domingo, 8 de junho de 2008

Eliminarmos o termo "paciente" para minizarmos "O lado negro da Medicina"


Esta semana me perguntaram se a minha filha era paciente da Dra. Patrícia Tempski. Eu respondi que a Carolina começara a ser acompanhada por ela, mas que não era paciente, porque, expliquei eu, a palavra paciente vem do latim “patientem” que significa o que sofre, o que padece, expressões que definitivamente não se aplicam à Carolina.
Agora entendam melhor através dos comentários feitos pela Dra Patrícia na primeira (e única porque somos recém chegados a Curitiba) consulta da minha filha, com a nossa presença (os pais) :
“A Carolina está ótima, (...) com os suplementos que lhe estão dando, não preciso receitar outras vitaminas e podem continuar assim que ela está muito bem!”
A certa altura perguntou qual era a minha formação, porque sentiu que eu era uma “(...) pessoa que entendia bastante do assunto e que, juntamente com a mãe (da Carolina), também passávamos uma imagem de muita saúde”. Transcrevo uma pequena parte da nossa conversa (onde cheguei a receber uma convite para voltar à universidade para estudar medicina, como aluno da própria Dra. Patrícia, algo que me honrou muito e se um dia me puder dedicar integralmente ao meu projeto de Qualidade de Vida, gostaria de aceitá-lo!), para passar a seguinte mensagem aos meus leitores.

Um médico, mais do que alguém que cuida das nossas doenças, deveria ser o gestor do nosso maior patrimônio, a nossa saúde. Se, com o apoio do(s) nosso(s) médico(s), conseguirmos melhorar de uma forma efetiva e prazerosa (única forma de mudarmos de forma sustentada!) o nosso estilo de vida, iremos à maior parte das consultas ao longo da nossa vida, não como pacientes, mas como pessoas saudáveis que rotineiramente validam que estão bem e vão fazendo pequenos ajustes para que o respectivo corpo e mente, continue sendo uma fonte de energia que lhes permita viver com uma verdadeira Qualidade de Vida.

Para que possamos caminhar nesse sentido, precisamos de uma atitude diferente daquela que a grande maioria das pessoas adota e sugiro que eliminemos o uso do termo paciente (questão de atitude!) , como forma de marcar o inicio de uma nova relação entre o médico e aqueles que ele acompanha (e trata obviamente quando estão doentes, usando, quando necessário, os remédios produzidos pela industria farmacêutica!).

Ao agirmos neste sentido, estaríamos a dar um passo gigantesco na mudança do atual sistema de saúde, onde com todas as exceções dignas de registro, está muito bem resumido, infelizmente, no último artigo do Dr. Sérgio Vaisman (www.sergiovaisman.med.br ):

“Ao fazer uma consulta ao seu médico, provavelmente existe uma grande sensação de confiança e esperança. Você está num momento de grande vulnerabilidade devido à presença de uma doença mas você confia suficientemente no seu médico que, certamente, fará o melhor que puder para que você se saia bem. Infelizmente, a relação médico-paciente já não é mais como outrora quando esse profissional tinha um laço também afetivo com os pacientes e suas famílias. É claro que o médico quer fazer o melhor por você e é justamente por isso que ele escolheu sua profissão mas, de forma crescente, ele se vê dominado por forças poderosas que chegam mesmo a afetar suas decisões profissionais quanto à melhor forma de aplicar o tratamento. Essas pressões relativamente escondidas são tão fortes que, caso os médicos de formação mais ortodoxa queiram visualizar alternativas de tratamentos para doenças graves, chegam a ser advertidos e até punidos pelas suas entidades de classe que, também, se curvam aos “donos do poder”. O lado negro da Medicina foi criado pelas poderosas indústrias farmacêuticas que vêem os médicos como meros receitadores dos seus caros e, muitas vezes, perigosos remédios. Para conseguir conquistar o receituário médico, essas indústrias cativam o profissional com bônus, prêmios, jantares, viagens, patrocínios de toda natureza etc., principalmente numa época em que os proventos profissionais deixam a desejar e as formas de atualização na Medicina ficam cada vez mais distantes dos seus profissionais devido aos altos custos. Essa atualização é feita diretamente dos laboratórios para os consultórios por meio da propaganda comercial. É claro que aí só são enaltecidas as qualidades dos medicamentos em questão.

No final de todas as contas, os pacientes pagam um preço muito alto, tornando-se reféns de tratamentos “intermináveis”, contribuindo para a falência da verdadeira Medicina que, antes mesmo de procurar a cura, deveria se preocupar com o conforto físico e espiritual dos doentes, tarefa das mais nobres que o médico deveria praticar.

Sempre defendi a posição de se questionar o médico quando de uma prescrição.Questionar no bom sentido, diga-se de passagem. Ele não é milagroso e nem mesmo dono das razões. A vontade de acertar não significa a certeza de acertar, portanto nada mais lógico do que perguntar tudo que ser tem de dúvidas para que hajam explicações aceitáveis. Muitos profissionais, dentro de um narcisismo injustificado, ofendem-se quando questionados mas não se deixe afetar por isto. Uma segunda opinião também pode servir para tirar dúvidas e escolher outros caminhos.

Recuse-se a ser mais uma estatística médica. Procure confiar num profissional médico e seguir suas recomendações desde que sejam satisfatórias as formas dele lhe esclarecer.
Finalmente, lembre-se que às indústrias que fabricam medicamentos interessa mais a nossa doença do que a SAUDE.”

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