sábado, 8 de março de 2008

Contradição entre o que queremos para os nossos filhos (colaboradores, etc) e o que fazemos com eles!


Imaginem uma mãe ou um pai, ajudando o seu filho (ou sua filha!) de quatro anos ao jantar, a comer um frango oriundo de um criador de galinhas (como por exemplo, a Korin , que usamos em nossa casa) que não usa antibióticos nem “promotores de crescimento” (evitando nomes mais “sofisticados” que nos podem causar aversão, especialmente tratando-se dos nossos filhos). O diálogo será algo parecido com o seguinte:
- está gostoso meu filho? Pape tudo (de preferência incentivando-o a mastigar devagar!), para crescer forte e saudável.
- está bom sim papai e vou papar tudo!
- já terminou? Que bom meu filho, os pais estão muito contentes por ter papado tudo. Parabéns!

Agora imaginem a mesma situação mas onde o frango contenha antibióticos e os tais “promotores de crescimento” (e os pais conscientes disso!!!):
- está gostoso meu filho? Se não quiser papar tudo não faz mal!
- está bom sim papai e eu estou com fome e vou papar tudo!
- já terminou? Então peça licença e pode ir para o seu quarto.
- e o pai vira-se para a mãe (ou vice-versa) e pergunta, será que estes antibióticos e “promotores do crescimento” estão fazendo muito mal ao nosso filho? No nosso tempo, tudo era mais saudável!!!

Sou realista para saber que nem todos os pais podem pagar o preço dos frangos (e ovos) Korin ou outros produzidos com o mesmo critério de respeito pelo consumidor final (e são empresas que, como qualquer outra, existem, entre outros propósitos, para remunerar devidamente o capital investido pelos seus acionistas!), mas uma das razões pelas quais os preços ainda têm uma diferença relativamente importante para o bolso de muitos dos meus leitores, é porque nós estamos a comprar produtos, que está provado, nos fazem mal a médio e longo prazo, inclusive aos nossos filhos e não exigimos respeito por nós, aos produtores “menos sérios” enquanto consumidores e às autoridades publicas nesta matéria especifica, enquanto cidadãos.

Dois tópicos para reflexão, para que possam visualizar melhor, como as coisas estão invertidas:
- deveria ser obrigatório rotular com letras bem visíveis algo como: frango (depois poderemos falar sobre outros produtos) com antibióticos e “promotores de crescimento” mas quem não os usa é que rotula, ou seja todos consideramos normal alimentar os nossos filhos, os nossos colaboradores, a nós próprios com estes tipos de “drogas” (e os resultados estão à vista de qualquer um – basta ligar a televisão, comprar uma revista ou olharmos para o lado e ver o estado de saúde de quem nos rodeia, física e psicologicamente falando)
- imaginem que os antibióticos eram amarelos e os “promotores de crescimento” rosa forte e que fosse visíveis no frango que fossemos comprar no supermercado. Você, leitor, compraria mesmo assim?

Vamos deixar de ser passivos e unir esforços (consumidor, supermercados, restaurantes, empresas, médicos, nutricionistas, etc) para que possamos comer melhor, a preços compatíveis com o que trazemos para casa, mês após mês (e ainda por cima vamos gastar menos com consultas e medicamentos!).

Para aqueles que dominam a língua inglesa, vejam um exemplo aqui do que está a ser feito nesta matéria no Reino Unido. Nós também podemos fazer o mesmo!


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