terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cirque du Soleil - "Se houver muitas restrições, você deixa de pensar naquilo que pode fazer e começa a pensar naquilo que não pode fazer."


""(...) eles tinham como eu [os fundadores do Cirque], uma mente aberta e o espírito livre. Mas também eram muito trabalhadores, muito disciplinados - e tinham uma visão. Queriam algo especial, algo grande, algo novo. E a sua energia era contagiosa!"
(...)
"(...) Queríamos mexer com a cabeça destas pessoas [público, leia-se clientes] (...) e para isso tínhamos de fazer coisas que mais ninguém tentava fazer."

O facto de ele e os outros fundadores partilharem a mesma visão ajudou - embora nem sempre estivesse de acordo sobre a forma de lá chegarem. - "Oh, discutíamos sobre tudo e mais alguma coisa."
- "Que roupas usar, que atleta recrutar, se deviam virar à esquerda ou à direita, se devíamos usar um foco ou uma luz ambiente. Mas essa é a questão: falávamos sobre tudo. A nossa primeira ideia raramente era a última. As ideias evoluíam e eram combinadas com outras, até se tornarem mais originais e criativas. E quando o processo acabava, era impossível dizer de quem era a ideia. Não importava!"
(...)
Eu sabia que muitos dos artistas se inspiravam em ideias e ventos que não tinham nada a ver com as suas áreas de trabalho. E apercebi-me da forma como me isolava na minha própria vida, o quanto me tinha afastado de interesses externos que me podiam ter alargado o pensamento.

- "Então como transformam estas ideias avulsas numa cena?"
-"Prazos!" - riu. - "Claro que eles são sempre muito apertados, mas sem eles a sua mente não está focalizada. Pelo contrário, tendo prazos, a sua mente entra em pânico e começa a aparecer com ideias loucas que nunca teria de outra forma.
(...)
- "A maior parte das pessoas detesta prazos"(...). "Não me tinha ocorrido que as limitações pudessem ser uma boa coisa. Que tipo de coisas o constrangem?"

-"Burocracia!" - exclamou ele, erguendo o punho como se estivesse furioso. - "É um obstáculo tremendo para nós. Estamos a crescer de tal maneira e tão rapidamente, que parece que estamos continuamente a precisar de mais regras aqui, um pouco mais de papelada ali.
(...)
Se houver muitas restrições, você deixa de pensar naquilo que pode fazer e começa a pensar naquilo que não pode fazer.""

Grande lição de gestão retirada do livro CIRQUE DU SOLEIL, A Chama da Criatividade, mencionado nos meus posts anteriores.

E você:

- incentiva os seus colaboradores a conversar sobre tudo?
- e se os incentiva, na realidade deixa-os falar? Individualmente ou nas reuniões?
- e se os deixa falar, aceita com humildade as suas ideias, como se partissem de si e ou se , num primeiro momento, parecerem disparatadas ou sem sentido?
- e se aceita que as ideias sejam colocadas em "cima da mesa", depois sabe gerí-las, ou seja, fazer com que cada emissor, sinta que valeu a pena falar ou, no mínimo, que não foi prejudicado por fazê-lo?

Se uma ou mais das questões acima, tiver um não como resposta (e não basta dizer que sim, se na realidade não o faz!), então a sua empresa não está preparada para lidar com criatividade, inovação, nem tão pouco, estruturada para gerir, de forma positiva, com a motivação de cada colaborador e com as sinergias que naturalmente são criadas via trabalho de equipa!

Use, mais uma vez o exemplo do Cirque du Soleil para gerar valor para todos os seus stakeholders.

Abraços saudáveis

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