terça-feira, 11 de agosto de 2009

""Pais têm de ser mais líderes que chefes de família", diz Içami Tiba"

"Para quem tem a nobre tarefa de educar filhos (mas não só!), vale a pena ouvir um vídeo de quase 22 minutos do Psiquiatra Içami Tiba, publicado pela UOL Educação (clique aqui para assisti-lo na íntegra). Abaixo alguns trechos da entrevista:

Para o psiquiatra Içami Tiba, as famílias estão precisando de uma bússola. Ou seja, de orientação sobre o caminho a tomar na criação dos filhos. Ele fala isso com base na experiência adquirida no consultório nos últimos 40 anos.

Seu mais recente livro "Familia de Alta Perfomance", que já figura entre os mais vendidos, propõe-se a discutir mudanças na família moderna. Na sua opinião, essa nova família está refém dos "destemperos" dos filhos. "Dá-se poder a quem não tem competência para exercê-lo", dispara Tiba.

A consequência desse modo de funcionamento familiar prejudica a todos. Os filhos mimados crescem com uma baixa tolerância à frustração e, quando adultos, têm problemas em enfrentar as dificuldades. "Não aguenta uma contrariedade e larga a faculdade, não aguenta o chefe, vira as costas e abandona o emprego", exemplifica Tiba.

Os pais, por sua vez, ficam à mercê das vontades dos rebentos e sofrem mais quando os vêem fracassando diante dos obstáculos. Segundo ele, a dificuldade em enfrentar as adversidades tem feito, inclusive, alguns casais desistirem de ter filhos.

Para Içami Tiba, um jeito de resolver esses impasses é trazer para o seio familiar conceitos e atitudes que os pais adotam em suas vidas profissionais. A meritocracia é um deles.

"Os pais promovem os filhos por amor", diz Tiba. Mas ressalta: "O amor mal colocado num relacionamento não forma outras pessoas. Um filho consegue por insistência, não por merecimento - o mundo todo funciona pela meritocracia".

Ele faz a seguinte comparação: se um funcionário pede aumento não melhora sua performance, ele não ganha aumento. E, mesmo que esse funcionário siga pedindo mais salário, os ganhos só vão aumentar quando ele tiver mérito. "Com o filho, é diferente. O pai vai lá e dá aumento", afirma o psiquiatra.

Eliminar o sofrimento de maneira imediata é a maior preocupação dos pais, acredita Içami tiba. "Se o menino está gritando, o pai quer que ele pare", diz. Sem pensar, contudo, que agradá-lo só vai tornar o próximo escândalo maior.

Gentil poupança

O psiquiatra define a atitude da maioria dos pais como se estivessem fazendo uma "gentil poupança". É a reserva para as recompensas dos que não cumprem o trato. Se o pai combina de viajar com a família caso os filhos tirem boas notas e descumpre o combinado com o filho que ficou de recuperação, ele está formando um gentil poupança com esse filho e estimulando-o a conseguir o que deseja sem esforço.

A saída, na opinião do terapeuta, é encontrar um jeito de não punir ambos os filhos. "Se dá para os dois ou tira dos dois é injustos", explica. Sua sugestão é viajar e deixar o filho "em recuperação" com a tarefa de estudar durante a viagem.

"O pai, na vida fora de casa, age de maneira bastante diferente", afirma Tiba. Para ele, um boa estratégia é usar a maneira de reagir na vida profissional dentro de casa. "Pais têm de ser mais líderes que chefes de família." Um bom líder não precisa ficar em cima da sua equipe para saber se está cumprindo suas tarefas."

Que cada um dos meus leitores consiga melhorar os resultados dentro de casa, usando as sábias palavras de quem tem uma experiência acumulada de 40 nesta área.

Abraços saudáveis

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