domingo, 27 de abril de 2008

Má nutrição na infância e comportamentos anti-sociais na adolescência e em adultos jovens


A recente publicação na internet de alguns vídeos de violência gratuita, onde, a título exemplificativo, um grupo de adolescentes (meninas!!!) agridem de forma brutal uma outra, levam-me a apresentar algumas das conclusões de um estudo norte americano (apresentado pelo Luís Fernando Correia, médico e apresentador do “Saúde em Foco” da CBN) que mostra a ligação entre a má nutrição na infância e comportamentos anti-sociais na adolescência e em adultos jovens.

É obvio que estou a abordar apenas um dos ângulos de uma questão muito mais complexa, mas acredito que se, em larga escala, reduzirmos/eliminarmos uma das causas (até porque os pais têm bastante controle sobre ela), com certeza poderemos observar uma melhoria significativa nos índices futuros nesta variável especifica:

“Durante 14 anos crianças mal nutridas na primeira infância foram acompanhadas por pesquisadores de uma universidade da Califórnia. Essa observação permitiu que os cientistas estabelecessem uma relação entre deficiências de vitaminas e sais minerais e problemas sociais, mais tarde.

As crianças mal nutridas aos três anos de idade, quando chegavam aos oito anos se mostravam irritadiças na escola com freqüentes brigas com os colegas. Aos 11 anos, os pais registravam que as crianças comumente mentiam, perseguiam colegas de turma e se envolviam em brigas.

Ao atingir os dezessete anos as mesmas crianças, agora adolescentes começavam a cometer pequenos delitos e se mantiveram agressivas. As análises mostraram que mesmo quando se excluíam os fatores sociais que envolviam as crianças os resultados eram os mesmos.

O ponto de convergência de todas as crianças estudadas era o fato de que a deficiência nutricional estava associada a uma deficiência intelectual em todas as crianças. Os cientistas acreditam que a falta de zinco, proteínas e vitaminas do complexo B sejam a chave para um desenvolvimento inadequado do sistema nervoso central.
Talvez esses dados mostrem que toda e qualquer preocupação com a nutrição das crianças é necessária e políticas de proteção e segurança alimentar repercutirão em toda a sociedade.”

O Eduardo Galib, comentou publicamente, sobre os resultados apresentados:

“Existe também um grupo de vitaminas muito importante que faltou na pesquisa, talvez o mais importante no qual o resto é apenas reflexo. São as vitaminas A,C1,C2,R,I,SV. que são AMOR,CARINHO,CALOR HUMANO,RESPEITO,IGUALDADE,SENTIDO PARA A VIDA. “

Ele está coberto de razão quanto à importância de “suplementarmos” os nossos filhos, com doses extra das “vitaminas A, C1, C2, R, I, SV”, mas peca, quanto a mim, no seguinte ponto:

Os dois grupos de “vitaminas” em causa, não são excludentes, mas a mensagem que o Eduardo Galib nos passa, pode nos levar a reforçar as últimas em detrimento das primeiras (e crianças amadas, criadas num ambiente de bons princípios e valores, etc, mas desnutridas do ponto de vista celular – mesmo com acesso a muita comida, mas insuficiente quanto aos nutrientes essenciais - poderão vir a ter comportamentos anti-sociais, para além de outros mais óbvios, como um sistema imunológico enfraquecido, etc).

Quantas pessoas cada um de nós conhece, que ama os seus filhos, mas na correria do dia a dia, desinformação, mau exemplo, etc, os alimenta de forma errada? Acredito que, infelizmente, a resposta a esta questão, por parte de cada um dos meus leitores, deite por terra a afirmação do Eduardo Galib “(...) o resto é apenas reflexo”

Vamos parar um pouco e rever a dieta das nossas crianças e encontrar uma forma de os levarmos a adotarem hábitos mais saudáveis em todos os sentidos e lembrem-se da importância de cada um de vocês em dar o exemplo para que possam ter resultados bem sucedidos, com um subproduto que é melhorarem também a V/ Qualidade de Vida.

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