Tive o privilégio de assistir a 3 palestras dadas pelo professor Tomio Kikuci (82 anos com muita saúde), que tem um CV verdadeiramente brilhante (veja aqui a bibliografia dele) e no meio de tudo o que falou, uma frase me chamou muito a atenção:
O sistema atual da medicina ocidental não está conseguindo manter a população saudável (pelo contrário, todos sabemos que os números de câncer, diabetes, obesos, hipertensos, etc são alarmantes) e só mudaremos a atual tendência da população , com (re)educação.
Disse o professor Tomio Kikuci neste final de semana:
- muito mais do que questões genéticas é o nosso Estilo de Vida que está acabando com a nossa saúde (
- medicina atual é desintegradora. Não existe um problema de um órgão específico do nosso organismo, desligado dos outros.
- problema não é a doença mas o doente.
E pesquisando na internet, encontrei as seguintes respostas que o professor Tomio Kikuci deu à revista Brasília EM DIA, (clique aqui para ler todo o artigo):
- O homem, em meio à auto-destruição, por falta de auto-educação vitalícia, que diminui a sensibilidade instintiva, deixa de ser dono do seu próprio destino. Estamos diante de uma geração sem destino, destino roubado. Destino é estilo. Estilo é destino. Quanto mais se distancia da natureza, mais frágil fica, porque o que fortalece é a sensibilidade do instinto, como ocorre com os animais, adequados à natureza . Sem essa auto-educação natural, o homem corre o risco de cometer erros fatais. Não há erro fatal se é satisfatória a relação homem-natureza, em que um se expressa no outro, vitaliciamente, instintivamente. O homem, em sua alienação, se percebe como algo que se desenvolve fora da relação com a natureza. O interno rende-se ao externo. A realidade não é o externo é o interno. Fortalecer o interno é o básico. O externo é complemento. Por não seguir essa ordem natural, o homem moderno perde vitalidade natural, tornando-se, crescentemente, artificial, fragilizado.
- Perder o controle do destino significa o quê?
- Sem controlar seu destino, como pode controlar os outros? O reino da mentira, amplia-se no compasso da fragilização dessa relação. O caráter humano torna-se fraco e susceptível ao poder do dinheiro, ao qual se rende como se sua conquista fosse a conquista de si. Engano total. O dinheiro é externo, não interno. Nesse ambiente, em que a externalidade domina a internalidade intrínseca humana, o homem, apenas, se candidata a ser o anti-ser humano. Descaracterizado, fragilizado, perdido, sem foco, presa fácil da corrupção, do medo, da mentira. Perde o controle de si...
- É o fim de tudo?
- Inexoravelmente, não. Não há absolutismo. Absolutismo é engessamento, é morte, é paz eterna. Todos dizem “tudo bem? tudo bem!”. Tudo bem coisa nenhuma, tudo não está bem, “muito bem”, sim, é um cumprimento adequado, “tudo bem” é ilusão. A cabeça tem que ser suficientemente dura, porque somos diamantes brutos que precisam ser lapidados. Cabeça mole não agüenta lapidação. A humanidade bate cabeça porque precisa errar para acertar. O problema é que se está tendo medo de errar. Não é possível acertar sem errar. Mas o erro tem que ser corrigido,de uma forma vitalícia, razoável, permanente, e de forma duvidosa. Temos que ser surfistas nas ondas da dúvida, do acerto e do erro. O importante não é não errar, é corrigir o erro. A educação vitalícia proporciona a capacidade de errar corrigindo, simultaneamente, o que evita erros fatais. A capacidade de errar corrigindo assegura auto-educação. Treinar e corrigir. Não se trata de educação formal, mas funcional, impregnada de prática. A educação atual é desfocada da realidade, não permite que as pessoas se vejam como sujeito, mas refratária aos acontecimentos, como se os acontecimentos fossem o sujeito e não o objeto. Fragiliza o caráter. O homem auto-consciente escreve sua própria realidade quando controla o seu destino. A educação formal não é capaz dessa proeza.”
- Como é construir, na prática, esse destino?
- Primeiramente, a auto-educação vitalícia requer a alimentação vitalícia, que exige componentes básicos e complementares. Interno e externo. A alimentação básica deve ser os grãos, sementes e folhas
Para não me alongar neste “post”, retornarei em breve repassando alguns dos nobres ensinamentos ensinados pelos Prof. Tomio Kikuchi.
Abraços saudáveis
Um comentário:
João;
Excelentes colocações, mas como fazer isso se o Irmão Maior (Estado) se coloca como o solucionador (mentiras!) da saúde coletiva e não a coloca nas mãos de cada um para que faça isso (administre-a)? Ídem no sistema previdenciário. Resta a verdade de cada um e tomá-la em suas mãos, como propõe.
Abraços.
Élio
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