quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"(...) se denunciassem esses organismos pelas más práticas "significava graves riscos para as suas carreiras profissionais" (...)"


Li esta semana a seguinte notícia no jornal Global:

""Aquaplaning"

Engenheiros não incomodam concessionárias

Observatório das Estradas denuncia tendência de culpar os condutores e não as auto-estradas

Os engenheiros não abordam os defeitos nas autoestradas nos casos de acidentes para não incomodarem as concessionárias ou o poder político (...).

"Num dos casos que tive conhecimento e que correu no tribunal, em que o queixoso apresentou um relatório onde justificava tecnicamente que foi vitima de hidroplanagem por defeito da estrada, a concessionária da A8 defendeu-se com um relatório do LNEC, que camuflou os defeitos da estrada, e com um relatório de um engenheiro mecânico que concluía não haver condições para hidroplanagem", exemplificou [Francisco Salpico]. "Neste tipo de relatórios, a abordagem é sempre feita de modo muito cómodo, sem incomodar as concessionárias e muito menos o poder político, na óptica da responsabilidade do condutor ou da responsabilidade entre condutores, nunca abordando os defeitos das estradas, acrescentou.

Para o autor do estudo, como os especialistas nesta matéria "são engenheiros civis que trabalham para estes organismos", se denunciassem esses organismos pelas más práticas "significava graves riscos para as suas carreiras profissionais"
(...)"

Se de uma forma geral, as pessoas tivessem mais coragem para dizerem algumas verdades, todos ganharíamos em Qualidade de Vida!

Neste caso são prejudicados:

a) aqueles que estiveram/vierem a estar envolvidos em acidentes por causa das más condições de parte do piso de algumas autoestradas

b) os familiares, as empresas onde trabalhem(trabalhavam), amigos, etc dos mencionados na alínea anterior

c) os próprios engenheiros que escondem ou camuflam a verdade (acredito eu que alguns se sintam mal consigo próprios, ao se sentirem co-responsáveis pelos número de mortos e ou feridos, para além dos danos materiais e até morais ocasionados) e indirectamente as respectivas famílias

d) o país, com todos os custos originados por este tipo de acidentes (financeiros, imagem, turismo,...)


Senhores "especialistas" em avaliar as verdadeiras causas dos acidentes nas estradas portuguesas:

Pensem bem nas consequências de omitirem dados relevantes para a apuração das verdadeiras causas de acidentes nas autoestradas portuguesas e coloquem os interesses da população no topo das vossas prioridades, por que assim, conseguem evitar a morte/ferimentos em pessoas (bébés, crianças, adultos) inocentes e naturalmente melhorarão a Qualidade de Vida de muita gente, incluindo a vossa!

Coragem nas vossas decisões e atitudes!

Como já depreenderam os meus leitores, aquilo que publico aqui sobre graves omissões/mentiras à cerca das condições do piso de partes de algumas das nossas autoestradas, aplica-se a muitas outras áreas e como cidadãos, temos que agir no sentido de não permitirmos que o tipo de comportamento aqui discutido, permeie para outros profissionais dos mais variados sectores de actividade.

Cada um tem que fazer a sua parte!

Abraços saudáveis

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