quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Realidade sobre a "imitação" de comida e "obra prima de burocratês"


Para que os meu leitores entendam melhor como funciona a realidade no mundo da indústria alimentícia, hoje vamos falar um pouco sobre a imitação de comida nos EUA, tão bem explicada por Michael Pollan no seu livro "EM DEFESA DA COMIDA - um manifesto":

"A Lei dos Alimentos, Drogas e Cosméticos de 1938 impôs regras estritas exigindo que a palavra "imitação" aparecesse em qualquer produto que fosse, bem... imitação. (...)

(...) há certos alimentos tradicionais que todo o mundo conhece, como pão, leite e queijo, e quando compram esses alimentos, os consumidores deveriam receber os alimentos que estão esperando (...) e se um alimento se parece com um alimento padronizado mas não obedece ao padrão, esse alimento deve ser rotulado como "imitação".

Não há muito o que discutir ... mas a indústria alimentícia o fez com muito esforço por décadas, e em 1973, finalmente, conseguiu eliminar a lei da imitação, um passo pouco notado mas importantíssimo que ajudou a fazer os Estados Unidos descerem mais depressa a trilha do nutricionismo.
A indústria odiava a lei da imitação. Já havia uma história tão desagradável de alimentos adulterados e forma correlatas de drogas milagrosas no comércio americano que estampar a palavra "imitação" num produto alimentício era o beijo da morte - uma confissão de adulteração e inferioridade. (...)
Com isso, a porta regulatória foi escancarada para todo o tipo de produtos de imitação (...)"

Vejam também num outro trecho do livro, até onde vai a ousadia daqueles que supostamente deveriam ser uns dos grandes guardiões da nossa saúde (um exemplo entre tantos outros que poderíamos dar):

"O óleo de milho, talvez você lembre, é especialmente rico em ácidos graxos ômega-6. que já estamos consumindo em excesso.

Provas científicas limitadas e muito preliminares sugerem que tomar cerca de uma colher (16 gramas) de óleo de milho diariamente pode reduzir o risco de ataques cardíacos devido à gordura insaturada contida no óleo de milho.
(...)
Então , para tornar a questão ainda mais estarrecedora:

Para alcançar esse possível benefício, o óleo de milho deve substituir uma quantidade semelhante de gordura saturada e não aumentar o total de calorias consumida diariamente.

(...) regras permitem que as empresas promovam afirmações (sobre os supostos benefícios dos produtos) mais ou menos como quiserem - podem pôr a afirmação em letras bem grandes e os desementidos , em caracteres miudinhos. (...)

As afirmações adulteradas quanto a benefícios à saúde e a ciência dos alimentos tornaram os supermercados locais particularmente traiçoeiros para comprar comida de verdade (...)

Caros leitores, por causa da realidade atrás descrita, irei usar as excelentes sugestões do mesmo Michael Pollan para, ao longo dos próximos dias, vos apresentar algumas sugestões que, a serem seguidas, com certeza terão um impacto enorme na vossa saúde e consequentemente na vossa Qualidade de Vida e na redução de custos das empresas onde trabalhem os respectivos colaboradores .

Abraços saudáveis

Um comentário:

Paulo Silva de Pombal disse...

http://static.videoegg.com/ted/flash/fullscreen.html?v=/ted/movies/MarkBittman_2007P&cid=/ted/movies

Olá João,

vi este filme fiquei impressionado e sempre que vou vendo estas coisas lembro-me de ti e da tua missão "Qualidade de Vida" e Vida Saudável".
Um abraço