segunda-feira, 2 de junho de 2008

Quer consumir peixe com uma qualidade mais confiável? Basta não comprar...


A Folha de São Paulo publicou na semana passada, os resultados de uma análise feita pela Pro Teste onde se conclui:
“Um terço do peso dos filés de merluza e de pescada de 2 das 3 marcas mais consumidas do país era de água.”
”Com base em amostras de supermercados de São Paulo, análise apontou ainda filés quase deteriorados e de espécies diferentes das anunciadas”

Leram bem o que sublinhei? Estamos a comprar água, filés quase deteriorados e peixe diferente do que pensamos estar a adquirir
Para ser mais explicito e saberem exatamente do que estamos a falar, na marca Costa SUL um terço do peso é água e a merluza ficou na linha limítrofe entre os estados aceitável e de decomposição, na marca Leardini um terço do peso é água, e a merluza ficou igualmente na linha limítrofe entre os estados aceitável e de decomposição e em algumas amostras era abrótea e na marca Rica, a pescada registrou indicadores de decomposição muito acima do aceitável, para além de em várias amostras, a pescada e merluza na realidade serem abrótea.
"O excesso de água pode acarretar perda de minerais e vitaminas que estão presentes no peixe fresco", diz Jocelem Salgado (no mesmo artigo da Folha), professora de nutrição da Esalq/USP, de Piracicaba, e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais.

O que fazer numa situação destas, onde os respectivos acionistas, com certeza devem ter um nível de vida “simpático”, já que estão gerando margens confortáveis nos seus negócios, ao faturarem a preços de mercado de merluza e pescada e usarem como matéria prima do seu “produto final”, um terço de água, peixe quase deteriorado e da espécie abrótea?

Felizmente é muito fácil de resolver porque a solução não está nas mãos deles, nem da dos políticos, não depende das condições metereológicas, etc. Basta nós, consumidores, não comprarmos mais nada destas marcas. Se nós, pensando na nossa saúde, na da nossa família, amigos, colegas, etc, pura e simplesmente ignorarmos essas marcas e sugerirmos às pessoas do nosso convívio para fazerem o mesmo, os tais estrategistas de curto prazo, ficarão apenas com os custos e acabarão por fechar as portas. E o mais importante é que os as marcas que ficarem no mercado, vão entender que têm que fornecer peixe em boas condições.

Ainda no mesmo artigo, lê-se que a Leardini e a Costa Sul argumentam que, embora a informação sobre o peso drenado não seja obrigatória, a proposta é defendida pela indústria da pesca desde 2006, mas ainda não encontrou resposta nos órgãos governamentais. Os meus leitores entenderam como eu, que ambas as empresas querem fazer as coisas certas, mas as autoridades ainda não deixaram???
A Rica diz que apenas embala os produtos -que vêm de uma empresa do Sul- e coloca sua marca. "Não temos informação detalhada sobre o processo produtivo para responder às questões." Sabem como ficar com a margem do negócio, mas saberem o que estão a vender não lhes interessa?!

A Leardini e Costa Sul não concordam com os resultados da Pro Teste, por não terem representantes nos testes, e questionam o fato de só pescados nacionais terem sido avaliados, pois a maioria dos congelados é importada. Algum dos meus leitores duvida da credibilidade da Pro Teste? E se os resultados tivessem sido bons, os mesmo responsáveis teriam igualmente questionado aqueles?

A Costa Sul diz ter um laboratório que analisa todos os lotes para a garantia da qualidade e que, “se o produto não for conservado nos supermercados ou em casa dentro das indicações das embalagens, poderão sofrer alterações na qualidade”. Mesmo que assim fosse, o mínimo a fazer é definir processos de controle ao longo de toda a cadeia produtiva que não coloquem em perigo a saúde do cliente final nem a reputação da própria marca!

Caros leitores, infelizmente, no dias de hoje, para garantirmos a assimilação dos nutrientes essenciais pelas nossas células, não basta acharmos que estamos a comer “bem”

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