Um bom fim de semana para os meus leitores e...
Abraços saudáveis (expressão que tudo a ver com a mensagem deste post!)
Travar desigualdades e repor o equilíbrio nutricional, tendo como ponto de partida a mudança de mentalidades, é o objectivo da nova task force liderada por profissionais portugueses.
Na Europa, os maiores problemas de saúde estão associados a erros alimentares e inactividade física, com uma maior prevalência para as doenças cardiovasculares. Logo a seguir surgem os problemas associados à obesidade e à má nutrição.
De acordo com o Nutrition Awards, regista-se actualmente um aumento dos problemas provocados pelas deficiências nutricionais, potenciados pelo aumento das desigualdades sociais, baixos rendimentos e baixa escolaridade. Não é por acaso que as classes mais desfavorecidas são as que registam maior prevalência de pré-obesidade e obesidade.
Segundo afirmou durante o último Congresso de Nutrição de Alimentação João Breda, regional adviser nutrition da Organização Mundial de Saúde, nas últimas décadas o problema da obesidade continuar a crescer, apesar de todas as campanhas lançadas entretanto.
Aliás, assiste-se hoje em dia a um movimento global ao nível da nutrição. Reflexo disso são os inúmeros documentos e recomendações internacionais e nacionais que apontam sugestões e mecânicas para a tomada de consciência para o problema e uma mudança de comportamento.
A escolha de profissionais portugueses para liderar esta equipa de trabalho tem como pano de fundo algumas de medidas tomadas, em território nacional, para lutar contra a obesidade, como o Programa Fruta nas Escolas – que fornece fruta às crianças duas vezes por semana, entre outras." (fonte: GREENSAVERS)
Abraços saudáveis
David Servan-Schreiber tem 49 anos e formou-se em Neuropsiquiatria pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Aos 31 anos, soube que tinha um tumor maligno no cérebro. Mas ainda cá está e diz-se de óptima saúde. Sorte? Nada disso, explicou em duas conferências – uma para médicos, a outra para o público – durante o 3.º Congresso de Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar há uma semana, em Cascais.
A luta de Servan-Schreiber contra a doença mortal com a qual convive há 18 anos levou-o a tentar desemaranhar o novelo dos inúmeros estudos científicos sobre o cancro e a tentar dar-lhe sentido, para perceber o que torna umas pessoas mais resistentes ao cancro do que outras. As suas respostas estão no livro Anticancro – Uma nova maneira de viver, editado em Portugal pela Caderno em 2008 e que se tornou um best-seller mundial.
Servan-Schreiber é um divulgador espectacular e convincente. Mas há ainda muita coisa por demonstrar cientificamente nas suas ideias. Até agora, tudo o que afirma baseia-se em estudos epidemiológicos ou em experiências in vitro e em animais. Mas argumenta que as mudanças de estilo de vida que preconiza não podem fazer mal nenhum – e que, se funcionarem, mais vale começar a aplicá-las já do que esperar.
Antes de escrever o livro receou que a sua abordagem desse falsas esperanças a outros doentes com cancro. Mas percebeu que o que acontece é que eles vivem numa situação de “falso desespero”, porque sentem que não têm qualquer controlo sobre a sua doença e a sua vida, e decidiu transmitir-lhes as suas “mensagens de verdadeira esperança”. Como um verdadeiro guru.
Você teve um cancro. Qual é a sua história?
Eu era um jovem médico universitário, cientista, director de um laboratório de estudo das emoções através de imagens do cérebro obtidas por ressonância magnética. Tinha 31 anos e era muito ambicioso. Num fim de tarde, o voluntário que devia submeter-se à experiência desse dia faltou e decidi ser eu a entrar no scanner para o substituir. Foi assim que descobri que tinha um cancro do cérebro. Tive muita sorte, porque o tumor foi apanhado muito cedo e fui operado bastante depressa.
Mas o cancro voltou.
Tudo correu bem até à recaída, há dez anos, em 2000. Dessa vez foi mais grave, porque o tumor era maior e mais agressivo. Tive de ser novamente operado e de fazer quimioterapia e radioterapia.
Foram a cirurgia e os outros tratamentos do cancro que lhe salvaram a vida das duas vezes.
Claro. Mas foi nessa altura que pensei que provavelmente isso não seria suficiente: as estatísticas de sobrevivência a este tipo de tumores não são boas. E decidi ver o que eu próprio podia fazer para reforça a capacidade de o meu corpo combater a doença.
No seu livro Anticancro descreve uma série de regras simples de estilo de vida que podem ajudar a combater a proliferação cancerosa. Quais são?
Ter atenção ao que comemos para que, se possível, a comida que ingerimos três vezes ao dia contribua para fazer abrandar a proliferação cancerosa. Como se tomássemos pequenas doses de medicamentos todos os dias. Não têm qualquer efeito tóxico – antes pelo contrário, só trazem benefícios para a saúde.
Também é preciso manter um certo nível de actividade física, pois isso estimula todas as capacidades promotoras da saúde do corpo – e em particular o sistema imunitário e a eliminação pelo organismo das substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de aprender a gerir melhor o nosso stress através de métodos simples de relaxação e de relacionamento com os outros. E, por último, devemos evitar ao máximo os produtos tóxicos cancerígenos.
Ao ler o seu livro, ficamos com a ideia de que ter um cancro para si foi quase uma coisa boa, que melhorou a sua vida.
Sem dúvida. E muitas pessoas que tiveram cancro dizem a mesma coisa – que agradecem ao seu cancro por lhes ter permitido pôr ordem na sua vida. Isso também acontece, aliás, às pessoas que sofreram um enfarte. É uma grande martelada, mas leva muitas pessoas a arrumar as suas vidas. Mas o que mais me espanta é que a minha saúde é muito melhor hoje do que antes de ter tido cancro. O meu estado de saúde é melhor aos 49 anos do que quando tinha 28 ou 29 anos.
Afirma que assistimos actualmente a uma epidemia de cancro, com maior incidência nos jovens do que no passado. Os médicos estão cientes disto, nomeadamente em relação ao cancro da mama. Quais são as causas desta epidemia?
Uma mistura de factores alteraram completamente o nosso estilo de vida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, em particular nas sociedades da Europa ocidental e da América do Norte. A nossa alimentação foi totalmente transformada, passámos a ter muito menos actividades físicas, as redes sociais e de amizade foram-se degradando – e reduzimos a nossa exposição ao sol (e, portanto, os níveis de vitamina D no organismo). Ao mesmo tempo, começámos a ser expostos a produtos químicos com uma intensidade sem precedentes. Juntos, todos estes factores criam um terreno propício à progressão do cancro no corpo humano. Não diria que provocam forçosamente o cancro, mas criam um terreno propício.
Fala-se muito da predisposição genética para o cancro e fica-se com a ideia de que há pessoas a quem calhou um “mau” número na lotaria genética. Um exemplo disso são os genes BRCA1 e 2, responsáveis pela maioria dos cancros hereditários da mama e do ovário. Mas, na sua opinião, o nosso destino não fica determinado à nascença. Acha mesmo que temos o poder de contrariar essa lotaria?
O que nos dizem estudos recentes é que, se as mulheres que têm mutações nesses genes não fizerem nada de particular, o seu risco de contrair cancro da mama é de 80 por cento. Mas também nos dizem que, quanto maior a quantidade de legumes na alimentação dessas mulheres, mais pequeno o risco.
E isso apesar das mutações: as participantes com mutações nesses genes que comiam as maiores quantidades de vegetais viram o seu risco de cancro da mama reduzido em 73 por cento em relação àquelas que comiam as quantidades mais pequenas. Cerca de 15 por cento dos cancros têm uma componente genética. Mas mesmo quando essa componente existe, os factores ligados ao estilo de vida desempenham um papel importantíssimo, tanto para fazer com que esses genes de cancro se expressem como para impedir a sua expressão.
Na alimentação, o que é que promove o cancro?
Para além do tabaco e do álcool, em primeiro lugar o açúcar e as farinhas brancas. É pena, porque as farinhas brancas são muito apetitosas. Mas no corpo elas transformam-se imediatamente em açúcar. Depois temos os óleos de girassol, soja, milho; a carne e os produtos derivados de animais criados com rações à base de soja e de milho (em vez de pastagens). Do lado dos contaminantes químicos, certos pesticidas, certos produtos químicos presentes nos perfumes e nos cosméticos (parabenos e fitalatos), o tetracloroetileno (o solvente da limpeza a seco) ou o bisfenol A (BPA), que é libertado pelos plásticos duros quando são expostos a alimentos ou líquidos quentes.
É uma agressão permanente...
É. Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que tenham bebido uma chávena de chá aquecido no microondas numa caneca de plástico duro vão morrer de cancro, porque existem imensos factores que podem compensar esse efeito. Também fazem parte da equação, do equilíbrio, o facto de ser fisicamente activo, de comer com frequência legumes anticancro, de ter bons níveis de vitamina D no organismo e uma rede social de qualidade. São os desequilíbrios que fazem aumentar as probabilidades de o cancro se desenvolver.
Mas, apesar de todas estas mudanças supostamente perigosas de dieta e outras, a esperança de vida – e de vida com qualidade – aumentou nitidamente nas sociedades ocidentais. Isso não é paradoxal?
A esperança de vida que aumentou foi a das pessoas que nasceram antes de 1950. A esperança de vida das crianças que nascem hoje nos Estados Unidos é inferior à dos seus pais. E é a primeira vez na História da humanidade que isso acontece.
Aquilo a que chama alimentos “anticancro” – biológicos, em particular – continuam a ser mais caros do que os outros. Como comer “anticancro” quando se tem uma família para alimentar?
Não é totalmente verdade que os alimentos biológicos sejam muito mais caros. Tem mesmo havido estudos sobre a questão. Mas, sobretudo, é preciso passar para uma alimentação de tipo mediterrânico, com quantidades muito mais pequenas de produtos de origem animal. Basta cortar na quantidade de carne que comemos para poupar dinheiro. Se substituirmos a carne por lentilhas e feijões, garanto que o orçamento alimentar da família diminui. E não somos obrigados a comer apenas alimentos biológicos. É melhor, mas não é vital. Mais vale comer brócolos, mesmo que tenham resíduos de pesticidas, do que não comer brócolos nenhuns.
A carne não é importante para o crescimento das crianças?
As crianças vegetarianas têm um crescimento tão saudável como o das outras. A alimentação tem de fornecer proteínas, mas uma mistura de feijão e de arroz, por exemplo, fornece a mesma quantidade de proteínas que um bife.
Há uns anos, um grande estudo sobre suplementos de betacaroteno revelou-se não só decepcionante mas sugeriu mesmo que os comprimidos de beta-caroteno faziam aumentar a incidência de certos cancros. Por que é que os especialistas insistem neste tipo de estudos se, como já referiu, um único ingrediente não chega para combater o cancro?
A medicina procura sempre extrair um agente activo. O que eu tento mostrar é que isso não faz sentido. O cancro é um desequilíbrio entre inúmeros factores que o promovem e inúmeros factores susceptíveis de o travar. Se pretendermos utilizar apenas um ingrediente, o mais provável é que não observemos qualquer efeito.
Isso também vale para os ómega-3 [gorduras essenciais, contidas nomeadamente no peixe]? Explica que os ómega 3 são gorduras anticancro cruciais, mas sozinhos também não chegam?
Não, não chegam. É óbvio.
E o que é melhor, tomar um comprimido de ómega 3 ou ir buscar o ómega 3 aos alimentos?
Ir buscá-lo aos alimentos. O peixe, por exemplo, que contém muito ómega 3, também tem outras coisas muito úteis, como o selénio, o iodo, para além de ser uma boa fonte de proteína animal sem muitos dos inconvenientes da carne.
Considera o álcool como um agente de cancro, mas o vinho tinto como uma excepção. Mais vale engolir um comprimido de resveratrol [o ingrediente “anticancro” responsável pelos benefícios do vinho tinto], beber vinho tinto ou comer uvas pretas?
Há menos resveratrol nas uvas do que no vinho tinto, porque a fermentação contribui para extrair o resveratrol das uvas. É difícil dar uma resposta, porque a vantagem dos comprimidos é que não contêm álcool. Mas é um facto que um pouco de vinho tinto (mesmo pouco!) parece contribuir para a eliminação do cancro e favorecer a saúde em geral. E não devemos esquecer que o vinho tinto é também benéfico para a saúde cardiovascular. Mas mal ultrapassamos certas doses, verifica-se o efeito contrário: o vinho torna-se promotor do cancro.
Diz que as margarinas que fazem baixar o colesterol contribuíram para fazer aumentar não apenas a incidência do cancro, mas também a das doenças cardiovasculares. Não é o que costumamos ouvir.
Acontece que podemos fazer diminuir o colesterol e ao mesmo tempo aumentar os riscos de doenças cardiovasculares – e é o que este tipo de margarina faz [contém ómega 6, uma outra gordura essencial que, em níveis excessivos, tem sido apontada como promotora de doenças cardiovasculares e de cancro].
A questão do colesterol é muito complexa, mas o nível de colesterol é de facto menos importante do que o equilíbrio ómega 3/ómega 6, porque não temos medicamentos para mudar este equilíbrio – que depende, portanto, unicamente da nossa dieta –, mas temos medicamentos para diminuir o colesterol. Fala-se muito do colesterol e não o suficiente do equilíbrio ómega 3/ómega 6.
Se não devemos pôr nem manteiga nem margarina na nossa torrada do pequeno-almoço, o que é que nos resta?
Azeite. É delicioso. Mas comer pão também não é uma grande ideia.
Mesmo pão integral?
O pão integral também não é a melhor escolha, tem de ser multicereais. E, mesmo assim, é muito mais aconselhável comer muesli (ou uma mistura de cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja. Isso é que contém muitas coisas que vão estimular a saúde do nosso corpo, não o pão.
Só deveríamos comer produtos frescos?
O que é preciso evitar são os chamados ácidos gordos trans – que são gorduras que não ficam rançosas e, por isso, são muito utilizadas na indústria alimentar. Mas isso, toda a gente o diz. E se consumirmos conservas, é melhor escolher as que vêm em boiões de vidro. Também podemos comer alimentos congelados.
Diz que os médicos continuam a transmitir aos seus doentes com cancro uma mensagem de “falso desespero”, ao dizerem que, em termos de estilo de vida, não há muito a fazer. Chegam a dizer que, para tal ou tal cancro, o doente pode continuar a fumar, porque isso não faz grande diferença. É possível mudar essa atitude “derrotista”?
É o que tento fazer. Nas minhas conferências, falo de um estudo que mostra uma redução de 68 por cento do risco de cancro da mama em mulheres que aprenderam a mudar o seu estilo de vida. Mas, mesmo quando há um ensaio como este, ninguém ouviu falar dele. Porquê? Porque ninguém convida os médicos a passar dois dias em Cascais, com todas as suas despesas pagas, para se inteirarem dos benefícios das frutas e dos legumes, do jogging ou das técnicas de relaxação. Há muito pouco dinheiro para fazer estudos quando não há nada que possa resultar numa patente.
Mas é preciso ter em conta que cada um destes elementos, isoladamente, pesa muito pouco na balança. Comer apenas brócolos não trava o cancro. Fazer jogging e mais nada não trava o cancro. É quando começamos a juntar todas estas coisas que obtemos resultados.
Existe uma pressão sobre os médicos por parte dos laboratórios farmacêuticos para não falarem de alterações do estilo de vida?
Não é preciso. Os laboratórios farmacêuticos não têm sequer de mexer um dedo, porque as barreiras que impedem que isto penetre a prática médica são muito efi cazes. Os médicos não recebem mais dinheiro por darem conselhos nutricionais aos seus doentes, antes pelo contrário, uma vez que acabam por passar mais tempo com cada doente.
Considera-se livre do seu cancro hoje?
Não.
E não pensa que, no fundo, teve sobretudo sorte – pelo facto de o seu tumor ter sido operável e de a quimioterapia e a radioterapia terem resultado?
Eu não sou uma experiência científica. O que digo no meu livro não se baseia no sucesso ou no fracasso do meu caso pessoal – e ainda bem. Não possuo nenhum método garantido a 100 por cento, não sei o que me irá acontecer daqui a três meses ou três anos. Mas isso não altera a validade do que digo. Tento pôr todas as chances do meu lado, mas em relação ao resto não tenho qualquer controlo. Claro que poderíamos dizer que tive sorte: quando olhamos para as estatísticas, há menos de dois por cento das pessoas com a mesma doença que eu e que estão hoje no mesmo ponto que eu.
O que faz actualmente?
Lancei um programa de investigação com o Centro de Estudo do Cancro MD Anderson de Houston [Universidade do Texas], para testar a minha abordagem através de medições biológicas. Queremos ver como é que as mudanças de estilo de vida modificam a natureza do terreno do corpo, fazendo com que as células cancerosas tenham menos hipóteses de proliferar. E estou a trabalhar num livro de receitas de cozinha, com indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o resultado seja saboroso.
Dicas
Alguns ingredientes do estilo de vida "anticancro", a consumir em simultâneo
"Tenho a sorte de poder fazer relatos fidedignos dessa experiência de busca pelo bem-estar e qualidade de vida, pois eu mesma passei por profundas transformaações - em corpo e mente - nos últimos anos. Especialmente nos últimos quatro meses vivi uma fase ainda mais intensa de toda essa mudança ao experimentar a dieta Feldman.
Pode parecer estranho, mas faço questão de prestar uma homenagem à nossa grande e fiel aliada: a dor. Alarme primordial do organismo humano, essa ferramenta tão bem intencionada sempre foi injustiçada e vista com maus olhos. O fato é que ela tem um papel fundamental na vida de todos nós, pois é quem sinaliza quando algo não vai bem. A ciência em busca de confortos desenvolveu drogas extremamente potentes que lhe sugam todo o poder de aviso e precaução. Nos entorpecemos, nos escravizamos a remédios, nos desligamos do nosso corpo. Deixamos de ouvi-lo e, por fim, perdemos todo o contato. Missão cumprida: a grande interlocutora dessa comunicação foi, enfim, eliminada.
Não se trata de uma apologia à dor. De agradável, ela nada tem. O fato é que essa manifestação não ocorre por acaso, apenas para nos importunar e tirar o sossego. Por praticidade, algumas pessoas escolhem ignorá-la. Mas a mãe Natureza, sábia como ela só, dá um jeito de sobrepujar as parafernálias químicas inventadas pelos grandes laboratórios e, num grito desesperado, consegue dar o seu recado. não é possível mais ignorar que o atual estilo de vida adoece com suas eternas corridas contra o relógio, com seus pratos cheios de alimentos equivocados, com suas noites mal-dormidas e com sua saúde relegada ao sedentarismo.
Portanto, aprenda a ouvir o sábio alarme que foi projetado - minuciosamente - durante anos e anos de evolução humana. Quando a amiga dor aparece, algo precisa ser revisto, repensado, refeito. Nos cabe apenas ter respeito e coragem para saber ouvi-la e entendê-la."
Abraços saudáveis
Aqui está uma forma séria de explicar ao comum dos cidadãos, a importância dos suplementos alimentares, retirada do site Bem Estar .
"Segundo a medicina convencional, uma pessoa saudável que coma suficientemente bem para evitar deficiências nutricionais específicas não necessita de tomar suplementos. A única coisa que tem de fazer é certificar-se de que a sua dieta satisfaz a IR - Ingestão de Referência. Contudo, sabe-se que muitas pessoas não chegam a aproximar-se dos valores de IR. A maioria não come fruta e legumes em quantidade suficiente e muito menos as cinco porções diárias recomendadas. Fazemos muitas vezes escolha nutritivamente pobres. É mais provável escolhermos batatas fritas em vez de brócolos como acompanhamento e um refrigerante em vez de um copo de leite como bebida. Esses e outros alimentos não só podem trazer à nossa dieta gorduras e açúcares em excesso como também levar a que os niveis de vitaminas, minerais e fitoquímicos fiquem muito abaixo dos ideais.
Estudos realizados demonstram que o regime alimentar de muitas pessoas contém apenas metade das quantidades recomendadas de magnésio e ácido fólico. Cerca de 50% das mulheres adultas e mais de 70% das adolescentes fazem ingestões de cálcio abaixo das respectivas IR (700 e 800 mg).
As vitaminas C e B6, bem como o ferro e o zinco, são outros nutrientes de níveis nitidamente baixos na alimentação. Mesmo com o melhor dos planeamentos nutricionais é difícil manter uma alimentação que cumpra as IR para todos os nutrientes. Geralmente, considera-se que, como grupo, os vegetarianos são mais saudáveis que os indivíduos que ingerem proteínas de origem animal; no entanto, podem ter carências em determinados nutrientes, como o ferro, o cálcio e a vitamina B12. As pessoas que seguem regimes de baixas calorias têm dificuldade em obter as quantidades diárias recomendadas de vitamina E unicamente a partir dos alimentos, dado que muitas fontes alimentares desta vitamina são ricas em gorduras. Outro problema é que uma dieta equilibrada pode não conter algumas das substâncias mais especializadas — óleos de peixe, isoflavonas de soja ou ácido alfalipóico — que, segundo se crê, são benéficos para a saúde. Para uma pessoa saudável que não consiga fazer todos os dias uma alimentação equilibrada, tomar um suplemento irá preencher as lacunas nutricionais ou aumentar de bons para óptimos os níveis de nutrientes que consome.
Apesar dos seus benefícios, é importante termos presente as limitações dos suplementos. ■ Como a própria palavra sugere, um «suplemento» não se destina a substituir os nutrientes fornecidos pelos alimentos. Os suplementos nunca compensam uma alimentação incorrecta: não anulam uma ingestão elevada de gorduras saturadas, nem substituem todos os nutrientes presentes em grupos alimentares que não façam parte da nossa dieta. Além disso, embora os cientistas já tenham isolado e extraído da fruta, legumes e outros alimentos numerosos fitoquímicos capazes de combater as doenças, pode haver ainda muitos por descobrir — e que só possam ser obtidos de fontes alimentares. E pode ser que alguns dos compostos conhecidos actuem unicamente quando utilizados em combinação com outros compostos presentes noutros alimentos, e não individualmente sob a forma de suplemento. ■ Os suplementos não podem compensar hábitos que prejudicam a saúde, como a falta de exercício ou o tabagismo. Uma boa saúde exige um estilo de vida salutar. ■ Embora alguns dos benefícios atribuídos aos suplementos não estejam comprovados mas sejam plausíveis, outras afirmações são exageradas, em especial as que constam de preparados destinados à perda de peso. É duvidoso que algum destes preparados ajude a perder quilos sem obrigar a fazer opções alimentares correctas nem exercício regular. Os produtos que afirmam «queimar gorduras» só por si não queimarão as suficientes para uma perda de peso significativa. ■ Do mesmo modo, as afirmações sobre suplementos que melhoram o desempenho mental ou físico são difíceis de provar (numa pessoa saudável, qualquer «melhoria» será, por certo, limitada). Embora determinado suplemento possa melhorar a função de memória numa pessoa que esteja a sofrer episódios, ligeiros a graves, de perda de memória, o seu efeito será provavelmente mínimo na maioria dos adultos. Um suplemento que combate a fadiga não transformará o jogger normal num atleta de provas de fundo. Nem existem provas convincentes de que um suplemento «afrodisíaco» melhore o desempenho sexual. ■ Não se conhecem suplementos capazes de curar doenças graves como o cancro, a doença cardíaca, a diabetes ou a sida. Contudo, o suplemento correcto pode ajudar a melhorar um problema crónico e a aliviar sintomas como a dor ou a inflamação. Deve consultar-se sempre o médico antes de tomar suplementos como tratamento seja para o que for."
Abraços saudáveis