terça-feira, 18 de junho de 2013

"Se não fosse a pressão de autoridades como a princesa francesa Marie Bonaparte, que chegou a dar-lhe dinheiro para a viagem, Freud provavelmente teria tido um fim menos digno no campo de concentração de Theresienstadt"



Publiquei no Facebook, no mural do Projeto Memória :


“Aos 82 anos e com um doloroso câncer na boca, Sigmund Freud fez a última e mais dramática viagem de sua vida. Com sua enorme coleção de antigüidades e livros, acompanhado da mulher, filhos e alguns amigos, Freud optou pelo auto-exílio e chegou a Londres em junho de 1938. Ali seria tratado com respeito, carinho e acomodado numa elegante casa no bairro de Hampstead, mais tarde transformada em um visitadíssimo museu. Se não fosse a pressão de autoridades como a princesa francesa Marie Bonaparte, que chegou a dar-lhe dinheiro para a viagem, Freud provavelmente teria tido um fim menos digno no campo de concentração de Theresienstadt. Seus livros eram queimados em praça pública, a psicanálise tinha sido abolida do Estado nazista e sua casa, na Bergasse 19, num bairro aristocrático de Viena, era invadida constantemente por agentes alemães, que roubavam objetos e extorquiam dinheiro. Numa dessas visitas, a filha de Freud, Anna, foi levada para interrogatório, só voltando tarde da noite. Quando a perseguição se agravou, após a anexação da Áustria pela Alemanha, Freud foi salvo por seu prestígio. Três de suas irmãs não tiveram a mesma sorte e morreram em Treblinka.”

Fonte: "Pai da psicanálise foge da loucura". O Globo, Rio de Janeiro, n. 14, 2000, Globo 2000.
Foto: Chegada a Londres, em companhia da princesa Marie Bonaparte. (Acervo: Biblioteca do Congresso, Washington D.C.; USA)

Abraços saudáveis

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