quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"PORQUE OS LIVROS CURAM"


É com uma enorme satisfação que publico algo sobre o tema mencionado em epígrafe, retirado da última edição da revista GINGKO, projecto editorial que os meus leitores sabem que admiro desde que tomei conhecimento da sua existência.

Abaixo alguns trechos do artigo que pode ser lido clicando aqui:

"Giuseppe Berto, em vez de uma embalagem de ansiolíticos? Ou a leitura de As Mil e Uma Noites para combater a insónia que há meses lhe rouba horas de repouso? Pode soar a esotérico, mas não é. Os livros têm o dom de nos transportar para mundos e vidas paralelas, estimulam a imaginação e a criatividade, e aumentam o número de ligações neurológicas, facto cientificamente comprovado.

A perspectiva dos livros como agentes de transformação tem séculos de existência. Nas bibliotecas antigas eram referidos, frequentemente, como "remédios para a alma" ou "medicina para a alma". A noção da leitura como terapia recua a Platão, mas foi necessário esperar uns séculos até que surgissem as primeiras experiências médicas. O termo biblioterapia foi cunhado por Samuel McChord Crothers em 1916, um dos primeiros a utilizá-lo, e a terapia ganhou novo fôlego a partir da década de 30 do século passado, com sessões em escolas primárias, hospitais e lares.

(...) Mas atenção: a leitura de um livro "não é uma fórmula mágica para a resolução de problemas; é uma ferramenta terapêutica", adverte. Afinal, e como escreveu o poeta e jornalista brasileiro Mário Quintana; "os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas; os livros só mudam as pessoas" [maravilhoso!].
(...)
O livro oferece aos leitores um manancial de experiências e conhecimentos, mas não só. "São também o reino dos afectos", defende Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura e uma das autoras da famosa colecção juvenil Uma Aventura. É que o autor, normalmente, para além das acções descreve também emoções, pensamentos e estados de espírito dos personagens. "Entramos no íntimo dos outros como não fazemos na vida real", sublinha. Talvez por isso não seja raro que se estabeleçam laços de afecto entre leitores e personagens.
(...)
Mas também na vida real os livros fomentam inter-relações e estreitam amizades. "Lembramo-nos da pessoa que nos recomendou um livro, o ofereceu, ou com quem falámos sobre ele", diz Isabel Alçada. Episódios literários que entrecruzam histórias e afectos.

Cura interior

Para os defensores da biblioterapia a leitura é uma experiência terapêutica sem contra-indicações. "Excepto o possível vício dos livros", remata Ella Berthoud, biblioterapeuta em The School of Life. Qualquer pessoa que saiba ler pode praticar esta terapia. Mas é preciso gostar de o fazer para que surta efeito.
(...)
A biblioterapia é seguida pelos leitores de forma mais ou menos consciente e cada um pode traçar sozinho o seu caminho nos trilhos da literatura. Essa é, para Isabel Fagundes, a principal vantagem desta terapia: "Poder fazê-la sozinha, não depender de outros, estar no meu espaço, a qualquer hora, concentrar-me no conteúdo de um livro e vivê-lo intensamente".
(...)
"Ler aumenta a sabedoria e a boa disposição, também bloqueia a ignorância e a apatia", afirma em tom revolucionário José Luís Matias, (...). "

Atentos à importância dos livros para todos nós, incluindo o simples prazer da leitura e de estar rodeado de bons livros, a minha mulher apresentou-me virtualmente o "Library Hotel" (que descobriu via Casa das Letras) cujas imagens do site explicam melhor do que quaisquer palavras do signatário.

Boas leituras e...

Abraços saudáveis



2 comentários:

Manuela Caeiro disse...

Apreciei bastante esta postagem e as citações de Mário Quintana, Isabel Alçada... Obrigada pelo convite à leitura. As coisas que o FB permite! O João vai-me permitir que eu cite estes autores também no meu blogue...
Um abraço... "saudável"!

João Marques disse...

Bom dia Manuela Caeiro,

Eu é que agradeço em tê-la como leitora do meu Blog.
Claro que pode citar Isabel e Alçada e Mário Quintana, até porque em primeiro lugar, o mérito é deles e em segundo lugar da equipa da revista GINGKO.

Abraços saudáveis