segunda-feira, 21 de maio de 2007

O futuro saudável começa já


Sugiro a leitura do artigo abaixo, pois acredito que ele espelha exatamente aquilo que estamos a fazer

O futuro saudável começa já!
Laura, o lindo bebê que ilustra estas páginas, pode chegar fácil, fácil aos 100 anos de vida ou mais. A previsão otimista tem razão de ser. A ciência já traçou um plano de ação para garantir a longevidade dessa nova geração de brasileiros.
por Anderson Moço | design Gisele Pungan

Ela nasceu em São Paulo na madrugada do dia 21 de agosto deste ano, pesando 3,3 quilos e medindo 40 centímetros. Menina saudável — constataram os médicos. E os pais de Laura Siqueira Parisi, claro, receberam a notícia com emoção. Aos votos de felicidades junta-se o desejo de uma vida longa e saudável. E assim será se a família da menina cuidar da sua saúde desde já.

Isso significa ir muito além de obedecer ao calendário de vacinação para dar um chega-pra-lá em piripaques típicos da criançada. "Estamos falando de prevenir agora doenças que só vão se manifestar a partir da quarta, quinta ou sexta década de vida", enfatiza a médica Magda Carneiro Sampaio, professora de pediatria da Universidade de São Paulo(USP). Esse é o pulo-do-gato da moderna pediatria. Males como o diabete tipo 2, o infarto, a depressão, o enfisema e a osteoporose podem ter suas raízes na infância ou ainda mais cedo, na fase intra-uterina. E elas levarão anos para se desenvolver. Silenciosamente.

Se soa estranho um salto tão grande no tempo quando se foca a saúde de um recém-nascido, é bom lembrar que prevenção é a palavra de ordem da Medicina. E quanto antes ela começar, melhor, garantem estudos e mais estudos.

O Instituto da Criança da USP adotou essa nova postura como um procedimento padrão no hospital. Em outras palavras, o pediatra é estimulado a rever seu papel e mergulhar nas mais diferentes áreas médicas. Além de cuidar da dor de ouvido e vasculhar as razões da febre alta, entre outras queixas costumeiras, a idéia é que ele resgate o histórico das doenças mais comuns na família do seu pequeno cliente, considerando também hábitos, como dieta e atividade física, de pais e avós.

De posse dessas informações, o pediatra fica mais seguro para orientar nos cuidados que um bebê, como Laura, merece desde os primeiros meses. Ao rastrear o passado, ele vislumbra o que pode acontecer de ruim lá na frente. "Em geral as doenças estão relacionadas ao sedentarismo, à alimentação errada e ao tabagismo. E é na juventude que esses hábitos se instalam", ressalta o endocrinologista Durval Damiani, que também é professor da USP.

Ninguém deve imaginar, por exemplo, que é cedo demais para impedir a criança de comer bobagem sem controle só porque ela não é obesa. Se houver casos de gente gorda na família, olho vivo. As recomendações, enfim, não são nada diferentes daquelas direcionadas para o adulto. A dieta tem que ser equilibrada e ponto. Exercícios são obrigatórios e isso não se discute. E, se o passado condena quando o assunto é doença cardiovascular, o médico na certa deve pedir exames cardiológicos freqüentes — desde a mais tenra infância, bem entendido.
Descobertas recentes mostram que a aterosclerose — o acúmulo de gordura nas artérias — começa na infância. A doença é considerada a principal causa de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame. "Desde cedo devemos nos preocupar com uma alimentação capaz de evitar essas placas de gordura", não se cansa de repetir a pediatra Magda.

Voltemos à recém-nascida Laura desta reportagem. A família de sua mãe, a dentista Alessandra Ucília Parisi, tem no infarto a principal causa de morte de parentes. Então, é bom que a dieta de Laura seja o mais livre possível de gorduras prejudiciais ao organismo. A pequena também deverá ser motivada a praticar exercícios regularmente. E, sim, para completar, Laura mal nasceu e já se sabe que terá de fazer exames periódicos de colesterol e triglicérides.

Depressão é outra página triste na história de sua família. Quase todas as mulheres sofrem do mal. Motivo mais do que suficiente para acompanhar com atenção redobrada a vida emocional de Laura, sobretudo porque não é nada incomum que os sintomas da doença dêem as caras durante a infância. "Quando os pequenos são expostos a situações estressantes, como separação ou brigas constantes dos pais, alimentam um sentimento profundo de tristeza que, com o tempo, muitas vezes se transforma em depressão", revela o psiquiatra infantil Wagner Ranna, também da USP. Olhar para o passado a fim de proteger o futuro pode funcionar como um verdadeiro seguro-saúde. O melhor que os pais podem fazer para seus filhos.

Quanto antes melhor
• Incentive seu filho a praticar exercícios. No começo ele pode até não gostar, mas, com o tempo, isso vira um hábito e até mesmo um prazer.
• Cuide da alimentação. Se desde pequeno ele for acostumado a comer mais vegetais do que doces e gorduras, vai cur tir saladas e frutas.
• Exponha a criança ao sol nos horários adequados e use filtro solar, sobretudo nos dias escaldantes. Lembre-se: em excesso faz mal, mas fugir dele diminui a produção de vitamina D, essencial para o desenvolvimento do sistema nervoso.
• Evite os quilos extras. Se o ponteiro da balança sobe, não importa a idade, é sinal de que a saúde corre perigo.

O que da para evitar?
• Doenças cardiovasculares: hiper tensão, aterosclerose, infar to, AVC, ou acidente vascular cerebral (o popular derrame)
• Problemas respiratórios, como asma e enfisema pulmonar
• Alguns tipos de câncer
• Osteoporose
• Diabete tipo 2
• Obesidade
• Distúrbios emocionais
• Doenças hepáticas

2 comentários:

Mirna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mirna disse...

Eu tive muitos problemas de saúde por causa de alto teor de gordura comer. Além disso, eu comia o dia inteiro. Então, eu tinha complicações cardíacas. Depois de uma consulta com um especialista em endocrinologia e metabologia decidiu mudar não apenas a comida, mas o ritmo de vida. Isso é importante.