sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cereal para criança tem sódio e açúcar demais, diz pesquisa

A Folha de São Paulo publicou ontem o resultado da análise de 18 produtos com maior presença no mercado de alimentos infantis, feita pela Pro Teste (não publico o link porque é preciso ser assinante do UOL ou da própria Folha para se conseguir acessá-lo).

“a maioria dos produtos contêm açúcar e sódio em excesso e poucas fibras” (...)

Uma porção de 30 gramas de sucrilhos de chocolate da Kellogg's (uma tigelinha), por exemplo, tem 205 mg de sódio.
Uma criança de um a três anos deve consumir, por dia, no máximo 225 mg desse mineral -ou seja, uma única porção equivale a 90% das suas necessidades diárias. Para um adulto, essa quantidade de sódio representa 10% das necessidades.
Na avaliação da Pro Teste, todos os cereais matinais também têm açúcar em excesso -de 5,5 a 13 gramas por porção.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal é que uma criança de até três anos consuma, no máximo, 14 gramas por dia de açúcar.
Uma porção do sucrilho sabor banana, por exemplo, tem quase toda a quantidade diária de açúcar recomendada para uma criança nessa faixa etária.
Presente no sal e base para conservantes, o sódio em excesso está ligado à hipertensão arterial e a problemas renais. Já muito açúcar tem relação com obesidade e diabetes tipo 2.

Fibras
Dos cereais analisados, dez marcas apresentaram menos de três gramas de fibras para cada 100 gramas do produto -três gramas é a quantidade mínima para um alimento ser considerado fonte de fibra. Os cereais Corn Flakes (todos os sabores) e Chokos tiveram o pior desempenho no teste: possuem menos de 0,01% de fibra, ou seja, praticamente nada.
Um outro problema apontado pela Pro Teste -que envolve os cereais analisados e a maior parte de alimentos consumidos pelo público infantil- é a falta de adequação da tabela nutricional à faixa etária a que o produto se destina.
A pesquisadora de alimentos da Pro Teste, Fernanda Ribeiro, explica que o percentual diário recomendado de cada nutriente é calculado para uma dieta de 2.000 quilocalorias, que corresponde à necessidade calórica de um adulto, não de uma criança.
A dieta de uma criança de um a três anos, por exemplo, deve ser de 1.050 calorias, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De quatro a seis anos, esse valor sobe para 1.450 e, de sete a dez anos, para 1.750. "O ideal seria que essas informações fossem apresentadas de acordo com a faixa etária. Seria muito mais útil aos pais", avalia a pesquisadora.

"Isopor food"
O nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni orienta que as pessoas escolham o cereal matinal pelo menor índice de sódio e açúcar e maior presença de fibras solúveis. "O ideal é misturar com um iogurte light, enriquecido com cálcio, e muita fruta", diz ele.
Para Magnoni, os pais não devem se impressionar pelas vitaminas e sais minerais contidos no rótulo dos produtos. "Isso a criança consegue por outras fontes. O que não pode é ficar comendo essa quantidade de sódio e açúcar e quase nenhuma fibra. Isso é o que chamamos de "isopor food", cuja única função é aumentar as taxas de obesidade infantil." (...)
De acordo com o pediatra e professor da Faculdade de Medicina da USP, Mário Cícero Falcão, o brasileiro consome muito açúcar e os pais educam a criança a gostar do alimento muito doce. "O cereal que a criança mais gosta é aquele com mais açúcar. É a conjunção do paladar brasileiro com a indústria", afirma Falcão.
Na opinião do pediatra, os brindes distribuídos com os cereais impulsionam o consumo. "Os brindes são uma grande arma antiética. Tem sempre o alimento processado, com valor biológico inferior e pouco nutriente acompanhado do brinde. Por que não vender uma maçã com o personagem da moda?"

Espero com este artigo, fazer com que os meus leitores pais, invistam um pouco mais na reeducação alimentar dos seus filhos. Não é fácil no meio de tanta pressão, mas FAZÊ-LO, demonstra um ato de amor!


Abraços saudáveis,

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