossanas rodeados de netos e a passarinhar são esticados em miséria material, entubados e esquecidos num corredor de centro de saúde. (...) A verdade é que, entre uma cigarrada e o orgulho de ser lambão, mesmo os portugueses informados e formados tratam-se bastante mal, orgulhosamente mal, durante grande parte da vida. Somos sempre os europeus com os indicadores de desenvolvimento mais terceiros-mundistas quer no consumo de tabaco, álcool, sal, níveis de colesterol, na prática de desporto, dos que se expõem ao sol sem protecção a horas perigosas. Bah, tudo tretas. Mas que vão pedir facturinha no fim da vida. É que, depois, quando a ciência os mantém vivos e ventilados, culpam a falência do Sistema Nacional de Saúde, o Sócrates, o preço dos medicamentos, o 24 de Abril.
    A verdade é que o português anda mirrado, pouco saudável. Aparentamos ter mais uns dez anos sobre a década extra da vida que ganhámos sem merecer.
    Acabamos a morrer aos 90 com cara de 100 e stressados por não ter marchado logo aos 80."

    Faço votos (e tento dar o meu pequeno contributo nesse sentido) para que, a pouco e pouco, mais portugueses e brasileiros, ganhem consciência da importância de respeitarem mais a sua própria saúde e a dos seus filhos.
    Os próprios ganhariam em Qualidade de Vida e as empresas e o "Estado Providência" reduziriam custos, podendo aplicar as verbas poupadas em algo mais produtivo!

    Abraços saudáveis

    domingo, 26 de julho de 2009

    "Maus chefes provocam ataques de coração"


    Quando eu ainda estava no Brasil, a Isabel Stilwell publicou um artigo, cujo conteúdo, infelizmente, traduz uma verdade, facilmente reconhecida por milhões de pessoas (falando de Portugal e Brasil).

    Basta ler com alguma atenção os comentários publicados na altura pelos leitores da directora do jornal Destak, para validarmos os impactos negativos quer do ponto de vista de criação de riqueza (e nos lucros das empresas), quer a nível de saúde (Qualidade de Vida) dos respectivos colaboradores.

    Para criarmos empresas com um sistema imunitário forte que as permita ultrapassar de uma forma relativamente tranquila, fases como esta que vivemos actualmente, os accionistas com poder de decisão, devem, mais do que nunca, avaliar os seus executivos e ter a coragem de mudá-los sempre que sintam que determinados valores não estão a ser seguidos.

    Abaixo, o excelente artigo:

    "Faz muito bem em ir ao ginásio, seguir uma dieta regrada, em evitar tabaco, álcool e por aí adiante. O seu coração agradece. Mas se quer mesmo garantir a sua sobrevivência, e apesar da dificuldade em encontrar novos empregos, fuja a sete pés dos chefes incompetentes, irascíveis e injustos, porque o efeito desta gente sobre a sua saúde pode revelar-se mortal. Pelo menos é o que diz o estudo de uma equipa sueca que acompanhou mais de 3 mil trabalhadores homens, com idades entre os 18 e os 70 anos.

    A primeira tarefa pedida às cobaias foi a de que avaliassem a competência e o carácter de quem geria o seu trabalho. Depois, durante uma década, a sua saúde foi sendo avaliada, registando-se neste período 74 casos de empregados vítimas de problemas cardíacos graves, nalguns casos até fatais. Do estudo à lupa de todo este trabalho, foi possível perceber que existe, de facto, uma relação directa entre a doença e os maus chefes.

    Era esse o factor de risco que todos tinham em comum, e que assumia mais peso do que factores de risco como o tabaco, ou a falta de exercício. Perceberam também que os efeitos secundários dos chefes maus era independente do tipo de trabalho desempenhado, da classe social a que pertenciam, das habilitações que possuíam e inclusivamente do dinheiro que tinham na sua conta bancária.

    Descobriram, ainda, que o efeito que um incompetende a mandar provoca é cumulativo, ou seja, se trabalhar para um idiota aumenta em 25% a probabilidade de um enfarte, essa probabilidade crescia para 64% se o trabalhador se mantivesse naquela situação por mais de quatro anos.

    A explicação é relativamente simples: quando alguém se sente desvalorizado, sem apoio, injustiçado e traído, entra em stress agudo que leva à hipertensão e a outros distúrbios que deterioram a saúde do trabalhador. Daí a importância do apelo que estes especialistas fazem de que as estruturas estejam atentas e «abatam» rapidamente os chefes que não merecem sê-lo."

    Caro leitor, se está pensando que então não vale a pena melhorar o seu estilo de vida, desengane-se, porque se além de ter um mau chefe, tiver, por exemplo, maus hábitos alimentares, se for sedentário, dormir poucas horas, etc, não se esqueça que a probabilidade da sua bomba relógio estourar por algum lado, aumenta consideravelmente.

    E mais, talvez não esteja em condições para mudar de emprego (se é que vai mudar!), ou seja enfrentar o "chefe", mas certamente pode começar a ter hábitos mais saudáveis, tais como os Recursos Humanos tem uma palavra a dizer sobre tudo o acima falado.


    Abraços saudáveis

    sábado, 25 de julho de 2009

    "A arte de viver mais e melhor"

    Li hoje o seguinte na revista NS (do Diário de Notícias):

    "OS AVANÇOS da medicina e a melhoria das condições sanitárias aumentaram em 11 anos a longevidade das pessoas, mas o maior desafio que se coloca agora à ciência é conseguir proporcionar uma felicidade e uma qualidade que justifiquem essa soma de anos à esperança média de vida. Os especialistas dizem que não há nada como ler e praticar actividades intelectuais diversas, comer bem, declarar guerra ao sedentarismo, relacionar-se com os amigos e combater o stress, a depressão e a ansiedade para viver mais e melhor. A saúde e a alegria justificam em pleno os anos ganhos para a vida."
    AP.

    Eu sei que você, leitor, já tem noção de tudo isto, mas a minha sugestão é que da lista de coisas a fazer atrás apresentada, escolha uma ou duas para começar (se for daqueles muitos que ainda não melhoraram os respectivos estilos de vida) e pratique-as com energia positiva.

    Abraços saudáveis

    quinta-feira, 23 de julho de 2009

    "A medicina preventiva é a parte mais nobre da medicina moderna"


    Mais uma vez, as palavras do Dr. Sérgio Vaisman, levam-me a acreditar que um dia, a sociedade saberá qual o melhor caminho a seguir para maximizar a probabilidade de todos os indíviduos / famílias, terem um boa saúde.

    Um passo gigantesco é acreditarmos e praticarmos os princípios que estão por trás de uma eficiente medicina preventiva, como poderão validar, ouvindo um médico que tem pautado a sua brilhante carreira profissional, por uma verdadeira gestão da saúde (e não uma gestão da doença).

    Clique aqui para ver e ouvir um vídeo de pouco mais de 2 minutos.

    Abraços saudáveis



    domingo, 10 de maio de 2009

    "O importante é sempre o Agora. (...)"


    A entrevista feita pela Sofia Sá da Bandeira da revista perfumes&co a Maria Helena de Freitas Branco (pianista, pedagoga e a primeira professora de yoga em Portugal) é uma lição de Qualidade de Vida. Seguem alguns trechos:

    "(...)
    Sentiu-se atraída pelo silêncio, o silêncio continua a ser importante para si?

    Absolutamente. Quando aprendemos a estar em silêncio, sem pensamento, podemos contactar verdadeiramente com o que somos, com o Eterno em nós. com a própria Vida no seu sentido mais lato.

    (...)
    Como se relaciona com o tempo no seu dia-a-dia?

    Para mim, o tempo não conta. É claro que, no meu quotidiano, existem horários, (...). Mas, não é a esse tempo que me refiro, é ao tempo interior, ao tempo anímico, ao tempo mental. O tempo é sempre o momento presente. O Aqui e Agora. Cada segundo contém a eternidade.

    O passado não conta?

    O passado é qualquer coisa que já foi, é uma memória, que tem a importância que tem, mas não devemos ficar presos a ele.


    Há quem esteja sempre a remover as mesmas memórias, muitas vezes, memórias pesadas pouco agradáveis.

    Os pensamentos são energia. Essas pessoas estão normalmente numa frequência vibratória negativa, a sua mente está sub-jugada à memória do passado, a sua realidade é distorcida, sentem-se infelizes, alienadas, porque são permanentemente arrancadas pela própria voracidade do seu próprio pensamento, ao Aqui e e Agora. Estão separadas da Vida. A vida está sempre no momento presente.

    E o futuro?


    Nem o passado, nem o futuro são importantes face ao momento presente. Se estivermos no Aqui e Agora, o momento amplia-se para a sua verdadeira dimensão, torna-se vasto, profundo. Se eu estivesse agora, aqui, consigo, a pensar no que vou fazer daqui a pouco não estaria bem a viver, porque não estaria inteiramente presente. O Agora é poderoso. Sagrado. Quando nos afastamos dele tornamo-nos ansiosos, negativos inquietos.

    Nessa dimensão, os planos para o futuro não são muito importantes?


    Apenas como esboço, como possibilidade. O importante é sempre o Agora. O futuro é secundário, é uma abstracção, não existe, é um pensamento. É a presença consciente do Agora que constrói o futuro. Essa consciência, essa presença muda tudo. Tudo. Até a relação com os outros.

    No entanto, tudo se submete à passagem do Tempo, tudo flui.

    Sim, tudo flui, nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos, mas tudo o que acontece, é no Agora. Nesse sentido, o Tempo não existe. É um paradoxo. O importante é aceitarmos o que acontece, estarmos conscientes no presente, unidos ao momento, cúmplices do Agora. Quando o fazemos desligamos o Tempo e aí, tudo se amplia.

    Deveria existir, nas escolas, uma disciplina que nos ensinasse a meditar?
    Absolutamente. Bastariam cinco minutos por dia. Olhe que é difícil tentar estar quieto, não pensar em nada, mesmo em nada, durante cinco minutinhos. É dificílimo.

    Qual é o maior benefício que nos traz esse estar presente no momento
    , esse esvaziar da mente?

    Paz interior. Uma segurança muito grande. Tudo muda. Quando estamos separados do momento, estamos cheios de ruído, presos aos pensamentos confusos, reactivos, perdidos dentro de nós mesmos. Quando estamos no Aqui e Agora, o ruído, a confusão, a agitação, cessam dentro de nós. O que é insignificante desaparece.

    Dar é importante?

    É fundamental. O movimento da vida é sempre um fluir, é como o movimento das ondas. Dar qualquer coisa aos outros, pode ser uma palavras, um sorriso, um estímulo, seja o que for. Quem só se vê a si próprio, quem se fecha sobre si, na sua própria concha, esses sim, está a perder tempo, a energia não flui, está moribundo. Não há criatividade. Não há amor. Não há vida.
    (...)"

    Abraços saudáveis,

    domingo, 14 de dezembro de 2008

    Patrimônio Imaterial da Humanidade

    Na véspera da minha partida para Portugal, deixo-vos com um vídeo de menos de 6 minutos, que demonstra bem o prazer e o bem que faz, adotarmos uma dieta tipo mediterrânea. A reportagem completa, realizada pela Ilze Scamparini e apresentada no Globo Repórter, tem imagens lindas e depoimentos apaixonados de quem sabe viver bem.

    Aos meus leitores, para quem 6 minutos é muito tempo, deixo alguns tópicos que deveriam levar aqueles que ainda não o fazem, a incorporarem novos hábitos alimentares ao seu Estilo de Vida, a partir do início de 2009.

    (...) as civilizações da Antigüidade deixaram hábitos de uma notável coerência: a dieta mais famosa do planeta, feita de poderosos antioxidantes – como o azeite extraído das oliveiras, o vinho e o peixee vegetais exuberantes, ricos em polifenóis, um antídoto contra os males do envelhecimento.

    Inventores da medicina dietética, os povos antigos perceberam, em um passado remoto, o que a ciência só hoje anuncia: mais de 30% dos casos de câncer estão ligados à comida.

    No centro do Mediterrâneo, a Itália reina como a nação que cultivou a arte de fazer grandes pratos com os ingredientes mais simples e onde a vida dura mais tempo.

    A Dieta Mediterrânea, em breve, será declarada pela Unesco Patrimônio Imaterial da Humanidade,(...). Esse modelo de alimentação, que se tornou uma referência em várias partes do mundo, é também um estilo de vida que pode ajudar a prevenir muitas doenças. Cinqüenta anos depois de ter sido batizada como Dieta Mediterrânea, novas pesquisas confirmam aquilo que nos anos 50 foi uma intuição genial: esses produtos, bem combinados, podem favorecer uma vida muito longa e saudável.

    (...) Pioppi, no Cilento, é uma cidade balneário com um mar incontaminado. Na região viveu o cientista que deu nome à comida cotidiana dos italianos do pós-guerra e reconheceu os seus efeitos muito benéficos para a saúde: o americano Ancel Keys, especialista em fisiologia.(...).

    Nos relatos do professor Ancel Keys, a carne vermelha não aparece. A Dieta Mediterrânea era a alimentação dos pobres.

    "De fato, a carne era prevista em pouquíssimas ocasiões. Era o prato da festa. E aquilo que parecia uma privação revelou-se uma grande riqueza para essas populações", diz a responsável pelo Museu da Dieta, Tânia Batipedde.

    Nos anos 50, de cada dez americanos, cinco morriam fulminados por infarto do miocárdio ou derrame cerebral. Foi então que o cientista Ancel Keys começou um grande projeto internacional de pesquisa que nunca tinha sido feito antes no mundo: o estudo dos hábitos de 12 mil pessoas de três continentes, entre 40 e 60 anos. Vinte anos depois, só os mediterrâneos continuavam muito bem de saúde (...)

    Ancel Keys (...) morreu aos 101 anos de idade, seguindo rigorosamente a Dieta Mediterrânea.

    Nós fomos procurar a mulher que durante 40 anos foi a sua cozinheira. Delia Maria Morinelli ensinou ao médico americano o regime alimentar que pratica até hoje.

    "Comemos os nossos produtos. Agora, berinjelas, pimentões, tomates. Também feijões frescos – que são deliciosos – e feijões que fazemos secos, como grão-de-bico, lentilhas, ervilhas. Batatas, brócolis e repolhos. Carne de vaca a cada 15 dias, muito peixe, frango, coelho e frutas", explica a dona de casa.

    (...)

    Um estudo de 30 instituições européias concluiu que o consumo de 120 gramas de tomate três vezes por semana ajuda a prevenir o câncer de estômago, do esôfago, das vias respiratórias, da boca e da faringe."

    (...)

    Abraços saudáveis,

    sábado, 13 de dezembro de 2008

    Eduardo Almeida e o Jardim Botânico de Curitiba

    Quando penso em Curitiba, das primeiras imagens que de imediato me vêem à cabeça, é o Jardim Botânico, onde como muitos dos meus leitores sabem, a Estufa Principal é o "peça" que faz a diferença, atraindo milhares de pessoas todos os anos.

    Depois de assistir à palestra "REENCONTRANDO O SENTIDO PARA A VIDA", proferida pelo Eduardo Almeida , no último dia 11, no lançamento do seu livro "BUDÔ", com certeza passarei a associar Curitiba a ele próprio, tal foi a intensidade, com que as suas belas palavras, me tocaram!

    Não conseguirei de forma alguma demonstrar aqui, as sensações que vivenciei, mas faço questão de tornar público o orgulho que senti por estar próximo a alguém, que na sua simplicidade e com muitas histórias para contar (inclusive de sobrevivência a episódios recentes, graves e tristes), é um exemplo vivo, de como cada um de nós deveria gerir as suas prioridades do dia a dia.

    Lanço aqui alguns tópicos abordados na palestra, sem a preocupação de entrar em detalhes sobre cada um deles, para que cada um dos meus leitores possa aproveitar, esta época natalina e de final do ano para, refletir sobre o que vai querer ser/fazer, de forma efetiva, com a sua vida (e da sua família) em 2009:

    "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela" (Albert Einstein)

    A vida é uma grande luta. Aos poucos sem perceber, perdemos o sentido para a vida

    Para superar estas dificuldades, precisamos de aprender a lutar, redefinindo um sentido para o ato de lutar.

    Onde começam os nossos problemas? "Tudo o que vivemos e somos, principia em nossas mentes" (Sidarta Gautama)

    Na Sociedade dos Acumuladores [de suposta riqueza material], valorizamos o sucesso e menosprezamos o fracasso, quando é através deste que mais aprendemos. No nosso Curriculum deveria ser importante incluirmos aquilo em que falhamos e o que aprendemos com isso.

    Na Sociedade dos Acumuladores, buscamos a aceitação [dos outros], de estima, de pertencimento... e não, como deveria ser, o nosso valor intrínseco (O chef Olivier Anquier não tem vergonha de aparecer de fusca porque ele reconhece o seu próprio valor intrínseco)

    A grande maioria de nós acredita que quando acumular riqueza material (externalidades), conseguirá ser feliz.

    Externalidades, são todas as coisas que intrinsecamente não têm o poder de nos fazerem felizes

    Em busca do sucesso, nós sacrificamos nossa felicidade, pois para a mente que acumula, nada nunca é suficiente (Sucesso = Felicidade?)

    ANSIEDADE = FALTA - eu não me sinto próspero, atraente ou merecedor

    Mais não significa necessariamente melhor

    Mais pode significar compensação [por algo que verdadeiramente nos falte]

    Valor intrínseco - é o reconhecimento do que se é e o se tem neste momento (precisamos aprender a viver para o dia hoje)

    Como reconhecer o nosso valor intrínseco?

    Descarte - você precisa de menos para viver (pergunte sempre se, eu quero, eu preciso, eu posso? se alguma das respostas for não, não compre)

    Era da informação-> Era do Conhecimento (acumulado) -> Era da Sabedoria (partilhe o que sabe com os outros e continue aprendendo sempre)

    Desenvolva a sua gratidão [e eu acrescento, aprenda a perdoar!]

    Aprenda a suavidade - Nas relações interpessoais, não busque ter a razão, mas sim a solução

    Desenvolva a espiritualidade (diferente de religiosidade !)

    Faça as pazes com você e com o seu corpo [foco deste Blog]

    E agora? Agora é consigo fazer a sua parte....

    Abraços saudáveis

    sexta-feira, 21 de novembro de 2008

    Investir em saúde gera "juros/dividendos" de até MAIS 12 anos com SAÚDE (é uma boa taxa não é?)

    Eu sei que nem todos se preocupam com o futuro e não poupam nada no presente. Por outro lado existe um número significativo de pessoas, que deixa de aproveitar alguns "bons momentos hoje", para ir criando uma aposentadoria tranqüila lá na frente.

    Até aqui sem novidades. Mas agora pergunto o seguinte aos meus leitores que se encaixam no último perfil:

    por que uma grande maioria, não age da mesma forma relativamente à sua saúde, não no sentido de trocar saúde hoje por saúde amanhã, mas investir em saúde hoje, para beneficiar dela ainda hoje e principalmente amanhã?

    Sei que fazer isso com dinheiro é mais fácil visualizar os juros/dividendos, etc do capital aplicado no presente, mas os resultados de um estudo publicado no jornal médico britânico The Lancet, dizem-nos que:

    "Nos países europeus, a expectativa de vida para os homens na faixa dos 50 anos varia cerca de nove anos, já a diferença entre os anos de vida saudável é enorme.

    Em 2005, a expectativa de um homem estoniano com 50 anos era viver somente mais nove anos com boa saúde, ou seja, viver sem limitações. Já um típico dinamarquês poderia esperar mais 23,6 anos de uma vida saudável.

    (...) é significativa a diferença entre a expectativa de vida e os anos vividos com boa saúde nos países da Europa Ocidental e do Leste."

    Ou seja, se melhorarmos o nosso estilo de vida (investirmos em saúde, o que pode ser feito de uma forma prazerosa e ao ritmo de cada um) , poderemos receber como dividendos, até cerca de mais 12 anos com saúde.

    Para além dos “juros/dividendos” que vão retirando ao longo do tempo (boa disposição, bom humor, boa aparência, mais capacidade de raciocínio, de leitura, etc), consideram que mais 12 anos da vossa vida com saúde, é um bom retorno de investimento, ou perguntando de outra forma, é algo que faz tanto ou mais sentido que os lucros das vossas aplicações financeiras?

    Se sim, vamos começar a fazer algo nesse sentido ainda em 2008?

    Abraços saudáveis

    sábado, 15 de novembro de 2008

    A história de Jill e Terry (última parte)


    "Mas o melhor é que, dois anos depois, ainda somos os mesmos. Como nossos hábitos alimentares e o nosso paladar mudaram com o tempo, os maus hábitos puderam se transformar em bons hábitos e assim permaneceram.


    Terry costumava fazer um sanduíche sempre que estava estressado ou deprimido, mesmo depois de uma lauta refeição ou de comer em um restaurante. Hoje, ele adora uma maçã crocante no meio da tarde e ama as longas caminhadas. Também estamos dormindo bem melhor (principalmente depois que ele parou de roncar) e começamos a usar roupas de cores vivas, em vez de roupas escuras.

    Posso afirmar: se nós conseguimos, com o nosso caso grave de obsessão por comida e amor vitalício ao vinho, qualquer um consegue. O truque é nunca achar que estamos fazendo regime. Como diz Terry: "Descobri que, se a gente se enche de coisas boas, não sobra espaço para as ruins".

    O que nos salvou foi a mesma coisa que nos deixou gordos: o amor à comida. Simplesmente viramos esse amor ao contrário para amarmos comida que fosse boa para nós, em vez de comida ruim.

    Hoje estou convencida de que os "loucos por comida" têm muito mais possibilidade de ter uma vida longa e saudável. Compram alimentos frescos, sabem cozinhar e costumam envolver-se ativamente no cultivo e no preparo da boa comida. Meu novo marido gosta tanto da boa comida quanto o antigo, mas com sorte ficarei com este muito mais tempo do que com o primeiro."

    Caros leitores, viram como podemos ser mais saudáveis com mudanças prazerosas?
    Gostaria muito que o exemplo do casal Jill e Terry, influenciasse positivamente vários de vocês!

    Abraços saudáveis,

    sexta-feira, 14 de novembro de 2008

    A história de Jill e Terry (parte 2)


    "Aos poucos, na cozinha
    , fui me afastando das carnes pesadas e de carboidratos como macarrão e batata e preferindo coisa mais leve, como peixe, cereais, leguminosas, saladas, sopas, hortaliças e frutas, nozes e frutas secas para beliscar.

    Como cozinheira e autora que escreve sobre comida, descobri que, longe de ser restritivo, nosso novo estilo de vida me obrigou a ser mais criativo e natural na cozinha, encontrando jeitos de tornar o prato cremoso sem creme de leite e crocante sem frituras. Não é só a comida que pode ficar mais leve, é o todo o jeito de cozinhar: as técnicas e ferramentas que usamos, os ingredientes principais e a apresentação final. Com isso aprendi vários truques, como transformar bananas num sorvete cremosíssimo sem usar creme de leite, ovos nem açúcar, (...)

    Estudei as publicações de nutricionistas modernos, ignorei a maior parte e só absorvi o senso comum. Como comer bem 80% das vezes, deixando os outros 20% para as travessuras. O bom senso também nos diz para evitar o que o supermercado chama de comida com "baixo teor de gordura", em geral cheia de sal e adoçantes artificiais, para ter gosto de alguma coisa, e entender que, embora nozes, peixes gordurosos e abacate contenham muita gordura, trata-se de uma gordura saudável, que ajuda o organismo a absorver outros nutrientes que nos fazem bem. Sem ela, não se obtêm os benefícios. É por isso que as dietas da moda fazem mal.

    Também aprendi a cozinhar em quantidades menores do que antes, para evitar montes de sobras. (...) Também reduzimos o ímpeto à mesa, com a instituição de uma regra simples: só buscar mais comida no prato quando não houvesse nenhuma na boca. É a câmara lenta instantânea, que dá ao cérebro tempo suficiente para enviar ao corpo a mensagem "estou satisfeito".
    (...)
    Restringir a bebida a um aperitivo depois do trabalho e um vinho no jantar foi para ele [Terry] um passo enorme. Mas funcionou. Devagar e sempre, no no decorrer de dois anos, Terry perdeu 38 kg, um pouco de cada vez. O cinto apertou um furo depois, dois, três, até que foi preciso comprar um cinto novo. O médico monitorou o colesterol, a pressão arterial e o nível de ácido úrico, e ficou tão contente como se fosse com ele mesmo. O meu peso logo se estabilizou no que parece ser meu estado natural, e a antiga energia voltou. Com o tempo, descobrimos que estamos comendo menos, andando mais, bebendo mais água e aproveitando muito mais a vida. Também é bom acordar de manhã e não deixar a balança decidir por mim o meu estado de espírito."

    Continua...

    Abraços saudáveis,

    quarta-feira, 12 de novembro de 2008

    A história de Jill e Terry (parte 1)


    Na sequência do que escrevi ontem, hoje coloco aqui um testemunho (retirado da revista Seleções Reader`s Digest, no artigo Dieta a 2 - Coma melhor, perca peso e deixe seu marido mo tamanho certo) que valida que faz todo o sentido do mundo, mudarmos o nosso Estilo de Vida, de uma forma tranquila e prazerosa.

    "Se alguém me dissesse que, depois de 28 anos de casada, eu poderia trocar meu marido envelhecido, adoentado, gordo e que ronca por um saudável, de aparência mais jovem, esbelto e que não ronca, eu diria: Não. Não venha me tentar. Mas isso nem foi preciso, pois certo dia ele acordou e decidiu tomar providências quanto ao peso e à saúde. E, a partir daí, devagar e sempre, meu marido se transformou nesse outro.

    Como a maioria dos homens, Terry adora comer. Para ele toda comida é reconfortante, assim como todo o vinho. Mas depois de comer e beber em excesso durante anos, acabou não só com um baita barrigão e um peso exorbitante de 116 k, como também com o colesterol elevado e pressão alta.(...)

    Terry é escritor, crítico de restaurantes, (...) [e autor de livros].

    Em 2000, nos mudamos de Sydney para, na Austrália para londres, a fim de que eu assumisse o cargo de editora de culinária do The Times. (...). Tinhamos engordado juntos e agora também podíamos recuperar a saúde juntos.

    Como um casal louco por comida, não faríamos, de jeito algum, um regime rigoroso. Em vez disso, banimos a palavra "dieta" e falávamos, positivamente em ganhar saúde, ao contrário de "perder peso". Essa foi a grande reviravolta. Isso acabou com a provação de contagem de calorias e nos ajudou a optar por alimentos mais saudáveis.


    Fizemos um plano: não uma dieta, mas um modo de comer bem com o qual não sentíssemos que íamos abrir mão de alguma coisa. Em essência, o que fizemos foi dar mais "leveza" ao que comíamos. Passamos a comer menos carne vermelha, carne de porco e embutidos, e mais peixe, frango e hortaliças. Ele diminuiu o consumo de cerveja e só bebiamos na refeição da noite.


    Começamos a comer mingau de aveia nas manhãs de inverno e granola no verão, por causa da liberação lenta de energia. Aprendemos a escolher alimentos que fossem bons para nós e não alimentos que, supostamente, nos ajudariam a emagrecer. Decidimos que doses moderadas de chá, café, de vinho tinto e chocolate amargo eram boas, porque simplesmente não conseguiríamos viver sem elas. Trocamos as baguetes e o pão de fôrma branco por pão de fermentação natural e pão de centeio integral, cuja digestão é mais lenta."


    Continua.....

    Abraços saudáveis,