sábado, 10 de setembro de 2011
David Servan-Schreiber - "antes de dizer adeus"
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
"Gianecchini, a beleza e o linfoma" (artigo publicado no dia da morte de Carlos Ermírio de Moraes)
Num dia particularmente triste, para o grande empresário Antônio Ermírio de Moraes, sua família e até para o Brasil (porque estamos a falar de uma família do Bem, que tanto contribuiu e continua a contribuir para um crescimento saudável de milhões de brasileiros, nomeadamente, emprego, geração de riqueza, responsabilidade social, respeito por todos, independentemente do respectivo nível social, saúde, etc, etc), por causa da morte do seu filho Carlos Emírio de Moraes, partilho um artigo, também hoje publicado, pela Cristiane Segatto, sobre a questão do câncer, o qual pode ler na íntegra, clicando aqui .
Os meus pêsames para a família do empresário Antônio Ermírio de Moraes e...
Abraços saudáveis para todos os que convivem, venham um dia a conviver com esta doença, que tem como principal forma de prevenção (nem sempre suficiente) que é a adoção de Estilos de Vida, também, mais saudáveis.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
TED talk - "Let Patients Help - to improve health care"
Sinopse do vídeo que poderá ver clicando aqui:
When Dave deBronkart learned he had a rare and terminal cancer, he turned to a group of fellow patients online -- and found a medical treatment that even his own doctors didn't know. It saved his life. Now he calls on all patients to talk with one another, know their own health data, and make health care better one e-Patient at a time.
Boas decisões e...
Abraços saudáveis
segunda-feira, 4 de abril de 2011
"Células tumorais expostas à "Quinta Sinfonia", de Beethoven, perderam tamanho ou morreram"
Partilhei hoje no Facebook, o artigo com o título mencionado em epígrafe, que poderá ler, clicando aqui .
Relembro o artigo "Entre a música e dor, o cérebro prefere musica" (publicado no meu blog em 2009!), http://joaomarquescarvalho.blo
Abraços saudáveis
domingo, 9 de janeiro de 2011
TED Talk - " Deborah Rhodes: A tool that finds 3x more breast tumors, and why it's not available to you"
Vídeo obrigatório (clique aqui para assistir) para mulheres, homens que gostem das suas mulheres, médicos,...
"Working with a team of physicists, Dr. Deborah Rhodes developed a new tool for tumor detection that's 3 times as effective as traditional mammograms for women with dense breast tissue. The life-saving implications are stunning. So why haven't we heard of it? Rhodes shares the story behind the tool's creation, and the web of politics and economics that keep it from mainstream use."
Mais um TED Talk muito actual (2011) que merece toda a nossa atenção e que deve ser partilhado até o seu conteúdo ser ouvido e aplicado nos respectivos programas de prevenção regulares de cada país.
Caro leitor, faça a sua parte e leve outros a fazerem a deles!
Abraços saudáveis
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
"Champalimaud Research Centre" - exemplo do que Portugal necessita (em vez de brincadeiras tristes no parlamento!)
Foi com uma satisfação enorme, que hoje li o artigo na revista Tabu (jornal Sol) sobre a inauguração do Centro de Investigação Champalimaud no próximo dia 5 de Outubro, como previsto deste o 1o dia (quando se é sério e competente, os prazos cumprem-se!):
Vejam clicando aqui, um vídeo de 2 minutos sobre o Champalimaud Research Centre. Simplesmente maravilhoso!
"(...) este não é só mais um centro de excelência. Focado essencialmente na investigação oncológica, em particular na prevenção de metásteses do cancro, guarda várias surpresas, sabiamente misturadas com as com as soluções arquitectónicas de Correa: os laboratórios estão organizados em torno de um jardim interior, situado na cave do edifício, mas com imensa luz natural.
No primeiro piso, equivalente a um rés-do-chão, circulam os pacientes e respectivas famílias e, no andar superior estarão os investigadores. Todos se encontram à vista uns dos outros, numa relação que se quer simbiótica: "Digamos que, de uma maneira subtil, é feito saber aos investigadores que estão a trabalhar para conseguirem encontrar soluções para as pessoas que estão lá em baixo (...)" [genial!!!]
(...)
"Não encontramos em nenhum lugar do mundo onde há hospitais dedicados ao cancro, um centro de investigação perto deles".
(...)
Os médicos que serão contratados para o centro terão de dividir o seu tempo entre a prática clínica e a investigação, à razão de 50% de tempo distribuído para cada uma das funções. "É um modo de funcionamento único".
(...)a Fundação Champalimaud negoceia com várias entidades, (...) para poder acolher pacientes de todas as condições sociais. (...) "Não queremos que o centro se destine apenas a quem tem muitos meios".
"o espaço[exterior] vai ser totalmente aberto ao público.
(...)
"É a ciência feita para obter resultados"."
Enquanto uns brincam no parlamento, outros portugueses (e não só) fazem o que é preciso para que o país crie riqueza, melhore a qualidade e salve a vida de muitas pessoas e desenvolva áreas de excelência em sectores estratégicos como é o caso da saúde.
Abraços saudáveis
sexta-feira, 18 de junho de 2010
"Refluxo gastro-esofágico"
Como gostei do conteúdo do texto, porque sei que aborda um tema que afecta muitas pessoas e por vezes com consequências graves e porque está provado que mudanças positivas nos hábitos alimentares e de não sedentarismo podem ter um impacto importante na sua prevenção, deixo-vos com o link do artigo com o título mencionado em epígrafe (clique aqui para lê-lo).
Não consigo copiar o texto (não autorizado!) e por isso ele tem que ser lido na versão original com uma letra um pouco mais pequena.
Boas decisões e mudanças de hábitos!
Abraços saudáveis
terça-feira, 15 de junho de 2010
"Cadê o charme da mulher brasileira?"
Excelente, o artigo escrito pela Cristiane Segatto, repórter especial da ÉPOCA, que também se aplica ao charme da mulher portuguesa e que aqui publico na íntegra.

Uma foto reveladora de um tempo que, felizmente, já passou
Vinte e cinco mulheres famosas posaram para as lentes do célebre fotógrafo da revista Life David Zingg. Todas com um cigarro entre nos dedos. Consegui reconhecer Danuza Leão, Leila Diniz, Elke Maravilha e Clementina de Jesus (que, segundo Ruy Castro, não era fumante). Não encontrei a legenda dessa foto em lugar nenhum. É uma pena. Adoraria poder identificar cada uma das celebridades. Se alguém reconhecer alguma delas, por favor, conte pra gente.
É curioso observar os padrões de comportamento ditados pelo marketing e a influência dele sobre nossas escolhas. A indústria tabagista conseguiu convencer algumas gerações de mulheres de que para ser linda, sensual, charmosa e, pricipalmente, livre era preciso fumar.
Esse convencimento não é feito no plano racional. Nesse plano, seria quase impossível convencer uma mulher a fumar. A mensagem não colaria simplesmente porque o cigarro é incompatível com a vaidade feminina. Como convencer alguém a comprar um produto que, antes de matar, destrói a beleza? Se quisesse ser fiel aos atributos de sua marca, a indústria teria que anunciar algo assim: “fume esses cigarros por duas décadas e, aos 40 anos, você terá a pele de um maracujá e os dentes de um cão sem dono.”
Como esses atributos são invendáveis, a indústria vende o intangível. Vende uma aura, uma atitude, uma imagem. Para fazer essa imagem colar, usou (por várias décadas) o cinema, os editoriais de moda, os outdoors. A partir da aprovação de várias restrições à propaganda de cigarro, a indústria passou a adotar outros recursos para conquistar a juventude: patrocina eventos bacanas, distribui amostras grátis, entre outras coisas.
Um dia desses fui almoçar no shopping e parei para tomar um café. Ao lado do caixa, uma mocinha promovia uma marca nova. Quando ela me ofereceu uma amostra grátis, levei um susto. E respondi como se estivesse vendo um ET. “Você está me oferecendo cigarro? Cigarro? Esse tipo de promoção ainda existe? Isso é permitido?”
Sinceramente não sabia que a lei ainda permite esse tipo de ação promocional. Com tanto conhecimento disponível sobre os males do cigarro (para ficar só em um exemplo, confira aqui como ele pode provocar AVC em mulheres jovens) e com o sucesso das leis antifumo, aquela cena me pareceu deslocada no tempo e no espaço. Enquanto olhava a moça, minha mente voltou à porta da escola da minha infância. Experimentei uma espécie de déjà vu. Já contei essa história aqui, mas vale a pena voltar a ela.
Quando eu tinha 12 anos e estudava numa escola pública da Freguesia do Ó, fui abordada por uma dessas mocinhas. Isso mesmo. Naquele tempo a indústria do tabaco se sentia autorizada a viciar crianças na porta da escola, no meio da tarde. A moça que promovia uma marca nova me entregou uma amostra-grátis com três cigarros. Sozinha, escondida no quintal de casa, resolvi experimentar. Achei o gosto horrível e desisti.
Foi a única vez que coloquei um cigarro na boca. Por sorte, achei a experiência péssima e escapei de ser fumante. Muitas outras garotas não escaparam. Por que aceitei tão facilmente o convite da promotora se cresci num ambiente livre do cigarro? Meus pais nunca fumaram, meus amigos não fumavam e meus professores nunca fumaram na frente dos alunos.
Fiz isso pela mesma razão que leva tantas meninas a experimentar cigarro ainda hoje. Queria ser gente grande (com 12 anos ???), dona do meu nariz. “O adolescente quer ser adulto. Como só os adultos podem fumar, ele acha que o cigarro é sinal de que não é mais criança”, diz Valéria Cunha, chefe da divisão de controle do tabaco do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Oferecer cigarros a crianças é evidentemente uma ilegalidade. Mas essa prática é menos ocasional do que eu imaginava. A pesquisa Vigescola, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde para monitorar o uso de cigarros pelos adolescentes, flagrou o problema no Brasil. A pesquisa foi realizada em 2002 e 2003 com estudantes de 13 a 15 anos de escolas públicas e privadas. Vários alunos relataram ter recebido cigarros de representantes da indústria. Em Fortaleza, 13,9% dos alunos tiveram acesso ao cigarro dessa forma. O índice foi de 12,9% em Boa Vista e acima de 10% em Porto Alegre, Vitória e Palmas.
É espantoso que isso aconteça no Brasil em pleno século XXI, não é? As estratégias da indústria para conquistar a garotada é uma das grandes preocupações da OMS. No dia 31 de maio, a entidade promoveu o Dia Mundial Sem Tabaco. O tema deste ano é o marketing direcionado ao público feminino, principalmente às adolescentes e às jovens.
A OMS investigou o tabagismo entre os jovens em 151 países. Em metade deles, a parcela de garotas fumantes é semelhante à verificada entre os meninos. Em alguns países, já há mais fumantes adolescentes do sexo feminino do que masculino. Quem fuma na adolescência tem grandes chances de continuar fumando na idade adulta. Para combater a imagem de glamour que a indústria ainda tenta associar ao cigarro, a OMS está divulgando cartazes como este:

“Nos anos 40, todos os filmes mostravam os atores e atrizes fumando, e isso fazia parte do glamour da época. Lembro da cena de um filme em que o ator punha dois cigarros na boca, acendia os dois e passava um deles para a atriz com quem contracenava. Quanta burrice; quanta ignorância. Eu também fui burra e ignorante durante anos, e apesar de ter sido alertada por tanta gente, só parei de fumar no tranco, isto é, quando meus pulmões pediram socorro (...) Está aí uma coisa de que me arrependo muito: ter sido fumante. (...) A indústria é poderosa, mas está se ferrando no mundo todo; e tomara que se ferre mais ainda. Que vergonha eu tenho do tempo em que me achava moderna e rebelde e fazia a apologia do fumo. E que raiva eu tenho de mim mesma, quando quero andar mais rápido e não consigo, porque minha respiração falha.”
Aqui na revista convivo com muitas moças inteligentes. A emancipação feminina já havia sido conquistada há muito tempo quando essas meninas nasceram. Ser ou não ser livre é uma questão que nunca esteve no horizonte delas. Em relação aos costumes, elas são livres. Nasceram livres. A independência pela qual batalham é financeira. E batalham com as armas certas: com disciplina, talento e conhecimento. Nunca precisaram do cigarro para demonstrar coisa alguma. São lindas, sensuais e charmosas. O charme das brasileiras continua a estar onde sempre esteve: na alegria, na espontaneidade, na beleza mestiça e na disposição diária de avançar e ser feliz. O cigarro não tem nada a ver com isso.
Você concorda? Discorda? Tem alguma experiência ou opinião sobre o cigarro? Conte pra gente. Queremos ouvi-la."
Que as palavras da Cristiane Segatto, possam ser a gota de água para que muitas mulheres (charmosas) brasileiras e portuguesas (especialmente as mais jovens) tomem a decisão de reduzir/eliminar o hábito de fumar e, todos nós, façamos algo mais para que a indústria do tabaco não continue a lucrar impunemente com a nossa (ausência) de saúde/vida!
Abraços saudáveis
segunda-feira, 31 de maio de 2010
" David Servan-Schreiber: "A minha saúde é muito melhor do que antes de ter tido cancro" "
"Todos somos portadores de células cancerosas, a partir de certa idade. Mas apenas uma pessoa em cada quatro vai morrer de cancro. Qual é o segredo das outras três? As suas defesas naturais, afirma o médico e cientista francês David Servan-Schreiber. E é possível estimularmos essas defesas naturais através do nosso estilo de vida, para prevenir ou lutar contra o cancro.
David Servan-Schreiber tem 49 anos e formou-se em Neuropsiquiatria pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Aos 31 anos, soube que tinha um tumor maligno no cérebro. Mas ainda cá está e diz-se de óptima saúde. Sorte? Nada disso, explicou em duas conferências – uma para médicos, a outra para o público – durante o 3.º Congresso de Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar há uma semana, em Cascais.
A luta de Servan-Schreiber contra a doença mortal com a qual convive há 18 anos levou-o a tentar desemaranhar o novelo dos inúmeros estudos científicos sobre o cancro e a tentar dar-lhe sentido, para perceber o que torna umas pessoas mais resistentes ao cancro do que outras. As suas respostas estão no livro Anticancro – Uma nova maneira de viver, editado em Portugal pela Caderno em 2008 e que se tornou um best-seller mundial.
Servan-Schreiber é um divulgador espectacular e convincente. Mas há ainda muita coisa por demonstrar cientificamente nas suas ideias. Até agora, tudo o que afirma baseia-se em estudos epidemiológicos ou em experiências in vitro e em animais. Mas argumenta que as mudanças de estilo de vida que preconiza não podem fazer mal nenhum – e que, se funcionarem, mais vale começar a aplicá-las já do que esperar.
Antes de escrever o livro receou que a sua abordagem desse falsas esperanças a outros doentes com cancro. Mas percebeu que o que acontece é que eles vivem numa situação de “falso desespero”, porque sentem que não têm qualquer controlo sobre a sua doença e a sua vida, e decidiu transmitir-lhes as suas “mensagens de verdadeira esperança”. Como um verdadeiro guru.
Você teve um cancro. Qual é a sua história?
Eu era um jovem médico universitário, cientista, director de um laboratório de estudo das emoções através de imagens do cérebro obtidas por ressonância magnética. Tinha 31 anos e era muito ambicioso. Num fim de tarde, o voluntário que devia submeter-se à experiência desse dia faltou e decidi ser eu a entrar no scanner para o substituir. Foi assim que descobri que tinha um cancro do cérebro. Tive muita sorte, porque o tumor foi apanhado muito cedo e fui operado bastante depressa.
Mas o cancro voltou.
Tudo correu bem até à recaída, há dez anos, em 2000. Dessa vez foi mais grave, porque o tumor era maior e mais agressivo. Tive de ser novamente operado e de fazer quimioterapia e radioterapia.
Foram a cirurgia e os outros tratamentos do cancro que lhe salvaram a vida das duas vezes.
Claro. Mas foi nessa altura que pensei que provavelmente isso não seria suficiente: as estatísticas de sobrevivência a este tipo de tumores não são boas. E decidi ver o que eu próprio podia fazer para reforça a capacidade de o meu corpo combater a doença.
No seu livro Anticancro descreve uma série de regras simples de estilo de vida que podem ajudar a combater a proliferação cancerosa. Quais são?
Ter atenção ao que comemos para que, se possível, a comida que ingerimos três vezes ao dia contribua para fazer abrandar a proliferação cancerosa. Como se tomássemos pequenas doses de medicamentos todos os dias. Não têm qualquer efeito tóxico – antes pelo contrário, só trazem benefícios para a saúde.
Também é preciso manter um certo nível de actividade física, pois isso estimula todas as capacidades promotoras da saúde do corpo – e em particular o sistema imunitário e a eliminação pelo organismo das substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de aprender a gerir melhor o nosso stress através de métodos simples de relaxação e de relacionamento com os outros. E, por último, devemos evitar ao máximo os produtos tóxicos cancerígenos.
Ao ler o seu livro, ficamos com a ideia de que ter um cancro para si foi quase uma coisa boa, que melhorou a sua vida.
Sem dúvida. E muitas pessoas que tiveram cancro dizem a mesma coisa – que agradecem ao seu cancro por lhes ter permitido pôr ordem na sua vida. Isso também acontece, aliás, às pessoas que sofreram um enfarte. É uma grande martelada, mas leva muitas pessoas a arrumar as suas vidas. Mas o que mais me espanta é que a minha saúde é muito melhor hoje do que antes de ter tido cancro. O meu estado de saúde é melhor aos 49 anos do que quando tinha 28 ou 29 anos.
Afirma que assistimos actualmente a uma epidemia de cancro, com maior incidência nos jovens do que no passado. Os médicos estão cientes disto, nomeadamente em relação ao cancro da mama. Quais são as causas desta epidemia?
Uma mistura de factores alteraram completamente o nosso estilo de vida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, em particular nas sociedades da Europa ocidental e da América do Norte. A nossa alimentação foi totalmente transformada, passámos a ter muito menos actividades físicas, as redes sociais e de amizade foram-se degradando – e reduzimos a nossa exposição ao sol (e, portanto, os níveis de vitamina D no organismo). Ao mesmo tempo, começámos a ser expostos a produtos químicos com uma intensidade sem precedentes. Juntos, todos estes factores criam um terreno propício à progressão do cancro no corpo humano. Não diria que provocam forçosamente o cancro, mas criam um terreno propício.
Fala-se muito da predisposição genética para o cancro e fica-se com a ideia de que há pessoas a quem calhou um “mau” número na lotaria genética. Um exemplo disso são os genes BRCA1 e 2, responsáveis pela maioria dos cancros hereditários da mama e do ovário. Mas, na sua opinião, o nosso destino não fica determinado à nascença. Acha mesmo que temos o poder de contrariar essa lotaria?
O que nos dizem estudos recentes é que, se as mulheres que têm mutações nesses genes não fizerem nada de particular, o seu risco de contrair cancro da mama é de 80 por cento. Mas também nos dizem que, quanto maior a quantidade de legumes na alimentação dessas mulheres, mais pequeno o risco.
E isso apesar das mutações: as participantes com mutações nesses genes que comiam as maiores quantidades de vegetais viram o seu risco de cancro da mama reduzido em 73 por cento em relação àquelas que comiam as quantidades mais pequenas. Cerca de 15 por cento dos cancros têm uma componente genética. Mas mesmo quando essa componente existe, os factores ligados ao estilo de vida desempenham um papel importantíssimo, tanto para fazer com que esses genes de cancro se expressem como para impedir a sua expressão.
Na alimentação, o que é que promove o cancro?
Para além do tabaco e do álcool, em primeiro lugar o açúcar e as farinhas brancas. É pena, porque as farinhas brancas são muito apetitosas. Mas no corpo elas transformam-se imediatamente em açúcar. Depois temos os óleos de girassol, soja, milho; a carne e os produtos derivados de animais criados com rações à base de soja e de milho (em vez de pastagens). Do lado dos contaminantes químicos, certos pesticidas, certos produtos químicos presentes nos perfumes e nos cosméticos (parabenos e fitalatos), o tetracloroetileno (o solvente da limpeza a seco) ou o bisfenol A (BPA), que é libertado pelos plásticos duros quando são expostos a alimentos ou líquidos quentes.
É uma agressão permanente...
É. Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que tenham bebido uma chávena de chá aquecido no microondas numa caneca de plástico duro vão morrer de cancro, porque existem imensos factores que podem compensar esse efeito. Também fazem parte da equação, do equilíbrio, o facto de ser fisicamente activo, de comer com frequência legumes anticancro, de ter bons níveis de vitamina D no organismo e uma rede social de qualidade. São os desequilíbrios que fazem aumentar as probabilidades de o cancro se desenvolver.
Mas, apesar de todas estas mudanças supostamente perigosas de dieta e outras, a esperança de vida – e de vida com qualidade – aumentou nitidamente nas sociedades ocidentais. Isso não é paradoxal?
A esperança de vida que aumentou foi a das pessoas que nasceram antes de 1950. A esperança de vida das crianças que nascem hoje nos Estados Unidos é inferior à dos seus pais. E é a primeira vez na História da humanidade que isso acontece.
Aquilo a que chama alimentos “anticancro” – biológicos, em particular – continuam a ser mais caros do que os outros. Como comer “anticancro” quando se tem uma família para alimentar?
Não é totalmente verdade que os alimentos biológicos sejam muito mais caros. Tem mesmo havido estudos sobre a questão. Mas, sobretudo, é preciso passar para uma alimentação de tipo mediterrânico, com quantidades muito mais pequenas de produtos de origem animal. Basta cortar na quantidade de carne que comemos para poupar dinheiro. Se substituirmos a carne por lentilhas e feijões, garanto que o orçamento alimentar da família diminui. E não somos obrigados a comer apenas alimentos biológicos. É melhor, mas não é vital. Mais vale comer brócolos, mesmo que tenham resíduos de pesticidas, do que não comer brócolos nenhuns.
A carne não é importante para o crescimento das crianças?
As crianças vegetarianas têm um crescimento tão saudável como o das outras. A alimentação tem de fornecer proteínas, mas uma mistura de feijão e de arroz, por exemplo, fornece a mesma quantidade de proteínas que um bife.
Há uns anos, um grande estudo sobre suplementos de betacaroteno revelou-se não só decepcionante mas sugeriu mesmo que os comprimidos de beta-caroteno faziam aumentar a incidência de certos cancros. Por que é que os especialistas insistem neste tipo de estudos se, como já referiu, um único ingrediente não chega para combater o cancro?
A medicina procura sempre extrair um agente activo. O que eu tento mostrar é que isso não faz sentido. O cancro é um desequilíbrio entre inúmeros factores que o promovem e inúmeros factores susceptíveis de o travar. Se pretendermos utilizar apenas um ingrediente, o mais provável é que não observemos qualquer efeito.
Isso também vale para os ómega-3 [gorduras essenciais, contidas nomeadamente no peixe]? Explica que os ómega 3 são gorduras anticancro cruciais, mas sozinhos também não chegam?
Não, não chegam. É óbvio.
E o que é melhor, tomar um comprimido de ómega 3 ou ir buscar o ómega 3 aos alimentos?
Ir buscá-lo aos alimentos. O peixe, por exemplo, que contém muito ómega 3, também tem outras coisas muito úteis, como o selénio, o iodo, para além de ser uma boa fonte de proteína animal sem muitos dos inconvenientes da carne.
Considera o álcool como um agente de cancro, mas o vinho tinto como uma excepção. Mais vale engolir um comprimido de resveratrol [o ingrediente “anticancro” responsável pelos benefícios do vinho tinto], beber vinho tinto ou comer uvas pretas?
Há menos resveratrol nas uvas do que no vinho tinto, porque a fermentação contribui para extrair o resveratrol das uvas. É difícil dar uma resposta, porque a vantagem dos comprimidos é que não contêm álcool. Mas é um facto que um pouco de vinho tinto (mesmo pouco!) parece contribuir para a eliminação do cancro e favorecer a saúde em geral. E não devemos esquecer que o vinho tinto é também benéfico para a saúde cardiovascular. Mas mal ultrapassamos certas doses, verifica-se o efeito contrário: o vinho torna-se promotor do cancro.
Diz que as margarinas que fazem baixar o colesterol contribuíram para fazer aumentar não apenas a incidência do cancro, mas também a das doenças cardiovasculares. Não é o que costumamos ouvir.
Acontece que podemos fazer diminuir o colesterol e ao mesmo tempo aumentar os riscos de doenças cardiovasculares – e é o que este tipo de margarina faz [contém ómega 6, uma outra gordura essencial que, em níveis excessivos, tem sido apontada como promotora de doenças cardiovasculares e de cancro].
A questão do colesterol é muito complexa, mas o nível de colesterol é de facto menos importante do que o equilíbrio ómega 3/ómega 6, porque não temos medicamentos para mudar este equilíbrio – que depende, portanto, unicamente da nossa dieta –, mas temos medicamentos para diminuir o colesterol. Fala-se muito do colesterol e não o suficiente do equilíbrio ómega 3/ómega 6.
Se não devemos pôr nem manteiga nem margarina na nossa torrada do pequeno-almoço, o que é que nos resta?
Azeite. É delicioso. Mas comer pão também não é uma grande ideia.
Mesmo pão integral?
O pão integral também não é a melhor escolha, tem de ser multicereais. E, mesmo assim, é muito mais aconselhável comer muesli (ou uma mistura de cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja. Isso é que contém muitas coisas que vão estimular a saúde do nosso corpo, não o pão.
Só deveríamos comer produtos frescos?
O que é preciso evitar são os chamados ácidos gordos trans – que são gorduras que não ficam rançosas e, por isso, são muito utilizadas na indústria alimentar. Mas isso, toda a gente o diz. E se consumirmos conservas, é melhor escolher as que vêm em boiões de vidro. Também podemos comer alimentos congelados.
Diz que os médicos continuam a transmitir aos seus doentes com cancro uma mensagem de “falso desespero”, ao dizerem que, em termos de estilo de vida, não há muito a fazer. Chegam a dizer que, para tal ou tal cancro, o doente pode continuar a fumar, porque isso não faz grande diferença. É possível mudar essa atitude “derrotista”?
É o que tento fazer. Nas minhas conferências, falo de um estudo que mostra uma redução de 68 por cento do risco de cancro da mama em mulheres que aprenderam a mudar o seu estilo de vida. Mas, mesmo quando há um ensaio como este, ninguém ouviu falar dele. Porquê? Porque ninguém convida os médicos a passar dois dias em Cascais, com todas as suas despesas pagas, para se inteirarem dos benefícios das frutas e dos legumes, do jogging ou das técnicas de relaxação. Há muito pouco dinheiro para fazer estudos quando não há nada que possa resultar numa patente.
Mas é preciso ter em conta que cada um destes elementos, isoladamente, pesa muito pouco na balança. Comer apenas brócolos não trava o cancro. Fazer jogging e mais nada não trava o cancro. É quando começamos a juntar todas estas coisas que obtemos resultados.
Existe uma pressão sobre os médicos por parte dos laboratórios farmacêuticos para não falarem de alterações do estilo de vida?
Não é preciso. Os laboratórios farmacêuticos não têm sequer de mexer um dedo, porque as barreiras que impedem que isto penetre a prática médica são muito efi cazes. Os médicos não recebem mais dinheiro por darem conselhos nutricionais aos seus doentes, antes pelo contrário, uma vez que acabam por passar mais tempo com cada doente.
Considera-se livre do seu cancro hoje?
Não.
E não pensa que, no fundo, teve sobretudo sorte – pelo facto de o seu tumor ter sido operável e de a quimioterapia e a radioterapia terem resultado?
Eu não sou uma experiência científica. O que digo no meu livro não se baseia no sucesso ou no fracasso do meu caso pessoal – e ainda bem. Não possuo nenhum método garantido a 100 por cento, não sei o que me irá acontecer daqui a três meses ou três anos. Mas isso não altera a validade do que digo. Tento pôr todas as chances do meu lado, mas em relação ao resto não tenho qualquer controlo. Claro que poderíamos dizer que tive sorte: quando olhamos para as estatísticas, há menos de dois por cento das pessoas com a mesma doença que eu e que estão hoje no mesmo ponto que eu.
O que faz actualmente?
Lancei um programa de investigação com o Centro de Estudo do Cancro MD Anderson de Houston [Universidade do Texas], para testar a minha abordagem através de medições biológicas. Queremos ver como é que as mudanças de estilo de vida modificam a natureza do terreno do corpo, fazendo com que as células cancerosas tenham menos hipóteses de proliferar. E estou a trabalhar num livro de receitas de cozinha, com indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o resultado seja saboroso.
Dicas
Alguns ingredientes do estilo de vida "anticancro", a consumir em simultâneo
Boas decisões e...
Abraços saudáveis
quarta-feira, 19 de maio de 2010
"William Li: Can we eat to starve cancer?"
Tive a honra e o privilégio de estar no passado dia 15 do corrente mês, no TEDxLisboa . Enquanto aguardo os vídeos oficiais com as excelentes apresentações dos palestrantes que estiveram presentes, publico hoje, mais um vídeo com o carimbo de qualidade TED , intitulado William Li: Can we eat to starve cancer? (clique aqui para assistir)
Deixo-vos com a sinopse do vídeo que fala por si, sobre a importância dos nossos sistemas de saúde (Brasil e Portugal), deixarem de "apenas" gerir as nossas doenças (sempre com honrosas excepções!) e actuarem de uma forma muito mais pró-activa e integrada com outros players (famílias, escolas, governos, empresas, etc) na gestão da saúde, soluções acessíveis a milhões de pessoas e muito mais baratas, como é o caso de uma alimentação saudável e saborosa.
"William Li presents a new way to think about treating cancer and other diseases: anti-angiogenesis, preventing the growth of blood vessels that feed a tumor. The crucial first (and best) step: Eating cancer-fighting foods that cut off the supply lines and beat cancer at its own game."
Caro leitor, faça a sua parte e assista (duração de 20 minutos), reflicta, mude os seus hábitos, divulgue (em casa e fora dela), converse com o seu médico, exija políticas concretas nesta área dos nossos governantes, ....
Pena não ter a versão em português, mas estou disponível para conversar com quem tiver dificuldade em traduzir o seu conteúdo.
Abraços saudáveis
terça-feira, 27 de abril de 2010
"Acreditamos que o futuro depende da capacidade das mentes mais brilhantes se juntarem e..."
"O que é dirigir uma faculdade na Universidade de Oxford com objectivos tão ambiciosos e áreas de investigação tão diversificadas, distribuídas por 30 institutos?
Somos uma escola recente, criada em 2005, mas já conseguimos um financiamento total de 150 milhões de euros da Universidade de Oxford e de outras fontes. Enfim, temos recursos financeiros. A humanidade está numa encruzilhada e a nossa ambição é contribuir para a resolução dos principais problemas que enfrenta neste século, que pode ser o melhor século de sempre se formos capazes de usar o nosso conhecimento e a nossa tecnologia na sociedade global para reduzirmos a pobreza e as doenças, conseguirmos a cura do cancro, ou enfrentarmos as alterações climáticas. Ou poderá ser o pior século de sempre se, em resultado da nossa crescente interdependência e evolução tecnológica nos autodestruirmos. E há muitas maneiras de nos autodestruirmos (risos). Acreditamos que o futuro depende da capacidade das mentes mais brilhantes se juntarem e pensarem em novos caminhos para a resolução dos grandes problemas do planeta, e não apenas pensarem, mas também ligarem-se ao mundo das políticas e do sector privado. Por isso, o projecto desta escola é muito ambicioso. Temos um total de 400 investigadores e criámos equipas que trabalham de forma inovadora. "
Este é o caminho positivo que tem que ser seguido e espero que os portugueses e os brasileiros consigam interpretar bem as palavras de Ian Goldin e logrem unir os respectivos talentos em torno de projectos saudáveis e sustentáveis para o bem da humanidade e os coloquem em prática!
O jornal Expresso e o Banco Espírito Santo (BES) estão de parabéns por trazerem a Portugal alguém que pode ajudar a fazer a diferença (leia a entrevista na íntegra publicada no Expresso , clicando aqui).
Abraços saudáveis
quarta-feira, 24 de março de 2010
Crie o hábito de comer ALHO - a sua saúde agradece MUITO!
A melhor maneira de consumir o alho é utilizá-lo inteiro. Se você usar alho em pó ou em cápsulas, não obterá os benefícios do alho fresco que é rico nas substancias verdadeiramente protetoras. Não posso deixar de mencionar que muitas pessoas são alérgicas ao alho e, por este motivo, devem evitá-lo.
Para muitos estudiosos em nutrição, alho é um dos alimentos mais saudáveis que existem no nosso planeta. Se você quiser, use e abuse mas cuidado para não se expor ao hálito inevitável que seu consumo provoca e que pode comprometer sua vida social."
Eu sei que temos a questão do mau hálito que o alho pode provocar, mas não prejudique a sua saúde por algo que pode resolver se tiver o cuidado de ter uma logística que faça com que no final das refeições possa passar fio dental e escovar bem os dentes e a língua.
Acha que não consegue manter esta logística de forma sustentada? Também não faz mal, coma alho inteiro nas refeições em casa, onde é suposto não faltar pasta de dentes (de preferência sem flúor, como a pasta dentífrica Couto - só para Portugal), escova, fio dental e talvez aquele aparelho para limpar (raspar) a língua.
E finalmente relembro a importância da salivação (que também ajuda a eliminar o mau hálito.
Viu como desapareceu a desculpa para não comer ALHO?!
Abraços saudáveis
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
"Encarar a doença com otimismo"
Ontem dia 4, comemorou-se o dia mundial contra o cancro e do que tenho "absorvido" sobre este tema, deixo aqui umas notas soltas sobre aquilo que considero importante cada um de nós ter consciência:
- é verdade que existe uma determinada % de pessoas (20% ???) que contrai esta doença por razões genéticas, mas a grande maioria de nós (80% ???) tem o "poder" de eliminar/reduzir essa probabilidade, ou seja cada um pode fazer a sua parte para ter uma vida mais saudável
- exercício físico (não sedentarismo), alimentação (mais) saudável, gestão natural do bom humor (anti stress), são alguns dos meios de prevenção mais eficazes para esta doença (e tantas outras)
- empresas, escolas, orgãos publicos, etc, são meios que podem de uma forma ímpar, contribuir para a divulgação e promoção da mudança de Estilos de Vida que reforcem o sistema imunitário de milhões de pessoas. Para além da questão da saúde em si, teriamos a poupança de milhões de euros ao longo dos anos.
- notícias "boas" para quem já tem ou venha a ter algum tipo de cancro:
a) o optmismo com que se encare esta realidade, com certeza terá um impacto importante na evolução da doença em si
b) mesmo nesta altura a adopção (mesmo que tardia) de um Estilo de Vida mais saudável continua a ser uma ferramenta fundamental para vencer essa luta (acompanhada da respectiva equipa médica)
c) em muitos locais, com certeza será acompanhado por uma equipa multidisciplinar que colocando o respectivo paciente no centro e no mesmo patamar que ela própria (equipa médica), dará uma confiança e maior "tranquilidade" ao paciente em si. Em outras palavras, tudo é hoje muito mais humanizado.
d) as probabilidades de cura para um grande tipo de cancros são cada vez mais elevadas e tanto mais elevadas quanto mais cedo descobrirmos que os temos (fundamental rastreio e exames de rotina em tempo útil !)
e) uma palavra de apreço (muito) especial para as equipas de voluntários(as) que são de um valor inestimável durante toda esta fase menos boa. Em muitos casos, os pacientes acabam por se tornar "melhores" pessoas e desfrutam a "2a parte" das suas vidas com muito mais prazer e intensidade
f) o cancro do colo do útero já pode ser curado (não sei se sempre?!)?deixando a mulher com com capacidade para engravidar (apesar de ainda existirem muitos médicos que desconhecem os novos tratamentos já disponíveis em Portugal desde 1998). Futuras mães, ouçam várias opiniões se ouvirem algo diferente do que aqui escrevi
g) frequentemente, o peito de uma mulher pós tratamento do cancro de mama, fica mais bonito, segundo a opinião dos médicos, das próprias pacientes e parceiros, o que aumenta muito a manutenção de uma elevada auto estima de quem passa por isto
h) existem esquemas de protecção financeira pessoal (familiar) que de uma forma bastante acessível, permitem nestes momentos, focarmos a nossa atenção na saúde sem termos que nos preocuparmos com o pagamento das contas.
Em jeito de resumo, os números de casos de cancro, a sua taxa de crescimento e o facto de cada vez mais atingirem pessoas mais novas são sinais claros que cada um de nós tem que fazer algo diferente para melhor, no que toca aos hábitos do seu dia a dia (o tal Estilo de Vida).
Mas dentro daqueles, cujo destino acabe por pertencer a esta estatística, tenham esperança (ou melhor ainda a certeza) que tudo vai acabar bem e vivam cada momento como parte de um aprendizado, com o apoio de todos os atrás mencionados e respectivas famílias e, com certeza, conseguirão no final do "processo" sentir que cresceram como seres humanos!
Parte do que escrevi hoje, foi inspirado no programa Sociedade Civil (mais uma vez a Fernanda Freitas a entrar-nos pelas nossas casas com temas interessantíssimos e trabalhados de uma forma positiva e didáctica!) intitulado "Encarar a doença com otimismo".
Relembro que já tenho escrito neste Blog, artigos sobre o exemplo digno de registro do médico francês David Servan-Schreiber (basta colocarem o nome dele no campo de pesquisa do meu Blog).
Abraços saudáveis (mais do que nunca!)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Fígado - a importância de monitorarmos regularmente esta "máquina maravilhosa"
Ontem assisti ao programa "Serviço de Saúde" (RTP 1), dedicado às doenças do fígado.
Se tem interesse em assistir ao vídeo completo (mais de 1 hora), clique aqui. Para quem não quer ou não tem tempo para assistir a este (conteúdo muito didático!), aqui ficam algumas notas soltas:
- Os portugueses estão entre aqueles que mais consomem etanol no mundo per capita
- A cirrose alcoólica é a doença do fígado que mais mata em Portugal. "Sendo o álcool cancerígeno, é fácil perceber porque razão tantas cirroses se transformam em cancro."
- "O cancro do fígado é a 3a causa de morte por cancro em todo o Mundo!"
- Fazem-se cerca de 8 transplantes de fígado por dia nos 3 conjuntos dos três centros (Lisboa, Porto e Coimbra)
- "Há um número muito grande de doenças de fígado por diagnosticar em Portugal, o que significa que estamos a precisar de fazer uma detecção mais precoce e mais alargada."
-"É importante que os médicos de família façam um diagnóstico precoce do funcionamento hepático dos seus pacientes"
- "A maior parte das doenças do fígado são silenciosas"
- "Análises clinicas de rotina permitem despistar algumas alterações da função hepática que alertam para eventuais problemas"
- "A maior parte das situações que afectam o fígado são tão discretas, (...) ocorrem tão debaixo do pano, tão silenciosas que de uma maneira geral, muito facilmente poderiam ser detectadas se fossem especificamente pesquisadas. Dito de outra maneira, há análises, há testes, relativamente simples e muito baratos, provas sanguíneas que nos permitem pelo menos identificar se há um ou mais problemas no fígado.
Essa identificação, permite logo de alguma forma atribuir uma possível causa aquele padecimento do fígado.
Volto a dizer, o padecimento do fígado é silencioso de uma maneira geral, isto é, não há sintomas, não uma expressão clinica aberta que nos chame imediatamente para algum problema com o fígado.
Como é que as pessoas em casa, podem tomar conhecimento que eventualmente tenham alguma patologia do fígado sem estarem a dar por isso?
O maior truque é não esperarem nenhuma queixa! Esta é a grande mensagem que é preciso passar à população em geral
Em relação às doenças do fígado não se deve esperar, deve-se procurar, deve-se ir a montante do problema.
- As razões para as doenças são extremamente comuns e de uma maneira geral pouco antecipadas, como por exemplo a sobrecarga de peso, a epidemia da obesidade é extremamente importante nas alterações das provas do fígado
- É importante evitar e corrigir a obesidade, já que ela pode provocar a acumulação de gordura no fígado e evoluir para uma cirrose."
- Deve haver em Portugal 80.000 pessoas com hepatite C que não sabem que a têm!
- É fundamental promover uma alimentação saudável, (...)
- O fígado é um órgão interessantíssimo:
é o nosso maior órgão, pesa cerca de 1,5 quilos
ao contrário de outros órgãos como o rim o pulmão, um coração, é um orgão que a tecnologia não substitui na grande maioria das suas funções
- Funções do fígado:
reserva energética, ajuda na absorção de alimentos, eliminação de toxinas, provenientes do aparelho digestivo, defesa de organismo e síntese de factores de coagulação que impedem as hemorragias
- recebe cerca de 25% do sangue que o nosso coração bombeia,
- 80% do sangue que recebe é riquíssimo em nutrientes. Ora isto permite-lhe selecionar aquilo que o nosso organismo absorve - aquilo que é bom e aquilo que é mau
Entendam agora o porquê da toxicidade do fígado:
por exemplo, quando tomamos um remédio, qualquer que ele seja, é muito difícil que esse medicamento seja absorvido pelo nosso organismo da mesma forma que nós o tomamos.
O que acontece é que ele é absorvido, passa pelo fígado (...), é degradado no fígado, transforma-se em várias coisas e dessas coisas, se calhar só duas ou três é que têm o efeito terapêutico. Se o fígado não estiver bom, poderemos não conseguir aproveitar o tal efeito terapêutico dos remédios que tomamos.
Não tome bebidas alcoólicas com medicamentos, porque há uma dupla sobrecarga hepática, a do medicamento mais a do álcool levando a uma muito menor capacidade de absorção do respectivo medicamento e em menor quantidade"
Como se falou da importância de fazermos análises regulares mas não se especificou quais, pesquisei um pouco e concluí que a mais utilizada é a "ALT". Clique aqui para ler mais sobre quais análises fazer e porquê.
Mais uma vez, fica claro que é relativamente simples gerir a nossa saúde em tempo útil se esta estiver classificada como uma das nossas prioridades do dia a dia.
Boas decisões e comportamentos em consonância com as primeiras, entre os quais conversar sobre o seu fígado com o seu médico de família.
Abraços saudáveis
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
"Entrevista com o cirurgião cardíaco Dr Mehmet Oz"
Um ex-colega meu mandou-me a entrevista abaixo publicada na revista Veja (Brasil).
Por abordar um tema ao qual todos deveríamos dar mais atenção, porque o seu conteúdo é rico em sugestões que podemos incorporar no nosso dia a dia e ainda por estar numa linguagem simples e acessível até mesmo aos mais "distraídos" nestas matérias, resolvi publicá-la na íntegra.
Entrevista com o cirurgião cardíaco Dr Mehmet Oz
Breve biografia
Dr.Mehmet Oz nasceu em Cleveland, Ohio (EUA), dos pais turcos. Ele é casado e pai de quatro filhos. Ele se formou da Harvard Univesity em 1982, depois fez mestrado e MBA na Universidade de Pennsylvania.
Ele é autor de mais de 350 publicações e vários livros. Em maio de 2005 estava na lista de New York Times Bestseller. Alguns livros e publicações dele junto com o colega Michael F. Roizen são:
Veja - Existe uma fórmula para se manter jovem por mais tempo?
Oz - Sim. Há catorze agentes principais envolvidos no envelhecimento. Sete retardam o processo, como os antioxidantes, e sete nos enfraquecem, como a atrofia muscular. É preciso manter esses agentes sob controle. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é pensar não na possibilidade de ficar doente, mas na necessidade de manter o organismo saudável. Deve-se tirar o foco da prevenção dos males e direcioná-lo para a preservação da saúde. Se ninguém mais morresse de câncer e de doenças cardiovasculares, a expectativa de vida média do ser humano subiria apenas nove anos. Isso mostra que, para aumentar consideravelmente a expectativa de vida, não basta evitar doenças. É preciso cuidar do corpo para que ele não enfraqueça. Quando uma pessoa envelhece, doenças potencialmente fatais, como o câncer e o infarto, não aparecem de imediato. Antes que elas se instalem, o corpo torna-se mais frágil e vulnerável.
Veja - O que fazer para evitar que o corpo se torne frágil e vulnerável?
Oz - Meu novo livro, You Staying Young (Você Sempre Jovem, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), trata exatamente desse tema. Os exercícios físicos são uma ferramenta essencial. Eles combatem o primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular.. Outros recursos importantes são alimentar-se bem e meditar. Uma boa recomendação é a prática do tai chi chuan, exercício oriental que combina equilíbrio, coordenação motora e também meditação. Se todos adotassem essas medidas, a vida média da população poderia subir para 110 anos. Quanto à alimentação, não podem faltar nutrientes como o resveratrol da uva e o licopeno do tomate, que são poderosos antioxidantes. O principal, mas também o mais difícil, é controlar a quantidade dos alimentos. De qualquer forma, todo mundo deve comer um pouco menos do que tem vontade.
Veja - Fazer várias pequenas refeições por dia, como recomendam alguns médicos, faz bem para a saúde?
Oz - Deve-se comer de três em três horas. Se o intervalo é maior, a taxa de hormônio grelina, que estimula a fome, começa a subir. O problema é que, após uma refeição, ainda demora trinta minutos para que a taxa desse hormônio volte a baixar. Em conseqüência disso, acaba-se comendo mais do que se deveria. O mais importante, além de comer alguma coisa a cada três horas, é trocar as refeições grandes por pequenas, intercaladas por lanchinhos. Esse conceito não foi criado por mim. É o que mostram as pesquisas científicas.
Veja - O que o senhor considera refeições grandes e pequenas?
Oz - Uma refeição grande ultrapassa 1 000 calorias. Uma pequena tem, no máximo, 500. Quem consome por volta de 2 000 calorias diárias pode fazer duas refeições de 300 calorias cada uma e outra maior, de até 800. Os lanchinhos podem ter até 250 calorias.
Veja - O que deve ficar de fora do cardápio?
Oz - Existe uma regrinha fácil de ser usada, a regra dos cinco. Para isso, é preciso examinar o rótulo dos alimentos. Cinco ingredientes não podem estar entre os primeiros listados no rótulo. São eles: gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar simples, açúcar invertido e farinha de trigo enriquecida. Dois desses nutrientes são gorduras, dois são açúcares. Os dois tipos de gordura podem estimular processos inflamatórios no fígado que forçam a produção de substâncias deletérias, como o colesterol. Também fazem com que o fígado fique menos sensível à insulina, aumentando o risco de diabetes. Os açúcares listados fazem mal por estimular a produção de insulina, o que aumenta o depósito de gordura corporal. O pior é que esses cinco itens são os mais comuns nas dietas atuais.
Veja - O cardápio básico do brasileiro, composto de arroz, feijão, carne e salada, é saudável?
Oz - A princípio, sim. Esse cardápio contém exatamente os nutrientes para os quais a digestão humana está preparada. Mas os brasileiros comem carnes muito gordas, o que é errado.. Antigamente, no mundo inteiro, quando os métodos de criação do gado eram mais simples, a porcentagem de gordura dos melhores cortes da carne bovina era, em média, de 4%. Hoje é de 30%. Outro problema dos hábitos alimentares do brasileiro é que ele come arroz em excesso, o que não traz nenhum benefício. Melhor seria adotar o arroz integral. Os alimentos integrais têm mais fibras, o que os mantém mais tempo no intestino e diminui a absorção de açúcar pelo organismo. Uma vantagem dos brasileiros é ter à disposição enorme variedade de frutas e vegetais maravilhosos, por preço razoável.
Veja - Os hábitos que o senhor propõe para prolongar a vida são relativamente simples, mas exigem controle estrito sobre as atividades do dia-a-dia. Como exercer esse controle?
Oz - A palavra-chave é automatizar. Ou seja, fazer desses hábitos uma rotina, sem precisar pensar muito neles. Acordar, escovar os dentes e passar o fio dental, para reduzir a quantidade de bactérias prejudiciais à saúde. Beber muito líquido ao longo do dia, principalmente água e chá verde.. Dormir ao menos sete horas por noite. Durante o sono se produz o hormônio do crescimento, essencial mesmo para quem já é adulto, pois prolonga a juventude. Caminhar meia hora por dia e praticar exercícios que façam suar três vezes por semana. Meditar cinco minutos diariamente, o que pode estar embutido na prática de ioga ou tai chi chuan. Evitar alimentos que estejam na regra dos cinco, que mencionei anteriormente. Uma última coisa: estreitar o relacionamento com as pessoas próximas e abster-se de julgá-las. Em vez de julgar os outros, é melhor tomar conta de si próprio.
Veja - Abster-se de julgar os outros ajuda a manter a juventude?
Oz - Sim, da mesma forma que resolver situações de conflito. O conflito não traz nada de positivo. É apenas desgastante. Costumo recomendar a meus pacientes que procurem as pessoas com quem mantêm uma relação de animosidade e tentem resolver o impasse. Essa é uma atitude para o bem-estar próprio. Não há nada de altruísta nela. É uma atitude egoísta.
Veja - O que o senhor acha das dietas para emagrecer que surgem e viram moda a cada seis meses?
Oz - Essas dietas fazem sucesso, mas são péssimas para a saúde. A alimentação não deve ser encarada como uma maratona para a perda de peso. Uma dieta que tenha como chamariz o emagrecimento rápido não é confiável. Comer menos do que o corpo necessita é uma agressão à fisiologia. Ou seja, aos processos químicos que fazem o organismo funcionar. Quando a fisiologia é desprezada, os resultados das dietas são transitórios.
Veja - Por que o senhor recomenda cuidados com o jantar?
Oz - Na verdade, há uma única regra a observar: deve-se jantar pelo menos três horas antes de dormir. Deitar logo após a refeição facilita o acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Além disso, comer muito tarde prejudica o sono.
Veja - O senhor recomenda beber muita água durante o dia. Quanto se deve beber exatamente?
Oz - Deve-se beber uma quantidade suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso varia de um dia para o outro. Em dias quentes, sua-se muito e, por isso, é preciso beber mais água. Para quem não abre mão da cafeína, sugiro chá verde. Em lugar de quatro cafezinhos por dia, beba quatro copos de chá verde. Essa bebida concentra muitos antioxidantes e nutrientes bons para a saúde.
Veja - Muitos ambientalistas condenam o consumo de água engarrafada. Do ponto de vista da saúde, ela é melhor que a água da torneira?
Oz - Eu acho um erro beber água engarrafada. Há dois problemas principais com ela. O primeiro é que, se a garrafa plástica não for reciclada, pode contaminar os mares e os rios. Isso prejudica o meio ambiente e, indiretamente, a saúde. O plástico das embalagens vai parar nos peixes que comemos. O resultado é que 97% das pessoas apresentam resíduos de plástico no organismo, o que interfere no sistema hormonal. Esses resíduos estimulam os receptores de estrogênio, o hormônio feminino. Em excesso, o estrogênio pode causar câncer e outros problemas. As toxinas contidas no plástico também aceleram o envelhecimento. O segundo problema é que, como a água engarrafada não apresenta vantagens com relação à água da torneira, trata-se de um desperdício de dinheiro [pessoalmente acredito que sempre que possível deveríamos beber uma água com um PH entre 6,8 e 7].
Veja - O senhor recomenda exercícios físicos que provoquem suor. Exercícios leves são inúteis?
Oz - Essas recomendações visam à saúde cardiovascular. Para essa finalidade, apenas os exercícios moderados ou intensos, que fazem suar, apresentam benefícios. Mas os exercícios suaves e de baixo impacto têm valor. Mesmo a caminhada movimenta grandes músculos, como os das coxas e dos quadris, que consomem muita energia. Como o gasto calórico muscular é maior durante o exercício, a queima de calorias aumenta.
Veja - Os suplementos vitamínicos são criticados em muitos estudos científicos. O que o senhor acha deles?
Oz - Eles são eficazes, mas prometem mais do que cumprem. Na verdade, os médicos saem da faculdade sem conhecimentos suficientes sobre os suplementos e são forçados a tirar suas próprias conclusões. De modo geral, uma suplementação só é necessária quando as vitaminas não são obtidas naturalmente com a alimentação. Por outro lado, acredito que determinadas vitaminas podem melhorar a qualidade de vida e a longevidade. Entre elas estão as vitaminas A, B, C, D e E, além de cálcio, magnésio, selênio e zinco. A vitamina D é importantíssima, pois previne câncer e osteoporose. Principalmente nos países mais frios, onde a exposição solar é restrita, os suplementos são essenciais.
Veja - Além dos procedimentos já descritos nesta entrevista, o que mais o senhor faz para adiar o envelhecimento?
Oz - Minha receita principal de juventude é brincar com meus filhos. Também procuro descobrir coisas novas todos os dias. Aprendo ao conversar com os outros e, apesar de ser muito assediado para responder a perguntas, por causa de minha atuação na TV, prefiro perguntar, saber como é a vida das pessoas, como elas trabalham. Isso faz minha mente exercitar-se.
Veja - Nos últimos anos, o aperfeiçoamento do tratamento clínico fez cair o número de cirurgias cardíacas. Essa é uma tendência em outras especialidades médicas além da cardiologia?
Oz - Sem dúvida. Os recursos clínicos tornaram-se mais eficazes tanto para a prevenção de doenças quanto para seu tratamento. Por isso, assim como na cardiologia, a cirurgia deixou de ser a primeira opção em outras áreas. Há poucos anos, quando o paciente machucava o joelho, ia direto para a sala de operação. Agora, ele vai para a sala de fisioterapia. Essa tendência também é evidente nos casos de diverticulite, uma inflamação do intestino, que passou a ser tratada com o consumo de fibras. O mesmo acontece com pacientes que apresentam doença arterial obstrutiva periférica. Antes eles iam para a faca. Agora, recebem como orientação deixar de fumar e caminhar. Mesmo que sintam dor num primeiro momento, essa é uma maneira de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para substituir os danificados.
Veja - O senhor já esteve no Brasil. Como foi sua experiência no país?
Oz - Visitei o Brasil há muitos anos, quando ainda era estudante de medicina. Fui ao Rio de Janeiro e conheci o doutor Ivo Pitanguy. Também fiquei deslumbrado com as frutas brasileiras e com as lojas de sucos. Elas misturam frutas e outros vegetais, uma combinação pouco convencional. Conheci o açaí, que até hoje está no meu cardápio. Compro açaí em Nova York mesmo. É um dos alimentos com maior concentração de antioxidantes. Planejo voltar ao Brasil em meados do ano que vem para gravar um programa. Quero muito ir à Amazônia e conhecer as plantas medicinais da região."
Caro leitor, se é daqueles que ainda tem muitas pequenas mudanças por fazer no seu Estilo de Vida, sugiro que escolhe duas ou três e comece a introduzi-las no seu dia a dia, ao seu ritmo, com prazer e respeitando o seu orçamento familiar.
Abraços saudáveis
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Aprovação inédita por parte do FDA!
Esta semana vou publicar mais dois artigos do Dr. Sérgio Vaisman.
O de hoje fala de uma aprovação inédita por parte do FDA, como poderão ler abaixo.
"Pela primeira vez na História, o FDA aprovou uma substância que NÃO é remédio fabricado e, consequentemente, não beneficia qualquer indústria de medicamentos pois, por se tratar de substância natural, não pode ser patenteada por uma só entidade.
Para que este aval tenha sido dado pelo FDA, inúmeras pesquisas e estudos devem ter sido realizados para se chegar à constatação que este mineral, o selenio, possui importantes propriedades na prevenção de vários tipos de câncer. A razão disso ocorrer está no fato de ser um mineral com enorme propriedade ANTIOXIDANTE, isto é, capaz de lutar contra o excesso de radicais livres que atacam certas estruturas das células.
Já faz muito tempo que se defende a importância de substâncias que provêm da Natureza como guardiães da SAÚDE. É bem verdade que nossos ancestrais se alimentavam com maior quantidade de nutrientes advindos da terra mas, à medida que o solo se tornou mais pobre em nutrientes, a suplementação vitamínica e mineral se faz necessária muitas vezes. No caso particular do selénio, houve o reconhecimento do maior orgão regulador e aprovador do uso de alimentos e medicamentos mas, sem qualquer dúvida, muitas outras substâncias naturais também serão reconhecidas no futuro como sendo incentivadoras de saúde e armas contra doenças.
Neste mundo tóxico em que vivemos, a suplementação com nutrientes vitamínico-minerais pode ser a grande chave na prevenção de processos degenerativos , dentre eles, o câncer."
Esta notícia pode parecer algo sem importância, mas termos um orgão oficial como o FDA a contribuir no sentido da criação de políticas que maximizem a probabilidade de garantirmos que os nossos corpos assimilem regularmente nutrientes essenciais e nas combinações/proporções adequadas é um passo gigante para a saúde de todos nós.
Abraços saudáveis
quinta-feira, 30 de julho de 2009
O açúcar e os nossos olhos, o nosso corpo, a nossa Qualidade de Vida!
A tragédia dos seis doentes (em Portugal) em risco de cegueira, levou-me a publicar hoje, uma informação técnica (jornal Expresso) que pode levar os meus leitores a pensarem duas vezes sobre o seu próprio consumo de açúcar no dia a dia (em excesso é uma das causas da diabetes):
"O aumento do nível de açúcar no sangue associado à diabetes causa alterações nos vasos sanguíneos da retina, levando a perturbações da visão quando atingem a mácula, zona da retina onde se formam as imagens. Os sintomas diferem dependendo da evolução da doença.
Podem incluir visão desfocada ou baça, flashes e perda súbita de visão"
Se juntarmos a este pequeno texto o artigo aqui publicado no passado dia 2 de outubro de 2008, "O câncer se nutre de açúcar" , com certeza a tomada de consciência quanto à importância desta questão, se exponencia.
E chamo a atenção dos mais desatentos que o açúcar está "escondido" em muitos dos produtos que comemos e bebemos!
Boas decisões e,
Abraços saudáveis,
sexta-feira, 3 de julho de 2009
"Acerte na alimentação durante o tratamento do câncer [cancro]"
O artigo com título mencionado em epígrafe, foi publicado no site revista VIVA SAÚDE. Considero um contributo importante que os meus leitores poderão usar em benefício próprio, de algum familiar ou pessoa amiga.
Abaixo parte do artigo:
"A dificuldade em ingerir alimentos pode ser combatida com medidas simples
Por Priscila Moreira
Medicamentos são fundamentais, mas não os únicos responsáveis pela recuperação de pacientes com câncer. Uma alimentação correta, durante esse período, pode ser uma poderosa aliada.
Durante o tratamento, os coquetéis de remédios utilizados para combater as células cancerígenas, podem fragilizar o organismo do paciente e causar diversos sintomas colaterais, como: náuseas, vômitos, diarréia ou falta de apetite. Também é comum haver alterações nos hábitos alimentares, já que por medo de não conseguir comer ou de passar mal, o paciente recusa qualquer tipo de refeição.
O importante é não deixar de se alimentar e sempre que possível ingerir frutas, verduras ou legumes, beber água em abundância para hidratar o corpo e fracionar as refeições, de preferência de 3 em 3 horas, assim o organismo irá digerir melhor, além de evitar a sensação de mal-estar sentida ao comer em excesso.
A gerente de Nutrição Suzana Lima, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, elaborou um quadro com os principais sintomas e as possíveis dicas para combatê-los, confira! [clicando aqui]"
Abraços saudáveis
domingo, 31 de maio de 2009
"As descobertas do médico que criou uma fórmula de vida contra o câncer"
Ontem publiquei um pequeno vídeo, que demonstra como é perfeitamente possível deixarmos de ser sedentários, mesmo quando vivemos nas grandes cidades.
Na próxima terça e quarta feira irei divulgar outros dois vídeos sobre "Pães que carregam saúde" e o "O sucesso do trabalho de um criador de ovelhas". No entanto reservei para hoje, um vídeo (clique aqui para vê-lo na íntegra - menos de 4 minutos!) muito especial sobre aquilo que o Dr. David Servan-Schreiber, neuro psiquiatra (já escrevi várias vezes sobre ele!), que aos 31 anos de idade lutou contra um cancro (câncer) e depois ainda teve uma recaída e hoje em dia "Parece um menino se deliciando com a vida (...).", considera ser "uma fórmula de vida contra o câncer".
Alguns trechos do vídeo (mas vale a pena ver o vídeo com os seus próprios olhos!)
"Por que os números de cancêr cresceram tanto depois do fim da 2a guerra?"
"Como viviamos, como comiamos antes do cancêr se tornar uma epidemia entre nós"
"O primeiro passo para armar o nosso organismo contra a doença é seguir uma alimentação saudável"
"Há uma lista de alimentos bons para cada tipo de cancêr mas entre os mais poderosos estão o alho, a cebola, o alho-poró, a couve-de-bruxelas, couve-flor e o brócolis [também uma excelente fonte de cálcio]
"Usar curcuma, um anti-inflamatório natural poderosíssimo que para fazer efeito deve ser misturado com pimenta. Uma receita simples é fazer um molho com azeite de oliva com pimenta preta e usar para temperar as saladas"
"O que ele recomenda é que cada um fortaleça o seu corpo para estimular a sua capacidade de resistir à doença"
Abraços saudáveis,
sexta-feira, 24 de abril de 2009
"Dar de mamar protege a mãe"
Nunca é demais publicar artigos sobre a importância da amamentação, incluindo os benefícios para as próprias mães.
Destaco alguns trechos do editorial de hoje (para o ler na íntegra, clique aqui) do jornal Destak, escrito pela Isabel Stilwell:
"Vivemos com o nosso corpo, mas não lhe passamos cartão (...)"
Da mesma maneira que encontram cada vez mais futuras mães que pedem uma cesariana, não por terem medo da dor, mas porque toda a ideia do parto as repugna. O mesmo sentem as enfermeiras que contam que há muitas mulheres que se recusam a dar de mamar, genuinamente angustiadas com aquela nova «função física».
(...)
Mas embora a irracionalidade e o medo raramente se combata através de argumentos lógicos (era tão fácil se fosse só assim), talvez a ciência possa ajudar um bocadinho.
Se está prestes a ter um filho saiba que um novo estudo publicado no Journal of Obstetrics, e citado pela BBC, veio revelar que as mulheres que dão de mamar, para além de beneficiarem o bebé, estão a reduzir o seu próprio risco de sofrer de problemas cardíacos, cancro do peito e do ovário e osteoporose.
Para além de que recuperam muito melhor a forma física pós-parto, porque a verdade é que até agora ninguém conseguiu ser mais inteligente do que a própria natureza."
Abraços saudáveis