quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Modelos económicos de geração de lucro com respeito pelas PESSOAS


Escrevi hoje num fórum onde se trocam idéias sobre aquela que poderemos considerar a primeira grande crise económico-financeira globalizada:

(...) ao ler os trechos abaixo, de uma entrevista feita pelo Planeta Orgânico ao escritor Michael Pollan sobre o livro The Botany of Desire, publicado em 2001, senti que exemplificam bem as conseqüências de se optar por uma linha de maximização de receita em detrimento de geração de lucro com respeito pelas PESSOAS.

PO - O que mais o chocou ao escrever o artigo sobre transgênicos, Playing God in the Garden?

Escrevendo sobre o tema, eu estava aprendendo muito sobre a agricultura convencional. Entrevistei fazendeiros de Idaho que cultivavam batatas, vi como era a cultura a convencional de batata e fiquei horrorizado – 14 aplicações de agrotóxico!! Agrotóxicos tão fortes que os fazendeiros não vão aos campos por 5 dias depois da pulverização tóxica. Mesmo se acontecesse algum incidente, como por exemplo quebrar algum instrumento de irrigação. Eles sabem que é tão perigoso o contato a e exposição ao agrotóxico que eles preferem perder a plantação do que os empregados. São fazendeiros que não podem comer suas batatas por causa dos agrotóxicos constantemente aplicados.

PO - É realmente aterrorizante...14 camadas de agrotóxicos!

MP - Foi uma verdadeira lição esta minha ida a Idaho, porque eu não sabia como a produção industrial convencional americana funcionava. Eram fazendas enormes, computadorizadas e com grandes investimentos. São o que eles chamam de "Campos limpos". Tudo está morto, exceto para a planta que você quer cultivar. O solo está morto. Você não vê um único inseto. O solo parece pó. Não é uma coisa viva.

PO - A partir desta experiência você decidiu pesquisar as fazendas orgânicas.

Fui então visitar uma fazenda orgânica de batata e encontrei um lugar totalmente diferente. O solo era completamente diferente. Tinha cheiro de vida. Tinha alguma coisa acontecendo de fato naquele solo. Eu perguntei a eles como eles controlavam as doenças, qual era a filosofia deles, os métodos por eles usados. Foi este meu encontro mais profundo com um produtor orgânico e meu aprendizado de como eles faziam aquilo. Na verdade eles estavam se preparando para uma excelente colheita, comparada com a da agricultura convencional. A diferença era periodicidade da colheita, que nos orgânicos não e acelerada o processo.

Espero que este exemplo deixe claro que podemos aproveitar o momento actual da economia para FAZERMOS os ajustes que fizerem sentido para nós e principalmente para os nossos filhos.

Será utópico pensar assim? Tal como já foi dito por alguns, com pessimismo não vamos a lado nenhum e eu sou e serei muito optimista, apesar daquilo que SEI sobre o que andamos a fazer com as nossas vidas por causa do Estilo de Vida "moderno".

Abraços saudáveis

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