domingo, 23 de novembro de 2008

A nossa principal preocupação é o [dinheiro do] cliente!

Já escrevi alguma coisa sobre a forma "não saudável" (usando uma expressão "simpática") como se cria a maior parte do gado hoje em dia e os impactos negativos na nossa saúde.

Hoje, com base na leitura do livro "O fim dos alimentos" de Paul Roberts, vou apresentar uma técnica usada por uma empresa que todos conhecemos, que nos diz continuamente, que coloca o cliente em primeiro lugar. No final do artigo, cada um, conhecedor da verdadeira preocupação dessa multinacional (que acaba por levar as empresas menores a fazerem o mesmo para conseguirem sobreviver), pode agir em conformidade, em prol da sua própria saúde, da sua família, daqueles pelos quais é responsável pelo que eles comem, etc.

"a carne case ready [cortes de carne embalados e customizados], também deu ao "Wal-Mart novas formas de agregar valor [ para ele próprio]. A atmosfera especial, de baixo teor de oxigénio dentro da embalagem case ready, não só retarda a deterioração por alguns dias, como também estimula a carne a "florescer" com a cor avermelhada de um bife recém-cortado - uma característica importante, já que a cor e a [falsa] aparência são os fatores que mais pesam nas decisões de compra de carne dos consumidores [alguém se sentiu enganado, como eu, quando leu esta frase?]. E, como o Wal-Mart sabe que seus fregueses não dispõem de tempo e, muitas vezes da habilidade para cozinhar meticulosamente, a carne case ready, como o porco [essa é outra história em que o consumidor é enganado e onde as "injeções" são á base de "uma salmora exclusiva que contém flavorizantes, sal e outras substâncias químicas que ajudam a reter a umidade e a realçar o sabor"], atualmente é injetada com uma solução exclusiva a fim de realçar o sabor e garantir que o corte, mesmo que excessivamente cozido, fique tão suculento quanto as carnes mais caras vendidas nos supermercados mais sofisticados. "Cozinhar em casa está-se tornando uma arte perdida", contou Bruce Peterson, diretor de perecíveis da Wal-Mart, à revista Beef em 2003. Os clientes do Wal-Mart estão na "expectativa de comprar um pedaço de carne que tenha um determinado perfil de sabor, colocá-lo no forno durante 15-20 minutos e, mesmo assim, ter algo que lhes lembre [reparem bem que não tem que ser, tem apenas que lembrar!!!], o que comiam quando estavam crescendo".
(...)
"Talvez você não goste do que tem que fazer para continuar fazendo negócios com o Wal-Mart, mas se sair da linha, há muitos outros fornecedores prontos para assumir o seu lugar" [Nalivka, analista do setor de carne bovina].

Não tenho qualquer prazer em escrever qualquer coisa pouco abonatória para a empresa "A" ou "B", mas acreditem que com base no que sei hoje em dia (vou passando alguns dados a conta gotas para que os meus leitores consigam gradual e sistematicamente, incorporar nas suas mentes e consequentemente nos respectivos processos de decisão, algumas verdades do atual sistema que coloca comida no nosso prato e que nos está tornando uma população doente, onde em última instância, parte dela acaba por morrer porque alguns acionistas e executivos, pura e simplesmente querem aumentar as suas vendas e garantir determinados patamares de lucro (na minha terra, eu sei como se qualifica alguém que age premeditamente desta forma, sendo conhecedor das respectivas consequências).

Abraços saudáveis,


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