Recebi um artigo excelente de uma amiga minha de Espanha, publicado no passado mês de julho no ELPAIS.COM, de autoria da Ângela Boto (para lê-lo na íntegra em espanhol, clique aqui), que corrobora muito do que já tenho publicado e trocado idéias com vários dos meus leitores, sobre a importância que devemos dar ao nosso estilo de vida atual.
Tópicos principais que retirei da sua leitura:
"O que fazemos com eles (genes), a forma como vivemos, comemos e pensamos, também influencia naquilo que somos. Estudos recentes demonstram que podemos mudar o nosso genoma, mudança essa que passará para os nossos descendentes."
"(...) Cada vez mais está claro que o que conta não é o DNA e a sua configuração, mas sim o que o rodeia. Na realidade, não somos o que temos escrito nos nossos genes, mas sim o que fazemos com eles. Cada um de nós pode modificar o seu próprio genoma e o que é mais importante (impactante!), é que as alterações que fizermos nele, passarão para os nossos filhos e netos." Esta afirmação faz com que deixe de fazer sentido, comentários que ouço de quem tem hábitos menos saudáveis, tais como "prefiro morrer mais cedo mas "curtir" a vida." Será que os filhos, netos, ... também concordarão com essa postura?
“Os genes não são o destino! As influências do meio ambiente, entre as quais se incluem a nutrição, o stress e questões de ordem emocional, podem modificar esses genes sem alterar a sua configuração básica” (Bruce Lipton, biólogo molecular americano). [numa experiência feitas com ratos geneticamente idênticos ], para além de terem conseguido mudar a cor deles, um deles desenvolverá obesidade mórbida, diabetes e muito provavelmente morrerá de câncer, enquanto que o outro tem todas as condições para ter uma vida tranqüila.”
“Num teste com ratos em que usaram substâncias usadas no nosso dia a dia, apesar das cautelas em se extrapolar resultados para os seres humanos, admite-se cada vez mais, haver evidências que apontem nessa direção. Todos os ratos que foram expostos a um agente químico (o BPA) que forma parte do plástico se encontra em todas as casas (recipientes, biberons, etc), (...) com pré-disposição para as doenças atrás mencionadas.”
Na segunda parte do estudo, nasceram os ratos da mesma mãe
Caros leitores se atentem bem às conclusões dos três próximos parágrafos:
O resultado exterior é visível, mas vamos analisar o interior das células, para ver o que provocou essa diferença entre irmãos geneticamente idênticos. O que se passou é tão simples como o mecanismo de um interruptor de luz. Neste caso, a “bomba” seria um gene associado à obesidade, diabetes e câncer. O interruptor ligado, o BPA; o interruptor desligado, a dieta. Quer dizer, que mesmo o componente de plástico tendo um efeito tóxico que “acenda” o gene patológico, com a dieta conseguiu-se eliminá-lo (mantê-lo apagado). Tudo se produz através de marcas químicas que quando estão presentes na estrutura, o desativam.
No que respeita ao ser humano, (...) pacientes com cânceres de próstata, conseguiram apagar duas famílias de genes que favoreciam a doença, com três meses de um estilo de vida diferente – uma dieta com poucas gorduras, com alimentos não processados e verduras, praticaram técnicas de controlo anti-stress, exercício físico bem como trabalhando a mente em grupos de apoio psicossociais – sabe-se que o stress psicológico ativa e desativa os genes.
“Temos que lutar conta os determinismo genético. O genoma nos dá uma tendência daquilo que podemos vir a ser, mas é como vivemos que faz com que sejamos de uma determina forma” (Manel Esteller, diretor de epigenética do Centro Nacional de Investigações Oncológicas de Madrid e do Instituto Catalão de Oncologia de Barcelona. (...) Esta disciplina, com pouco mais de uma década de existência, é uma autêntica revolução da biologia; (...).
A influência da epigenética, vai muito além do câncer. Também condiciona o processo de envelhecimento, a saúde emocional e mental, a doença de Alzheimer, (...) até transtornos cardiovasculares. Mas o mais importante a reter é que mudanças epigenéticas transmitem-se Às gerações futuras (vamos pensar mais nos nossos filhos, netos,.....)
Alguns estudos com populações (seres humanos), validaram que o tipo de alimentação dos avós, aumenta o risco dos netos desenvolverem diabetes ou doenças cardiovasculares. Por isso, não somos só o que comemos, mas também o que comeram e respiraram as nossas gerações anteriores. (...) “todos somos guardiões do nosso genoma”.
O artigo ainda tem outras conclusões interessante relacionadas com o nosso cérebro, mas deixá-las-ei para um outro artigo.
Abraços saudáveis
Um comentário:
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