domingo, 9 de dezembro de 2007

Marketing Pessoal - Uma Dimensão Estratégica da Vida (3a parte)


3ª parte do conteúdo do que foi apresentado pelo Prof. Cláudio Queiroz (www.professorclaudioqueiroz.com.br ), nas palestras organizadas pela FAAP no ExpoManagement 2007, que levada á pratica, pode efetivamente melhorar a Qualidade de Vida de cada um nós.

Terceira etapa: objetivos e metas

“PARA QUEM NAO SABE PARA ONDE IR, QUALQUER CAMINHO SERVE” (ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS)

Depois de definidos o diferencial, a competência e a oportunidade, a próxima etapa é decidir o que se quer. ‘É estranho, entretanto, que algumas pessoas gastem mais tempo planejando as férias do que a própria existência. Parece um paradoxo, mas é mais fácil definir o que não se quer, do que o que se deseja. Um grande problema de um número substancial de pessoas é esta etapa – o não saber o que se quer da vida, nos aspectos pessoal e profissional.

No processo de seleção no mundo corporativo, é comum perguntarem aos candidatos sobre o que querem. Uma boa parte deles simplesmente não sabe o que responder. Um dia desses, ao fazer esta pergunta durante uma seleção, uma candidata respondeu: “Aposentar-me”. Como a achei muito nova, fiz outra pergunta: Quantos anos faltam? Ela de pronto respondeu: “Doze anos”.

Imaginem uma pessoa que tem como meta existencial “aposentar-se”, e a aposentadoria está muito distante da sua realidade. Que comportamento este indivíduo apresenta no dia-a-dia da empresa? A definição de objetivos tem uma relação direta com a palavra FOCO. Quem não tem foco gasta tempo e energia com atividades e ações que não auxiliam na obtenção do êxito.

A pergunta que sempre faço é: Se você deseja chegar a uma cidade cuja distância é percorrida em uma hora e no percurso, de repente, você descobre que está na estrada errada há vinte minutos, quanto tempo falta para chegar à cidade certa? Uma hora e quarenta minutos, ou seja, você perdeu quarenta minutos em relação ao seu objetivo, vinte minutos para ir e vinte minutos para voltar. O problema é que tem gente que perde meses e até anos de sua vida, o que é muito comum.

Os objetivos são ímãs que atraem o esperado. O mundo tem tantos atrativos e pressões que, se não tivermos muito cuidado, nos desviamos de nossos objetivos a todo momento. No mundo organizacional chamo a isso de “iscas”. São promoções ou atividades que farão você perder tempo, não agregando conhecimento ou habilidades necessárias ao seu intento. Estratégia exige a coragem de dizer não.

A palavra disciplina é muito malvista no Brasil, por ser associada a autoritarismo ou ditadura. Quem não tem disciplina descansa demais, é muito condescendente com os próprios pontos fracos e geralmente não caminha em direção a seus objetivos com a mesma intensidade que caracteriza os vencedores.

Qual a diferença entre metas e objetivos? Um conjunto de metas alcançadas nos permite atingir um objetivo. Um exemplo de objetivo: ter uma vida saudável; a meta é tomar dois litros de água por dia, realizar atividades físicas diariamente, não tomar sol sem protetor solar etc.
Como definir os objetivos? Exercício prático: Pegue uma folha de cartolina e pense no futuro. Policie-se para não pensar nas dificuldades ou problemas que o preocupam no presente e então:
a) Defina o que espera ser e ter daqui a dez anos. Coisas do tipo: onde quero morar, com quem viver, quantos filhos desejo ter, que posição na empresa desejo ocupar, que papel desejo ocupar na sociedade, que realizações espero implementar ou ter implementado.
b) Volte para o presente mentalmente e faça o seguinte questionamento: Fazendo o que estou fazendo em minha vida pessoal e profissional hoje, chegarei aonde estabeleci no item anterior?
c) Se a resposta for sim, continue fazendo o que faz e seja feliz. Se a resposta for não, provavelmente seja necessário rever o seu gráfico existencial Se você deseja chegar ao ponto (b) e está no ponto (a), e se caminhando em linha reta não chegará lá, certamente precisará subir alguns degraus, a que chamo de pontos de ruptura ou de descontinuidade. Pontos de ruptura ou de descontinuidade são modificações ou alterações que devem ser feitas para o alcance de objetivos, tais como: mudar de Estado, de residência, casar-se, fazer um curso, aperfeiçoar-se, adquirir novas competências, aprender um idioma, passar uns tempos fora do país etc.

Se você avaliar que não está disposto a fazer esforços ou mudar para superar os pontos de ruptura, sugiro retornar ao item (a) para que reveja seus objetivos.

Lembro que os objetivos mudam também em função dos acontecimentos que estão fora de nosso controle. Neste caso, retorne ao item (a) e refaça seus planos. É o que chamamos em administração de “Plano de Contingências”. Esta etapa exigirá de você a competência “orientação a resultados”: “planejamento”, “visão estratégica” e “visão sistêmica”.

O comportamento oposto é “deixe a vida me levar”, tornando-se um ser passivo e refém dos acontecimentos. Uma dica é não exagerar na quantidade de objetivos, pois quem tem cem com “c” pode ficar sem com “s”. Cuidado também para não ancorar toda sua existência em um único sonho e perder a oportunidade de concretizar outros. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis, realizáveis e ter um prazo para consecução.
(...)

Nenhum comentário: