continuação artigo Nara Damante
"(...)
HISTÓRIA SEM FRONTEIRAS
A demanda pelo resgate da memória ultrapassa qualquer distância. Esse é
o exemplo da Mineração Rio do Norte (MRN), empresa mineradora de bauxita
(minério usado na produção de alumínio) situada no extremo oeste do Pará e
que responde por 78% da produção brasileira e 8% da mundial. Acessível
apenas por barco ou via aérea, possui uma infra-estrutura em Porto de
Trombetas que acolhe uma população de cerca de 6,5 mil pessoas, numa
verdadeira cidade. Para preservar sua história, a MRN construiu sua Casa
da Memória na primeira residência de Porto de Trombetas, fazendo uma
retrospectiva de seu plano de negócios e, ao mesmo tempo, mostrando a
integração do homem com a natureza.
Na Casa estão representados os desafios que os pioneiros enfrentaram,
os antigos presidentes da empresa e os luminosos mostrando a evolução
desses 33 anos, incluindo a história dos quilombos em Trombetas, o
processo de extração da bauxita, o projeto paisagístico e a diversidade da
Amazônia. "Temos em mente que o minério acaba, mas a história fica. A Casa
da Memória é a materialização do compromisso com nossos públicos de gerar
riquezas com respeito ao homem e à natureza", afirma Marina Duarte Viana,
assistente de comunicação da MRN. A Casa já recebeu mais de 1,4 mil
visitantes de diversos países.
Também engajada no cultivo da memória, a Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD) utiliza sua história como fator de comunicação com o projeto Vale
Memória. "Entendemos que a memória empresarial é o uso que uma empresa faz
de sua história reforçando seus vínculos presentes, criando empatia e vias
para o futuro."
O grande desafio é usá-la como ferramenta para públicos externo e
interno porque ela é um fator de coesão do grupo e elemento de
responsabilidade social", comenta o embaixador Fernando Silva Alves,
diretor-superintendente da Fundação Vale do Rio Doce. O redimensionamento
da CVRD desde 1997 fez com que a empresa privatizada passasse de 20 mil a
13 mil funcionários. Embora o governo ainda detenha a maioria das ações,
com 32%, atualmente a empresa gera mais lucros que quando o poder público
possuía 100% do capital.
Ao fazer 50 anos, a CVRD editou um livro, em 1999, relatando sua
história e trabalhando no resgate da auto-estima dos funcionários, de seus
projetos, de velar e preservar os compromissos da empresa, explicar sua
trajetória e atuar como ferramenta de comunicação interna e externa. Alves
endossa que o compromisso com a história da empresa fez com que os
colaboradores entendessem que se tratava de um conhecimento intangível e
que não era uma ação individual, dependendo da contribuição de cada um.
Com esses preceitos divulgados e compreendidos, neste ano foi criado um
museu virtual na intranet e também reunido material em CD-ROMs,
contribuindo para o incentivo às pesquisas escolares. Desde o início do
projeto, realizaram-se mais de 130 entrevistas, com 400 horas de gravação,
que depois foram transcritas, revisadas e indexadas com a consultoria do
Museu da Pessoa. Na internet, o projeto é ainda mais ambicioso e pretende
que cada funcionário faça sua parte, inserindo seu testemunhal.
(...)"
Abraços saudáveis
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