segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Hospital do Futuro? É a Escola

Tive o privilégio de assistir a 3 palestras dadas pelo professor Tomio Kikuci (82 anos com muita saúde), que tem um CV verdadeiramente brilhante (veja aqui a bibliografia dele) e no meio de tudo o que falou, uma frase me chamou muito a atenção:

“Medicina do Futuro é PREVENTIVA - Hospital do Futuro é a ESCOLA - Médicos têm que virar PROFESSORES”

O sistema atual da medicina ocidental não está conseguindo manter a população saudável (pelo contrário, todos sabemos que os números de câncer, diabetes, obesos, hipertensos, etc são alarmantes) e só mudaremos a atual tendência da população , com (re)educação.

Disse o professor Tomio Kikuci neste final de semana:

- muito mais do que questões genéticas é o nosso Estilo de Vida que está acabando com a nossa saúde (e Qualidade de Vida).

- medicina atual é desintegradora. Não existe um problema de um órgão específico do nosso organismo, desligado dos outros.

- problema não é a doença mas o doente.

E pesquisando na internet, encontrei as seguintes respostas que o professor Tomio Kikuci deu à revista Brasília EM DIA, (clique aqui para ler todo o artigo):

- O homem, em meio à auto-destruição, por falta de auto-educação vitalícia, que diminui a sensibilidade instintiva, deixa de ser dono do seu próprio destino. Estamos diante de uma geração sem destino, destino roubado. Destino é estilo. Estilo é destino. Quanto mais se distancia da natureza, mais frágil fica, porque o que fortalece é a sensibilidade do instinto, como ocorre com os animais, adequados à natureza . Sem essa auto-educação natural, o homem corre o risco de cometer erros fatais. Não há erro fatal se é satisfatória a relação homem-natureza, em que um se expressa no outro, vitaliciamente, instintivamente. O homem, em sua alienação, se percebe como algo que se desenvolve fora da relação com a natureza. O interno rende-se ao externo. A realidade não é o externo é o interno. Fortalecer o interno é o básico. O externo é complemento. Por não seguir essa ordem natural, o homem moderno perde vitalidade natural, tornando-se, crescentemente, artificial, fragilizado.

- Perder o controle do destino significa o quê?

- Sem controlar seu destino, como pode controlar os outros? O reino da mentira, amplia-se no compasso da fragilização dessa relação. O caráter humano torna-se fraco e susceptível ao poder do dinheiro, ao qual se rende como se sua conquista fosse a conquista de si. Engano total. O dinheiro é externo, não interno. Nesse ambiente, em que a externalidade domina a internalidade intrínseca humana, o homem, apenas, se candidata a ser o anti-ser humano. Descaracterizado, fragilizado, perdido, sem foco, presa fácil da corrupção, do medo, da mentira. Perde o controle de si...

- É o fim de tudo?

- Inexoravelmente, não. Não há absolutismo. Absolutismo é engessamento, é morte, é paz eterna. Todos dizem “tudo bem? tudo bem!”. Tudo bem coisa nenhuma, tudo não está bem, “muito bem”, sim, é um cumprimento adequado, “tudo bem” é ilusão. A cabeça tem que ser suficientemente dura, porque somos diamantes brutos que precisam ser lapidados. Cabeça mole não agüenta lapidação. A humanidade bate cabeça porque precisa errar para acertar. O problema é que se está tendo medo de errar. Não é possível acertar sem errar. Mas o erro tem que ser corrigido,de uma forma vitalícia, razoável, permanente, e de forma duvidosa. Temos que ser surfistas nas ondas da dúvida, do acerto e do erro. O importante não é não errar, é corrigir o erro. A educação vitalícia proporciona a capacidade de errar corrigindo, simultaneamente, o que evita erros fatais. A capacidade de errar corrigindo assegura auto-educação. Treinar e corrigir. Não se trata de educação formal, mas funcional, impregnada de prática. A educação atual é desfocada da realidade, não permite que as pessoas se vejam como sujeito, mas refratária aos acontecimentos, como se os acontecimentos fossem o sujeito e não o objeto. Fragiliza o caráter. O homem auto-consciente escreve sua própria realidade quando controla o seu destino. A educação formal não é capaz dessa proeza.”

- Como é construir, na prática, esse destino?

- Primeiramente, a auto-educação vitalícia requer a alimentação vitalícia, que exige componentes básicos e complementares. Interno e externo. A alimentação básica deve ser os grãos, sementes e folhas e a complementar o resto, de acordo com as condições geográficas em que vivem as pessoas, tudo de maneira satisfatória, racional. Comer dá início ao engenho orgânico humano que produz salivação produtora de sucos gástricos necessários, junto com a mastigação satisfatória, para eliminar as toxidades e preparar o sangue alcalino, que fortalecerá o coração. O coração é a máquina mais poderosa que se auto-alimenta, dialeticamente, por ser um organismo e não uma peça mecânica. Peça mecânica desgasta, o coração, peça orgânica, interativa com todos os demais órgãos, quanto mais funciona, mais se fortalece, desde que bombeado por combustível sanguíneo suficientemente alcalino, sem maiores toxidades.

Para não me alongar neste “post”, retornarei em breve repassando alguns dos nobres ensinamentos ensinados pelos Prof. Tomio Kikuchi.

Abraços saudáveis

Um comentário:

Anônimo disse...

João;
Excelentes colocações, mas como fazer isso se o Irmão Maior (Estado) se coloca como o solucionador (mentiras!) da saúde coletiva e não a coloca nas mãos de cada um para que faça isso (administre-a)? Ídem no sistema previdenciário. Resta a verdade de cada um e tomá-la em suas mãos, como propõe.
Abraços.
Élio