Mostrando postagens com marcador ESCOLA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ESCOLA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Professora usa música em aulas para crianças"

Caros leitores, gostei tanto da boa notícia que li esta manhã na R7 notícias que não aguentei esperar até ao fim do dia para publicá-la!

Mais uma vez, o Bom Senso, a Paixão por aquilo que fazemos, a procura de Resultados efectivos e sustentados, demonstram que mesmo com poucos recursos materiais, é possível fazermos acontecer!

Se a isto juntarmos o facto de estarmos a falar de Educação, de Crianças, em Guapiaçu, cidade do interior do Estado de São Paulo (Brasil) com menos de 20.000 pessoas, podemos com certeza acreditar que as soluções que precisamos para termos mais Qualidade de Vida, estão dentro de nós, assim o queiramos e trabalhemos para tal.

"Eu via muita dificuldade nas crianças e às vezes elas não expressavam. Então eu resolvi compor [o conteúdo das aulas] nas músicas que elas traziam da casa deles."
(palavras da professora Jorgeana Basseti)

Assistam vocês mesmo ao meritório trabalho da professora Jorgeana Cristina Basseti e sintam o mesmo prazer que o signatário, clicando aqui (vídeo com apenas 1m41s).

Abraços saudáveis

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"O que a chuva faz às crianças"


Mais uma abordagem interessante da Isabel Stilwell, directora do jornal Destak que nos leva a pensar até que ponto as nossas rotinas diárias, prejudicam a nossa saúde e a dos nossos filhos!

"Descobertas feitas em visitas a escolas de Lisboa:

1. Em muitas das nossas escolas as crianças não vão para o recreio quando chove. Nem quando estão constipadas, ou espirram duas vezes. E como a maioria das escolas não tem recreios tapados, há dias seguidos no Inverno em que os meninos não deixam as quatro paredes da escola, para dali seguirem para as quatro paredes de casa. Depois os adultos queixam-se que não conseguem ficar quietos ou, pior, decidem que são hiperactivos e procuram alguém que os medique. Na Noruega, só não brincam lá fora nos intervalos quando a temperatura desce abaixo dos menos 15 graus centígrados - temos um clima invejável e vivemos com medo de uns pingos…

2. Diz uma professora do ensino básico: «Os pais geralmente deixam os filhos à porta de carro e depois vêm buscá-los de carro novamente, por isso não trazem galochas nem gabardinas, e muitos deles não sabem sequer segurar num guarda-chuva. Como é que os posso levar à rua assim? Por isso, quando chove, até visitas já marcadas temos que desmarcar.»

3. A carrinha da escola, pergunto ingenuamente. Resposta: «As escolas públicas de Lisboa não têm transportes próprios e nas grandes cidades as parcerias com a Câmara são raras. Algumas escolas conseguem alugar, mas para isso os pais têm que pagar, e muitos não podem. Por isso não se vai.»

4. Uma nova norma do Ministério da Educação estipula, ao que parece, que não há passeios sem uma professora e uma auxiliar por classe. Sensato, no mínimo. Único problema, dizem-me, é que o quadro das auxiliares foi reduzido, e mesmo as vagas não são preenchidas. Por isso os meninos não saem…"

Nunca tinha reparado nesta questão (marcada a bold - negrito em brasileiro) mas aproveito para comentar o seguinte:

A minha mulher normalmente e às vezes o signatário, levamos sempre a nossa filha Carolina a pé para a escola (por isso não corremos o risco acima apresentado!) que fica a menos de cinco minutos de nossa casa. Frequentemente, saímos ao mesmo tempo que uma vizinha nossa que também tem um filho a estudar na mesma escola.

Entre o entrarem no carro, chegarem lá, estacionar e saírem do carro, significa chegarem ao mesmo tempo que nós. Basta olhar para mãe e filho para concluirmos que uma caminhadinha diária só lhe poderia fazer bem (pelo menos sempre que o tempo esteja bom!) e não é para chegarem mais rápido que vão de carro nem para seguir directo para o trabalho (a mãe depois volta para casa!).

É um exemplo daquilo que não se faz para melhorarmos a saúde (Qualidade de Vida) da nossa própria família e que acabará por se reflectir no Estilo de Vida do próprio filho da nossa vizinha.

Abraços saudáveis

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Escolas distribuem frutas e legumes para promover bons hábitos alimentares"

Aqui está um exemplo positivo do que se pode fazer para melhorar o estilo de vida de milhões de crianças e por arrasto as respectivas famílias (fonte: Público)

"As escolas do 1º ciclo vão começar a distribuir frutas e produtos hortícolas às crianças, ao abrigo de uma portaria que visa contribuir para a promoção de hábitos de consumo de alimentos benéficos para a saúde.

A portaria, hoje publicada [12/out] em Diário da República, aprova o regulamento do Regime de Fruta Escolar, estabelecendo as regras nacionais no quadro de um programa europeu.

A Comissão Europeia lançou um novo programa de distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas para incutir melhores práticas alimentares entre os mais jovens.

Para além da distribuição de frutas e legumes, o programa exige aos Estados-membros a elaboração de estratégias que incluam iniciativas educativas e de sensibilização e a partilha de bons hábitos alimentares.

Portugal é um dos 24 Estados-membros que decidiram participar no primeiro ano do novo Regime de Fruta para as Escolas. A portaria, que entra em vigor esta terça-feira, fará arrancar o programa já na segunda quinzena de Outubro.

O Regime de Fruta Escolar aplica-se nos estabelecimentos de ensino público aos cerca de 500 mil alunos que frequentam o 1º ciclo dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas.

As necessidades e produtos a disponibilizar serão avaliados anualmente. Neste ano lectivo serão distribuídas maçãs, pêras, clementinas, tangerinas, bananas, cenouras e tomates.

Os montantes consignados para distribuição gratuita e para medidas de acompanhamento no ano lectivo de 2009-2010 são, respectivamente, de 4.899.371 e 265.295 euros.

Paralelamente, serão realizadas medidas de acompanhamento do programa, nomeadamente a organização de visitas a quintas, mercados e centrais hortofrutícolas, a instalação de canteiros nas escolas, o fornecimento de materiais didácticos e de folhetos às crianças e a realização de iniciativas que visem potenciar o regulamento junto dos agregados familiares das crianças.

Cerca de 22 milhões de crianças da União Europeia têm excesso de peso, mais de cinco milhões das quais são obesas, devendo este valor registar um aumento de 400 mil por ano.

Em Portugal, a prevalência da pré-obesidade e obesidade em idade pré-escolar, escolar e adolescente é de 31 por cento, com 10 por cento de casos de obesidade.

A patologia está relacionada com um maior risco de doenças e de mortalidade precoce. Nas doenças associadas destacam-se a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares."

Cabe agora aos pais com crianças no 1o ciclo, validarem, incentivarem, colaborarem, exigirem para que este projecto se torne realidade na escola ondes os respectivos filhos estudem e claro está, o complementem através do próprio exemplo.

Abraços saudáveis

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"E de repente já andam"


Começo por agradecer aos meus leitores, os simpáticos comentários sobre o artigo Como colocar uma criança de castigo? Gostava muito que os comentários fossem publicados directamente no Blog!

Hoje, ainda falando sobre crianças, chamo a atenção para a (falta de) gestão de prioridades que a sociedade e cada um de nós, continua a teimar em não conseguir/querer optimizar.

Para tal socorro-me de um artigo publicado no passado dia 23 deste mês, no jornal metro, com o título mencionado em epígrafe.

"Pais são cada vez mais ausentes e perdem crescimento dos filhos

Primeiros passos são testemunhados através de fotos e vídeos feitos pelas creches.

A vida agitada no trabalho, a acumulação de empregos para conseguir sobreviver ou a ânsia de ir mais longe na carreira[eu acrescentaria também uma deficiente gestão da logística nas grandes cidades] deixam, muitas vezes, os filhos para segundo plano.

Tendo em conta que as crianças passam cada vez mais tempo em creches e jardins-de-infância do que em casa, a máquina fotográfica é, nos dias de hoje, uma ferramenta indispensável para as educadoras.

A solução não é a melhor mas as fotos e vídeos disponíveis na internet são a alternativa possível para que os pais possam acompanhar a primeira vez que o filho falou ou se equilibrou em pé sozinho. Momentos históricos que, no corre-corre do dia-a-dia de outra forma lhes passaria ao lado.


Passo a passo.
"É oficial: Estou a andar com doze meses." A frase aparece registada no "Caderninho Vai e Vem" do bebé, onde uma foto colorida comprova a proeza assistida pela directora e educadora de infância da creche Jardim dos Catraios.

"Há uns pais que, quando chegam para vir buscar os filhos, parecem mais ansiosos em ver o caderninho. Querem saber o que é que aconteceu durante o dia", conta a directora da creche de Faro Cátia Girão.


No Jardim dos Catraios "há muitas crianças que ficam entre dez e doze horas por dia". Por isso, ali todos têm um "Caderninho Vai e Vem", em que as educadoras registam acontecimentos importantes [ estes caderninhos também existem em Escolas onde as crianças ficam um número de horas adequadas!] . A ideia partiu da directora que sabe que que é na creche que muitas vezes os bebés coemçam a comer sozinhos ou "decidem" trocar a fralda pelo bacio. E estes são momentos cada vez mais presenciados pelas educadoras e menos pelos pais, que pouco tempo passam com os filhos.


"O ideal seria que os pais pudessem acompanhar mais o filhos, que são um factor fundamental para o crescimento harmonioso da criança", lembra o padre Lino Maiam presidente da Confederação das Instituições de Solidariedade Social.


No mundo de hoje, em que o dia parece não ter horas suficientes para se fazer tudo, as crianças são quem mais sofre com a vida agitada dos pais

Figura parental. O psicoterapeuta e neuropsicólogo Vasco Catarino Soares explica que frequentar uma creche tem as suas vantagens, uma vez que "proporciona à criança algum contacto com outras crianças de idades semelhantes e com outros adultos, o que ajuda ao desenvolvimento das relações extra família ou sociais". No entanto sublinha o especialista, "numa fase inicial da vida, a criança precisa muito mais dos cuidados, atenção e carinho das figuras parentais. Por isso dizemos que é positivo frequentar a creche mas que é muito mais importante o contacto com as figuras de cuidado mais próximas" (Raquel Madureira com Agência Lusa).


60 segundos com...

Isabel Empis

Que influência tem este afastamento dos pais, numa fase tão crucial para as vidas das crianças?

Da pior que há. Há crianças que vivem sempre com os pais em casa, mas em que a presença do pai e da mãe é "ausente".

Há falta de diálogo e falta de reconhecimento da presença da criança. Os pais têm de aprender - ou reaprender - a ter meia hora de prazer com as crianças. Olhar para elas, mas vê-las. Os tempos de hoje fizeram com que se substitua a intimidade pela eficácia.


O que aconteceu com aos avós? Perderam o seu papel no crescimento e nos primeiros passos dos netos para as creches?

O contacto com os avós, o contacto entre gerações, faz imensa falta às crianças para dar continuidade à transmissão dos valores. Hoje em dia vivemos numa sociedade que julga e na qual, antes da criança ser, já tem que parecer. (R.M)


12 hora por dia no infantário

Consequências. Passar demasiado tempo na creche pode deixar as crianças deprimidas, provocar sentimentos de abandono e baixa auto-estima. Os pedopsiquiatras defendem que seis horas diárias são o limite razoável, mas muitos meninos chegam a ficar o dobro.

Ao final do dia, os sitomas de muitas horas no infantário começam a revelar-se. "Estão cansados de nos ver, ficam irrequietos, começam a choramingar e a agredir-se uns aos outros", explica Marisa Duarte, educadora e directora da creche Beira-Rio Kids, onde a maioria das crianças passa dez horas por dia.


Deprimidas. Para o pedopsiquiatra Eduardo Sá, estes casos de "revolta" são os mais saudáveis. "Já as crianças que toleram tudo são, normalmente, as que já se cansaram de lutar: estão deprimidas", sustenta o especialista.

Defendo como limite razoável seis horas diárias, Eduardo Sá lembra que "dramaticamente" há muitas crianças que passam 12 horas numa creche. "Passam tempo de mais num berço, a olhar para um móbil que se movimenta num efeito hipnótico", lamenta o especialista.


Noite dentro.
Há creches que têm prolongamento de horário, outras funcionam por turnos e há até algumas onde as crianças podem ficar até à meia-noite ou toda a madrugada"


Vale a pena pensar sobre esta realidade e fazer algo sobre ela!


Abraços saudáveis

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"O mês de todos os reinícios"


Gostei de ler a iniciativa da Ana Rita Ramos, directora da revista GINGKO (revista que recomendo a todos os meus leitores):

"Os automóveis apitam, congestionados, sôfregos pelo regresso a casa. As crianças voltaram à escola, sinal de que o novo ano começou. Estamos na altura de todos os reinícios. É realmente em Setembro, depois das férias, que prometemos resolver o que está “pendurado” nas nossas vidas. Porém, uns dias depois de regressarmos ao trabalho voltamos a pendurar a vida num cabide e seguimos o mesmo caminho habitual. Setembro é sempre a nova esperança de mudar aquilo que prometemos em Janeiro, mas não mudámos: cumprir aquela dieta que nem chegámos a começar, dar finalmente uso à inscrição no ginásio, arranjar mais tempo para os filhos – leia, a propósito o nosso dossier sobre o regresso às aulas, na próxima edição da GINGKO que na próxima segunda-feira estará nas bancas–, ou, simplesmente, ficar deitado na relva do jardim a assistir ao céu. Pensamos nisso um milhão de vezes no nosso teatro mental.

O meu compromisso pessoal para este ano que agora começa é andar mais a pé. Todos os dias em que não esteja a chover, levarei a pé os meus filhos à escola e depois continuarei a pé rumo à redacção da GINGKO, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa. Ao todo, são 5o minutos a andar. Simples e saboroso. Tem sido, realmente, a melhor maneira de começar o dia…
Para mudar é preciso acreditar na ideia de que basta querer. Muitos de nós tratamos os dias, as noites e os afectos aos pontapés, como se eles se multiplicassem como uma fábrica de fazer chouriços. Improviso atrás de improviso. Flic-flac atrás de flic-flac. Na GINGKO acreditamos que a felicidade é um modo de viajar, não é um destino. E, quando tivermos dúvidas, inspirar-nos-emos na célebre frase de Abraham Lincoln: “A maioria das pessoas é tão feliz quanto decide ser”."

Ana

Junto comentário que deixei no blog da GINGKO por que sei que alguns dos meus leitores poderão não avançar com iniciativas destas por pensarem que só funciona o "tudo ou nada".

"Olá Ana Rita,

Excelente post! Esse é o caminho. Já sabes que eu e a Sandra fazemos o mesmo.
O importante é manteres a regularidade desta tua (vossa) iniciativa e não vejo problema nenhum se de vez em quando, forem de carro.
O que não pode acontecer é no dia a seguir pensares(em) que - já que ontem fomos de carro hoje também - e assim sucessivamente.
Esse é o problema de muitas pessoas bem intencionadas que ao primeiro contratempo desistem.
Tenho a certeza que não será o teu(vosso) caso!"

Abraços saudáveis

sábado, 12 de setembro de 2009

"É Preciso Prestar Atenção"

Tal como comentei no post "Pensar faz acontecer" , hoje vou publicar um segundo exemplo sobre o "poder da mente", retirado do livro de Sharon Begley, intitulado "treine a mente mude o cérebro", para que os meus leitores entendam melhor que vale a pena aproveitarmos melhor esta ferramenta com que nascemos [a mente!].

"Bilhões de neurônios são ativados o tempo todo porque uma mente consciente, alerta, é bombardeada por incontáveis estímulos sensoriais a cada segundo.
(...)
Sem atenção, as informações que nossos sentidos captam - o que vemos, ouvimos, sentimos, cheiramos e o gosto que sentimos - não são registradas literalmente na mente. Podem não ser sequer armazenadas por um breve momento na memória. O que você vê é literalmente determinado por aquilo que você presta atenção.
(...)
neurónios competem [entre si]
(...)
O que uma pessoa registra é determinado pela força do sinal, (...) por associações fortes (...) e pela atenção (...).
Prestar atenção é algo que fisicamente diminui a intensidade de neurônios que não sejam aqueles envolvidos no processo de focalizar o alvo de sua atenção.
(...)
A intensidade da atividade num circuito especializado numa tarefa visual em particular é amplificada pelo ato mental de prestar atenção àquilo no qual o circuito é especializado. Lembre-se, a informação visual que chega ao cérebro não mudou, O que mudou é aquilo no qual o macaco, ou a pessoa, está prestando atenção. A atenção, portanto, estimula a atividade neuronial. A atenção é real, no sentido de que assume uma forma física capaz de afetar a atividade física do cérebro.
A atenção é também, como se vê, indispensável para a neuroplasticidade. Em nenhuma situação isto foi mostrado mais intensamente do que numa das experiências de Mike Merzenich com macacos. Os cientistas criaram um aparelho que tocava os dedos dos animais cem minutos por dia, durante seis semanas. Ao mesmo tempo que essa dança bizarra acontecia sobre seus dedos, os macacos ouviam sons com fones de ouvido. A alguns dos macacos foi ensinado: preste atenção ao que você sente em seus dedos, assim como quando o ritmo dos toques mudar, porque quando mudar, recompensaremos você com um gole de suco; não preste atenção aos sons. A outros macacos foi ensinado: preste atenção ao som, e se você indicar quando ele mudar, ganhará suco. Ao fim de seis semanas, os cientistas comparam os cérebros dos macacos. É preciso assinalar que cada macaco - fosse treinado para prestar atenção ao que ouvia ou ao que sentia sobre os dedos - passou exatamente pela mesma experiência física: sons chegando pelo fone de ouvido e toques sobre os dedos. A única coisa que diferenciava um macaco do outro era aquilo no qual ele prestava atenção.

Geralmente , quando uma área da pele em particular começa de repente a receber uma quantidade incomum de estímulos, sua representação no córtex somatossensorial se expande. Foi o que Mike Merzenich descobriu em seus macacos. Mas quando os macacos prestavam atenção ao que ouviam, e não ao que sentiam, não havia mudança alguma no córtex somatossensorial - nenhuma expansão da região que lida com os estímulos de toques repetidos sobre os dedos. A única diferença entre os macacos cujos cérebros haviam mudado depois da estimulação tátil e aqueles cujos cérebros permaneciam os mesmos depois da estimulação idêntica era que os primeiros prestavam atenção nos toques . A atenção fora dada ao mesmo estímulo físico - a percepção dos toques sobre os dedos e o transformou de algo que tinha tanto poder de alterar o cérebro quanto a poeira de transformar uma estátua de bronze, em algo que pegava o material do cérebro e o tratava como massa modelar, esticando-o de um lado para o outro.

"Se você olha os neurônios na parte do cérebro que representa os dedos, naqueles macacos que prestaram atenção aos sons, embora seus dedos tenham sido estimulados, a região dos dedos não mudou", disse Helen Neville ao Dalai Lama. "Toda aquela estimulação não fez diferença alguma porque eles não estavam prestando atenção". Mas em macacos que prestaram atenção aos toques sobre os seus dedos, o estado da mente fez uma enorme diferença: a extensão da área cortical dedicada aos dedos dobrou ou triplicou.

A mesma coisa aconteceu com a audição. Nos macacos que prestaram atenção aos sons, a região do córtex auditivo que processa a frequência que eles ouviam aumentou. Porém nos macacos que ouviram exatamente os mesmos sons mas que prestaram atenção aos toques em seus dedos, o córtex auditivo não mostrou mudança alguma. "Esta é uma bela experiência porque está mostrando o claro efeito da atenção", disse Neville. "A estimulação foi a mesma. A única coisa diferente foi aquilo no qual os macacos estavam prestando atenção. Isso mostra que a atenção é muito necessária à neuroplasticidade".

Algumas conclusões desta experiência, publicarei num outro post.

Abraços saudáveis

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"Pensar faz acontecer"


Até há poucos anos atrás, eu teria alguma dificuldade em acreditar no tal "poder da mente", mas quando mais pratico e leio sobre este asunto, mais convencido fico que temos uma ferramenta poderosíssima que a grande maioria das pessoas não sabe como usar.

Vejam dois exemplos claros do que acabei de escrever (hoje publico um e amanhã o outro), retirados do livro intitulado "treine a mente e mude o cérebro" de Sharon Begley:

"(...) pergunta do Dalai Lama ao neurocirurgião: a mente pode alterar fisicamente o cérebro?
Em meados dos ano 1990, Pascual-Leone fez uma experiência (...). O que ele fez foi ensinar a um grupo de voluntários um exercício com cinco dedos no teclado de piano. Eles foram instruídos a tocar tão fluentemente quanto possível, sem pausas, esforçando-se por manter sessenta batimentos por minutos no metrônomo. Todo dia, durante cinco dias, os voluntários praticaram durante duas horas. Em seguida, fizeram um teste no qual tocavam o exercício durante vinte vezes enquanto um computador contava os seus erros. Durante cinco dias. eles erravam cada vez menos, enquanto aprimoravam seu desempenho, de modo que os intervalos entre as notas se tornavam cada vez mais próximos do que o metrônomo pedia.
Os voluntários fizeram mais um teste. Durante alguns minutos, uma vez por dia, eles ficavam embaixo de uma bobina de fios que enviava um breve pulso magnético ao cortéx motor de seus cérebros. (...)
os cientistas descubriram , (...). que o trecho do cortéx do motor dedicado ao movimentos dos dedos assumia o comando das área vizinhas, como uma planta trepadeira que se espalha.
(...)
Pascual-Leone não parou por aí. Ele fez com que outro grupo de voluntários simplesmente pensasse na prática do exercício do piano. Eles fizeram exercício em suas mentes, imaginando como moveriam seus dedos para gerar as notas da pauta. A região do córtex motor que controla os dedos que tocam piano se expandiu nos cérebros dos voluntários que simplesmente imaginaram tocar a música exatamente como se expandiu nos cérebros daqueles que realmente tocaram a música. O treinamento mental ativou os mesmos circuitos motores que o treinamento real, com o mesmo resultado: o aumento da ativação causou uma expansão daquele pedaço do cortéx motor.
"A prática mental resultou numa reorganização semelhante" do cérebro, escreveu mais tarde Pascual-Leone. "A prática mental só por si pode ser suficiente para promover a modulação plástica de circuitos neurais". (...)"

É espantoso, concordam?

Abraços saudáveis

domingo, 17 de maio de 2009

"Todas as crianças têm um tremendo talento e nós arrancamos isso delas, de um modo bem cruel"


Aqui está um vídeo que pais, professores e outros responsáveis pela educação das nossas crianças não podem perder.

Nem vou entrar em mais detalhes porque não conseguirei escrever algo que exemplifique a qualidade do palestrante e do respectivo conteúdo.

Clique aqui para ver uma versão reduzida de 10 minutos legendado em português

Clique aqui para ver a versão original e integral de 20 minutos

Abraços saudáveis

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"Lei que proíbe gordura trans nas escolas é aprovada em SP"


Fico satisfeito em ver (notícia publicada pela Redação Terra) os nossos políticos (o Brasil é a minha segunda "casa"), fazerem algo de positivo pela saúde das crianças/jovens das escolas no Estado de São Paulo:

Lei que proíbe gordura trans nas escolas é aprovada em SP

A Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou em votação um Projeto de Lei que proíbe a venda de produtos com gordura trans nas cantinas de escolas públicas e privadas do Estado. Pelo projeto, não podem ser vendidos salgados de massas ou massas folhadas, frituras em geral, biscoitos recheados, salgadinhos e pipocas industrializados, refrigerantes e sucos artificiais, balas, pirulitos e gomas de mascar e qualquer outro produto com gordura trans, de alto teor calórico ou de poucos nutrientes. O texto não especifica qual será o teor calórico permitido.

O projeto determina ainda que sejam colocados à disposição dos estudantes pelo menos dois tipos de frutas pela cantina. Deve ainda ser fixado um painel com informações sobre os benefícios da adoção das medidas da lei.

Quem não cumprir as determinações pode pagar multa e até ter fechada a cantina temporariamente. A lei segue para o governador José Serra, que pode sancioná-la ou vetá-la.

Segundo o texto da deputada Patrícia Lima (PR), o objetivo da lei é combater o "sobrepeso, obesidade, dislipidemia, diabetes, hipertensão, problemas hepáticos, doenças arteriais, sem falar na baixa auto-estima, discriminação social, entre vários outros problemas" nas escolas."

Agora falta o governador José Serra aprová-la e os respectivos pais aproveitarem estas novas regras para ajudarem os seus filhos a fazerem uma reeducação alimentar, onde mantenham o prazer naquilo que comam mas agora de uma forma (mais) saudável.

As crianças/jovens acabarão por agradecer esta nova etapa das suas vidas, bem como o orçamento das famílias e do Estado de São Paulo, com a redução progressiva nas despesas da saúde.

Que o espírito desta iniciativa se propague rapidamente e novas soluções surjam ao longo do tempo!

Abraços saudáveis

sábado, 18 de abril de 2009

"Refeição em família"


A psicóloga Rosely Saigão, no seu artigo "Refeição em família", passa algumas mensagens importantes (clique aqui para ler o artigo na íntegra)

"(...)
Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.

Uma criança de nove anos disse uma coisa interessante: para ela, o horário do recreio deveria ser maior porque tomar o lanche demora e, com isso, há menos tempo para brincar. Aí está: lanchar com os colegas não tem, para essa e muitas outras crianças, o caráter de prazer; parece ter uma ligação mais estreita com outras obrigações escolares.

Aliás, tenho observado a dificuldade que muitas crianças têm de falar com adultos e pares olhando para seu interlocutor. Elas falam e olham para o lado, para baixo e até para além da pessoa com quem conversam, mas o olho no olho parece ser desagradável, difícil para elas. Talvez seja porque estão acostumadas a olhar para a TV ou para o jogo enquanto conversam com os pais.

O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus afetos pelos filhos de modo mais natural, além de construir o ambiente acolhedor que permite aos mais novos perceber com clareza que aquele é seu grupo de referência e de pertencimento.

Numa época em que os rituais estão em desuso, as refeições em família são um excelente momento para transmitir tradições familiares aos filhos: quais alimentos aquela família prefere e quais são os seus modos usuais de preparação, como se comporta à mesa, quais assuntos costuma abordar durante a refeição, o tom de voz usado, como os membros se tratam. Tudo isso é apreendido pelos mais novos, que podem encontrar seu modelo de identificação familiar e ter contato com o conhecimento construído pelas gerações anteriores da família.

O horário das refeições também pode servir para que contradições, diferenças e conflitos entre pais e filhos surjam de modo polido, para que os filhos saibam mais sobre a rotina profissional dos pais e para que estes ouçam sobre a vida escolar e social dos filhos sem cobranças.

(...)."

Abraços saudáveis

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"Portugal é um dos países com maior taxa de obesidade infantil: 30% de crianças apresentam sobrepeso e mais de 10% são obesas!"


Da leitura do caderno "SAÚDE & Boa MESA" da EDIMPRESA, dedicado à OBESIDADE INFANTIL, destaco o seguinte trecho que valida bem o desafio que todos os portugueses têm pela frente, relativamente à Saúde e Qualidade de Vida das suas crianças:

"Mudança de comportamento

Portugal é um dos países com maior taxa de obesidade infantil: 30% de crianças apresentam sobrepeso e mais de 10% são obesas. Na sua origem parecem estar comportamentos alimentares inadequados, associados a níveis reduzidos de actividade física. O sobrepeso e a obesidade reflectem-se num ajustamento psicossocial negativo em várias áreas da vida de crianças e adolescentes, nomeadamente ao nível do seu percurso escolar.

Dada a necessidade de se concretizar uma mudança comportamental ao nível da alimentação e da actividade física, considera-se fundamental a participação da família e da escola e o desenvolvimento de um contexto promotor de estilos de vida saudáveis.

Situação em Portugal

Entre os países europeus, Portugal é o que tem a maior prevalência de obesidade infantil: mais de 2 em cada 10 crianças entre os 3 e os 6 anos têm excesso de peso, e mais de 30% apresentam excesso de peso nas idades entre os 7 e os 9 anos.

Há dois factores muito importantes que estão na base do crescimento da obesidade infantil em Portugal, por um lado, a mudança nos hábitos alimentares com a perda dos valores tradicionais da alimentação mediterrânica por parte dos pais, o que reflecte directamente nos comportamentos alimentares das crianças (menor consumo de sopa, frutos, hortaliças e legumes e menos cereais completos); por outro, a opção por produtos de reduzido valor nutricional mas de elevada densidade energética. Ou seja, alimentos pobres em nutrientes mas ricos em calorias e que podem engordar. São disso exemplo os pães refinados com açúcar e recheio de chocolate, pizas de tipo industrial, hambúrgueres com molhos, refrigerantes, bolos, pastelaria em geral e alguns gelados.

Este quadro é agravado com o facto de os portugueses serem o povo da União Europeia que apresenta maior nível de actividade física entre os adultos. Na verdade, sabe-se que pais pouco activos têm maiores probabilidades de que os seus filhos sejam crianças com baixo nível de actividade física.

Num estudo realizado com 400 crianças em idade pré-escolar verificou-se que cerca de 60% das inquiridas não praticavam exercício físico, e as que o praticavam faziam-no em média uma hora e meia por semana. Já em relação a actividades sedentárias, em média as mesmas crianças despendiam cerca de 11 horas por semana a ver TV e quase 2 horas em vídeo-jogos. As crianças não devem passar mais de duas horas por dia neste tipo de entretenimento, sendo estimuladas a desenvolver actividade física pelo menos uma hora diária."

O que falta agora, é fazer. Ficarei muito contente em receber feedbacks dos meus leitores, confirmando que os respectivos filhos já não farão parte desta estatística.

Abraços saudáveis

domingo, 26 de outubro de 2008

Situações totalmente inaceitáveis nas Escolas!

São totalmente inaceitáveis as situações descritas pelo Walcyr Carrasco, no seu artigo “Mais amor, menos descaso”, na revista Veja.

“Alice, minha sobrinha, tem 5 anos. Recentemente descobrimos que sofre de diabetes. Foi um choque, pois é o primeiro caso da família. Meu irmão e minha cunhada amam demais a filha e seu irmão. Aprenderam os difíceis cálculos para administrar a dose correta de insulina a cada refeição. Alice é corajosa. Coopera e nem reclama das muitas espetadas diárias. Ela mora em Campinas, mas há alguns anos freqüenta com o irmão uma escola particular em Paulínia, cidade próxima. Inicialmente, a professora e a coordenadora se mostraram acessíveis. Aprenderam a administrar a insulina. E meu irmão respirou aliviado porque o diabetes é uma doença que exige disciplina no tratamento.

Há algumas semanas ele e minha cunhada foram chamados pela escola. A coordenadora sacou um parecer de um advogado segundo o qual a escola não tem obrigação de ministrar medicamentos à garota. Avisaram que não dariam mais insulina a Alice. Meu irmão caiu no choro. Mais tarde, reuniu-se com a dona do colégio, que buscou um paliativo: um funcionário que estuda enfermagem. Mas às vezes o rapaz falta!

A relação de muitas escolas com crianças doentes é complicadíssima. Beira o escândalo. Em um colégio caríssimo de Campinas uma garota quase entrou em coma com crise de hipoglicemia porque ninguém quis lhe dar uma colher de açúcar. É política do estabelecimento não tocar nos alunos. Pior ainda: outros simplesmente recusam a matrícula de crianças diabéticas. Ou tiram as que já estão lá. (Aliás, minha impressão foi que a dona da escola de minha sobrinha está pavimentando o caminho para não aceitá-la no ano que vem. Senão, por que teria permitido a entrega da carta do advogado pela coordenadora, antes de procurar uma solução menos cruel?)

Se um aluno cair com convulsões, ninguém fará nada porque a lei não obriga? Uma doença crônica pode provocar seqüelas para a vida toda. Há casos de mães que largam o emprego para cuidar dos filhos na escola. Justamente quando são necessários remédios caros a pessoa é obrigada a cortar o orçamento doméstico?

Certa vez, em uma palestra, presenciei um caso terrível em uma escola de primeira linha. Uma aluna sofrera um acidente e tornou-se paraplégica. Existiam salas de aula no térreo, mas a direção manteve sua classe no segundo andar, sem elevador. Os amigos revezavam-se para carregá-la escada acima. Até que a garota se transferiu.

Sinceramente, não me importa o que diz a lei, embora, até onde eu sei, todo o nosso código jurídico proíbe a exclusão. A atitude é chocante, ainda mais vinda de educadores. Diante da enfermidade, seria possível estimular todos os colegas a refletir sobre solidariedade. Os órgãos responsáveis pela educação deveriam olhar para esses casos. Talvez obrigar as escolas a ter ambulatórios, porque sempre haverá uma criança doente. Os pais deveriam se unir. Mas, com medo de represálias sobre os filhos, tentam botar panos quentes. Acredito no contrário. Será muito pior se minha sobrinha for vista como um problema. Talvez até receba os remédios, mas com má vontade. Ela se sentiria rejeitada, e isso afeta profundamente uma criança. Alice é guerreira. Melhor que saiba de seu problema e de seu direito a uma vida saudável. E que há gente a seu lado: os pais que a amam e eu, que sou seu tio. Sinto uma imensa dor, vontade de chorar. Não só pela Alice. Mas pelas centenas, milhares de crianças enfermas ou deficientes cujos professores e coordenadores deveriam estar oferecendo amor, e não descaso.”

Cada vez existem mais crianças com problemas de saúde, por causa do Estilo de Vida que levam (bem como os respectivos pais) e soluções tem de ser encontradas para inverter esta tendência (eu já tenho apresentado algumas e estou disposto a participar em projetos neste sentido). Mas enquanto houver uma criança que necessite de uma atenção especial na escola, é desumano agir ou permitir atitudes daquelas.Voltando à escola da sobrinha do Walcyr Carrasco, o que a coordenadora e a dona farão no caso de algo semelhante acontecer com um de seus filhos? E se todos os pais tirassem os filhos da escola, por acreditarem que eles estarão crescendo num ambiente não seguro, egoísta, insensato, ...., no qual é impossível existir um verdadeiro amor por eles, já que são considerados meros números pagantes no final de cada mês? Neste cenário, será que a dona e a coordenadora iriam de novo chamar um advogado ou optariam por criar procedimentos sensatos nesta área?

Qualidade de Vida, também é agir com firmeza e em bloco nestas situações e deixarmos de ser covardes com receio disto ou daquilo. Amanhã, cada um de nós, poderá vir a necessitar da solidariedade que agora faltou à Alice e aos pais dela.

Abraços saudáveis (com um carinho especial para a Alice)