terça-feira, 8 de julho de 2008

Reaprendermos a viver com a Ingrid Betancourt


Acredito que todos os meus leitores tenham sentido a mesma satisfação que o signatário, quando souberam da libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt, após mais de seis anos de cativeiro (é tanto tempo e com certeza passou por tantas provações, que chegamos a sentir por ela, algo idêntico ao que sentiríamos por um conhecido nosso!). Como o objetivo principal dos meus artigos é conseguir melhorar a Qualidade de Vida, de uma forma efetiva, através da mudança de hábitos do maior número de pessoas possível, peço a cada um de vocês que pare uns minutos (faz bem parar para pensar!) e imagine, como reiniciaria o seu dia a dia, depois de uma ausência forçada (e sofrida!) de casa, como esta.

Vou abordar esta experiência sobre vários tópicos e começaria hoje pela capacidade de relativizarmos as coisas e tirarmos o máximo proveito daquilo que usufruímos no nosso cotidiano ("A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos",Thomas Hardy/p.HGF, frase feliz e muito usada pela visionária Cida, responsável do Grupo EmpreendedorBR@yahoogrupos.com.br ):

- quando reclamarem que estão atrasados para sair e ainda têm que tomar banho, pensem no prazer de tomar um banho quente, no vosso banheiro, depois de tantos banhos de água fria (acredito eu!) e outros tantos dias sem qualquer possibilidade de tomá-lo!
- quando chegarem cansados a casa e ainda tenham que ir para a cozinha, imaginem se a vossa satisfação ao comer uma simples laranja, seria a mesma que a Ingrid Betancourt sentiu quando voltou a poder comer uma.
- quando os vossos filhos fizerem algo que vos irrite, pensem na vontade de abraçá-los (e espremê-los contra o vosso corpo!), depois de mais de 2.300 dias longe deles.
- quando tiverem que percorrer uma distância a pé, seja porque razão for, pensem que estão em liberdade, de mãos soltas, devidamente vestidos e calçados e que ainda estão queimando calorias e não caminhando no meio da floresta, fazendo chuva, frio ou sol, escondendo-se dos “inimigos” dos seqüestradores, de mão atadas (será que com olhos vendados em algumas partes do trajeto?)

Quatro meros exemplos, sobre a devida valorização que deveríamos dar a tudo aquilo que fazemos ao longo da semana.

Não quero de forma alguma que os meus leitores se acomodem com o que têm atualmente e parem de lutar pelos seus ideais, pelos seus direitos enquanto cidadãos (e é preciso reclamar muito mais em determinadas situações), mas sim que deixem de gastar energias boas com pequenas coisas que parecem ter muito mais valor do que efetivamente têm e encontrem este último em tudo aquilo que vivenciem ao longo do dia.

Sem duvida a nossa Qualidade de Vida melhorará, quando acordamos com Bom Humor, tirarmos partido do que nos rodeia e relativizarmos os obstáculos que naturalmente aparecem dentro ou fora de casa.

A grande questão é o que fazer para que a Ingrid Betancourt e todos nós que passarmos a agir como ela (nestes primeiros dias) consigamos perenizar esta nova postura criada pelas forças das circunstâncias (Ingrid Betancourt) ou de livre e espontânea vontade (cada um de nós). Aí sim, estaremos a falar de uma Vida e não apenas de meros momentos, com Qualidade (de Vida).

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