quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Projecto Memória - ferramenta estratégica de comunicação corporativa - notas soltas (18)

continuação artigo Nara Damante

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HISTÓRIA SEM FRONTEIRAS

A demanda pelo resgate da memória ultrapassa qualquer distância. Esse é o exemplo da Mineração Rio do Norte (MRN), empresa mineradora de bauxita (minério usado na produção de alumínio) situada no extremo oeste do Pará e que responde por 78% da produção brasileira e 8% da mundial. Acessível apenas por barco ou via aérea, possui uma infra-estrutura em Porto de Trombetas que acolhe uma população de cerca de 6,5 mil pessoas, numa verdadeira cidade. Para preservar sua história, a MRN construiu sua Casa da Memória na primeira residência de Porto de Trombetas, fazendo uma retrospectiva de seu plano de negócios e, ao mesmo tempo, mostrando a integração do homem com a natureza.
Na Casa estão representados os desafios que os pioneiros enfrentaram, os antigos presidentes da empresa e os luminosos mostrando a evolução desses 33 anos, incluindo a história dos quilombos em Trombetas, o processo de extração da bauxita, o projeto paisagístico e a diversidade da Amazônia. "Temos em mente que o minério acaba, mas a história fica. A Casa da Memória é a materialização do compromisso com nossos públicos de gerar riquezas com respeito ao homem e à natureza", afirma Marina Duarte Viana, assistente de comunicação da MRN. A Casa já recebeu mais de 1,4 mil visitantes de diversos países.
Também engajada no cultivo da memória, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) utiliza sua história como fator de comunicação com o projeto Vale Memória. "Entendemos que a memória empresarial é o uso que uma empresa faz de sua história reforçando seus vínculos presentes, criando empatia e vias para o futuro."
O grande desafio é usá-la como ferramenta para públicos externo e interno porque ela é um fator de coesão do grupo e elemento de responsabilidade social", comenta o embaixador Fernando Silva Alves, diretor-superintendente da Fundação Vale do Rio Doce. O redimensionamento da CVRD desde 1997 fez com que a empresa privatizada passasse de 20 mil a 13 mil funcionários. Embora o governo ainda detenha a maioria das ações, com 32%, atualmente a empresa gera mais lucros que quando o poder público possuía 100% do capital.
Ao fazer 50 anos, a CVRD editou um livro, em 1999, relatando sua história e trabalhando no resgate da auto-estima dos funcionários, de seus projetos, de velar e preservar os compromissos da empresa, explicar sua trajetória e atuar como ferramenta de comunicação interna e externa. Alves endossa que o compromisso com a história da empresa fez com que os colaboradores entendessem que se tratava de um conhecimento intangível e que não era uma ação individual, dependendo da contribuição de cada um.
Com esses preceitos divulgados e compreendidos, neste ano foi criado um museu virtual na intranet e também reunido material em CD-ROMs, contribuindo para o incentivo às pesquisas escolares. Desde o início do projeto, realizaram-se mais de 130 entrevistas, com 400 horas de gravação, que depois foram transcritas, revisadas e indexadas com a consultoria do Museu da Pessoa. Na internet, o projeto é ainda mais ambicioso e pretende que cada funcionário faça sua parte, inserindo seu testemunhal. 
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Abraços saudáveis

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