sexta-feira, 22 de maio de 2009

"98 batidas"

Definitivamente, a Isabel Stilwell, directora do Destak, é alguém que dá um contributo sustentado para a mudança de hábitos de muitos portugueses:

"Os nossos corações devem andar todos a bater demasiado acelerados. Pela minha parte, pelo menos no aparelho que lá apareceu em casa, fico-me pelas 98 batidas por minuto, um número de batimentos cardíacos vergonhoso quando comparado com os 40 e picos dos meus filhos atletas. Eles apontam-me o dedo. Dizem que não faço exercício, à excepção dos dedos, que esses fartam-se de bater teclas de computador. Ah, e a língua, que não pára, porque apesar da crise e da falência do sistema financeiro, continuo a falar a cem à hora. Bem vistas as coisas, o coração limita-se a acompanhá-la.

Respondo como posso, com a culpabilidade de não ir ao ginásio, e de poder acabar um dia a dar-lhes muito mais trabalho do que merecem. Não tenho medo da morte, mas ficar presa a uma cadeira de rodas, ou pior do que tudo não ser capaz de traduzir por palavras aquilo que me vai na cabeça, equivale ao pior dos pesadelos. E, por muito mórbido que seja, é mesmo essa a imagem que devemos reter quando vivemos como o coelho da Alice, a repetir a toda a hora que estamos atrasados, a adrenalina a bombar nas veias, o corpo preparado cronicamente para a fuga, a desgastar os seus sistemas de defesa, num falso alarme. É esse desgaste que nos torna, depois, mais vuneráveis a tudo, dos vírus à infelicidade.

Ou seja, temos que rever as nossas prioridades: será que estão pela ordem certa, ou que, sem saber como nem porquê, invertemos tudo, e já nem temos consciência de que para lado está a meta. A certa altura, o coração bate apenas porque está baralhado. E sobrecarregado porque em lugar de dividido em quatro cavidades, que já chegavam e sobejavam, se desdobrou em centenas, num labirinto desorganizado e caótico, que nos torna muito pouco eficazes. Sem estratégia definida, gastamos energia, esforço e damos o melhor de nós, mas os resultados ficam sempre muito aquém das nossas expectativas. E das daqueles que nos rodeiam. Ou seja, cansamo-nos em vão, um cansaço que, ao contrário do exercício físico, não nos limpa a cabeça. Por isso, com o apoio do Destak, pare, escute e olhe. E mude de rumo, enquanto é tempo."

Agora o importante é que quem nos transmite estas sábias palavras, contribua com o seu próprio exemplo para melhorar directamente a sua Qualidade de Vida e indirectamente a de todos os seus leitores.

Nós aqui estaremos para lhe dar o nosso humilde mas sentido apoio.

Abraços saudáveis,

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