domingo, 8 de novembro de 2009

"(...) a grande responsabilidade do conselho [de administração] é colocar a pessoa certa no comando."


O equilíbrio entre o mundo corporativo e a sociedade em geral, é condição sine qua non para a existência e manutenção de um nível suficiente de Qualidade de Vida por parte de todos aqueles que deles fazem parte.

É necessário e saudável que as empresas consigam crescer e gerar lucros de forma idónea e como é óbvio o líder é uma peça chave para que tal se concretize.

Nesse sentido, publico hoje, trechos da entrevista que Jim Collins deu à revista Exame (No 306 de Outubro de 2009):

"O SUCESSO PODE MATAR

Para Jim Collins, as empresas poderosas não entram em declínio porque se acomodam. Tornam-se tão arrogantes que acreditam que todas as suas iniciativas são infalíveis
(...)
Qual a responsabilidade dos conselhos de administração nessas histórias de queda? Normalmente culpa-se apenas o principal executivo...

Na maioria das empresas, o principal executivo é praticamente um ditador - para o bem e para o mal. É ele quem tem o poder, não a administração. Se a companhia tiver um problema e os accionistas mostrarem o seu desagrado, então o conselho entrará em cena. Mas o processo leva algum tempo. O poder do dia-a-dia está com o presidente. Assim um líder equivocado pode levar uma empresa à ruína praticamente sozinho. Portanto a grande responsabilidade do conselho é colocar a pessoa certa no comando [mensagem importantíssima, que mais do que nunca deve ser praticada!]
(...)
Em Empresas Feitas para Vencer, disse que não é possível estabelecer uma relação directa entre o sucesso de uma companhia e a alta remuneração dos seus executivos. A sua nova pesquisa mostra que o contrário pode ocorrer, isto é, o sistema de remuneração pode colocar uma empresa em risco?

(...) os líderes excepcionais nunca são movidos pela remuneração. Eles querem construir algo grande. Não perguntaria a Beethoveen se ele compôs uma bela sinfonia em troca de dinheiro nem a F. Scott Fitzgerald se escreveu O Grande Gatsby pensando no dinheiro que poderia ganhar. Um líder cria uma grande empresa, escreve um grande livro ou compõe uma grande sinfonia porque ele pode e é movido a fazer isso. A ideia de que podemos motivar pessoas através da remuneração é verdade para os medíocres, não para os grandes - esses são movidos por uma força interna. São estranhamente compulsivos, neuróticos, paranóicos, intensos. As empresas têm de ter uma remuneração que mantenha essas pessoas - o que é bem diferente de incentivos. Elas têm de pensar não em em "como" pagar aos seus executivos, mas "a quem" devem pagar - e só então descobrir uma maneira de remunerá-los de modo a que eles fiquem. Se uma companhia tiver pessoas movidas só pelo dinheiro, não será duradoura.
(...)"

O artigo tem outras passagens importantes, mas considero as duas aqui publicadas aquelas que, estrategicamente falando, impactam na "qualidade" do futuro de cada empresa e por isso mesmo, por agora, fico-me por aqui.

Os accionistas, os clientes, os colaboradores e todos os restantes stackholders, têm direito a líderes que maximizem a probabilidade da respectiva empresa contribuir para a geração de riqueza em sentido lacto e para isso os conselhos de administração ou equivalente, têm a obrigação de melhorarem os seus critérios de selecção.

Abraços saudáveis

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